
Nada lhe foi perguntado também sobre a condenação do presidente e da diretoria do Banco do Brasil de seu primeiro mandato, por gestão temerária e desvio de recursos.
Não teve contestada uma afirmação de que Lula tinha uma rejeição alta e que os tucanos tinham apenas algo em torno de 6 a 7%. A rejeição a Serra é de 17%.
Não foi perguntado sobre o caso do empresário Benjamin Steinbruch, que se dizia pressionado por Ricardo Sérgio de Oliveira (homem das finanças de sua campanha) para o pagamento de uma “comissãozinha” de R$ 15 milhões, por atos praticados por ele, “quando no governo”. Os ministros Luiz Carlos Mendonça de Barros e Paulo Renato levaram o assunto ao presidente, que lhes disse apenas que o governo não tinha nada com isso. Não se tem notícia de que ele tenha chamado Ricardo Sérgio às falas, muito menos o demitido, o que só veio a ocorrer depois, quando do vazamento dos grampos, em que Ricardo diz a famosa frase “estamos no limite da irresponsabilidade”.
Não foi perguntado sobre relatório do Banco Central que apontou delitos na privatização das teles.
Também não lhe foi perguntado como é que, tendo vendido boa parte do patrimônio do país, conseguiu pegá-lo com uma dívida de 60 bilhões de dólares e devolvê-lo com uma de R$ 881 bilhões.
O ex-presidente também não respondeu a duas perguntas fundamentais sobre seu governo: o apagão e a paridade real-dólar. FHC tergiversou, enrolou, e chegou a dizer que as respostas estariam no livro que vai publicar. Mas não disse que o que houve, no caso do apagão, foi má administração, incompetência. Não fizeram investimentos, deixaram sucatear para vender nas privatizações. No caso da paridade real-dólar foi má-fé mesmo. Quebraram o país para reelegê-lo. Prova disso é que a paridade acabou logo no primeiro mês de seu segundo mandato. Mas, como ele iria confessar isso ao país?