A Opus Dei e as drogas

Carlos Alberto di FrancoO representante-mor da Opus Dei no jornalismo tupiniquim, Carlos Alberto di Franco, escreveu um artigo, publicado hoje em O Globo, sobre as drogas. Se é esse o jornalismo que ele ensina em seus cursos por aí, a Opus Dei está mal e o jornalismo vai ficar pior.

Para defender seu posicionamento contrário à descriminação das drogas, ele cita um psiquiatra que...não fala nada sobre descriminação das drogas!...

Em outro trecho de seu artigo, ele afirma que “o tráfico e o consumo de drogas estão na raiz da imensa maioria dos assassinatos”. Certamente. Assim como o consumo de álcool, o desemprego crônico, os preconceitos racial, social e de gênero, a imensa desigualdade social, o estímulo ao consumismo, a falta de perspectivas, os juros abusivos dos bancos e financeiras, que se aproveitam da fragilidade de seus incautos clientes, a insensibilidade social da “burguesia branca” (ironicamente denunciada por Cláudio Lembo) etc.

Sobre o outro lado da questão, nenhuma palavra. Ele nada fala sobre o quanto temos que pagar (em grana e em vidas) para sustentar essa proibição inócua, que só alimenta as indústrias de armas, de segurança privada, e faz rolar o mercado financeiro mundial, na imensa lavagem de dinheiro do caixa dois proveniente dos lucros dos tráficos de drogas e de armas.

Que a maconha é uma droga todos sabemos. A cocaína também. O álcool, idem. A descriminação das drogas vai resolver o problema? Claro que não. Assim como a permissão do consumo de álcool para maiores de 18 anos não resolve o problema do alcoolismo. A permissão do cigarro não resolve o do tabagismo.

Estatísticas comprovam que cerca de 10% da sociedade tem compulsões que se explicitam no consumo de drogas, álcool, sexo, no vício dos jogos. Há até os viciados em religião, que se expõem a privações, autoflagelação e mutilações para atingir o êxtase religioso. A proibição tem se mostrado ineficaz para combater qualquer uma dessas compulsões.

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