O que esperar do debate de hoje à noite na Globo?

Nada. Para a Rede Globo, há bastante tempo o foco de qualquer notícia é a própria TV Globo. Não importam, por exemplo, os problemas do Brasil, mas como a TV Globo mostra esses problemas. Um exemplo gritante disso é o ônibus da TV Globo, que ficou conhecido como Priscilão, que ocupava boa parte do Jornal Nacional, com entrevistas corriqueiras e comentários banais, com ares de grande novidade.

O mesmo vai acontecer no debate de hoje à noite. Enquanto os que aconteceram nas outras emissoras privilegiaram o confronto de idéias entre os candidatos, com a possibilidade de perguntas diretas entre eles, na Globo a coisa vai ser bem diferente. Inventaram uma fórmula que tem tudo para transformar o debate num festival de generalidades.

Serão quatro blocos. Nos três primeiros, os candidatos responderão a perguntas feitas por convidados sorteados entre um grupo de 80 eleitores indecisos, selecionados pelo Ibope em todo o país. Apenas no último bloco os candidatos farão perguntas entre si, antes das considerações finais.

É a cara da Globo: montam um cenário fabuloso, cercam o evento de uma produção fantástica, mas matam o que haveria de mais interessante: o último confronto entre os dois candidatos, a dois dias das eleições, para uma grande audiência.

Por que inventar? Por que não deixar que Lula e Alckmin debatam entre si, com temas livres? Porque aí não seria a Rede Globo.

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