Quanto vale o compromisso da Veja com a verdade

A revista preferida dos éticos alckmistas, onde escrevem dois dos gurus dos "indignados úteis", tem história. Uma delas foi contada pelo jornalista Luiz Costa Pinto, e você pode conhecê-la na íntegra clicando aqui. Vou resumir:

Conta o jornalista que recebeu uma informação bomba contra um político muito famoso na época, o deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS). Ele estava em evidência, fora presidente da Câmara dos Deputados, liderara o processo do impeachment de Collor, e muitos o viam como um forte candidato à presidência da República.

A informação que chegou a Luiz Costa Pinto é de que fora descoberto um depósito de um milhão de dólares na conta de Ibsen, o que provaria que ele estava envolvido em corrupção. O jornalista, que trabalhava na sucursal de Brasília, avisou à chefia e escreveu a reportagem, que ganharia a capa da revista no final daquela semana.

Tudo parecia bem, até que Luiz Costa Pinto recebeu uma ligação da chefia de redação da Veja, dizendo que a apuração havia conferido os valores apontados por ele e chegara à conclusão de que o valor certo não era US$ 1 milhão, mas apenas US$ 1 mil. Passo a narrativa para Luiz Costa Pinto:
Liguei para Paulo Moreira, então editor-executivo de Veja.(...) “Paulo, tem jeito?”, perguntei. “Não”, cravou-me ele, friamente. “Já rodamos 1 milhão e 200 mil capas. E jogar fora 1 milhão e 200 mil capas é um prejuízo impagável. Podemos, ainda, mexer no texto dentro da revista – mas isso vai atrasar a remessa para o Rio de Janeiro e para o interior de São Paulo”, advertiu-me ele. “Vê se consegue, em 10 minutos, alguém para sustentar em on essa dolarização de US$ 1 milhão”, sugeriu.

Luiz Costa Pinto conseguiu o depoimento, e a Veja foi para as bancas e endereços de seus assinantes. Com a informação que eles sabiam que estava errada. Sustentaram a mentira para não terem que refazer um milhão e duzentas mil capas. Foi quanto valeu naquela ocasião o compromisso de Veja com a verdade.

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