Quem está mentindo, a Veja ou o lobista?

Os "indignados úteis" tentaram de tudo. Oraram desesperadamente por santa Veja - alguns chegaram até a usar diariamente na coxa por duas horas um anel com pontas de ferro chamado cilício. Mas a matéria de capa da Veja não lhes trouxe a redenção consagradora. Pelo contrário, parece que mais uma vez teremos que esperar para ver o que há de verdade na reportagem, porque trecho fundamental dela está sendo contestado pela Folha de São Paulo.

A matéria da Veja, que pode ser lida na íntegra no Blog Entrelinhas, afirma em certo trecho o seguinte:
Lulinha e Kalil mantêm-se mergulhados no mutismo sobre a real dimensão dos negócios e interesses que ajudaram em Brasília. Não falam também sobre seus despachos na sala ao lado da do lobista APS, bem como sobre suas andanças por empresas privadas e gabinetes federais. O assessor da dupla, procurado por VEJA, conversou com a revista. Disse que Kalil esteve na mansão do lobista APS, mas que Lulinha jamais colocou os pés lá. APS desmente o assessor de Kalil e Lulinha. Ele confirma que o filho do presidente despachava no escritório cedido por ele.

No entanto, em matéria da Folha, hoje, o lobista desmente a informação de Veja.
O lobista Alexandre Paes dos Santos negou ontem que o empresário Fábio Luís Lula da Silva, sócio da produtora de filmes Gamecorp e filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tenha usado uma das salas de seu escritório em Brasília para atuar em defesa dos interesses da Telemar no governo federal.
APS, como é conhecido, admite, no entanto, que Kalil Bittar, sócio de Fábio Luís na Gamecorp, esteve no local "eventualmente", mas só até o final do ano passado.
(...) "O Fábio Luís nunca esteve no escritório. Só o vi em fotos publicadas pela imprensa. O Kalil eventualmente ia lá, mas ele não tinha nenhum negócio com o escritório. Usou uma sala por conta de um acordo operacional que mantenho com a Arlete [Siaretta]", disse APS.

Como uma afirmação anula a outra, a conclusão óbvia é que um dos dois está mentindo. Será o lobista? Ou será que houve novamente algum problema de capa com a Veja, como daquela vez com o caso Ibsen Pinheiro?

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