Texto de Leonardo Boff:
O Natal deste ano será diferente de outros natais. Geralmente é a festa da confraternização das famílias. Para os cristãos é a celebração da divina Criança que veio para assumir nossa humanidade e faze-la melhor.
No contexto atual, porém, em seu lugar assomou a figura do terrível Herodes. o Grande (73 a.C-4-a. C), ligado à matança de inocentes. Zeloso por seu poder, ouviu que nascera em seu reino, a Judéia, um menino-rei. Foi quando ordenou degolar todas os meninos abaixo de dois anos (Mt 2,16). Ouviu-se então uma das palavras mais dolentes de toda Bíblia:”Em Ramá se ouviu uma voz, muito choro e gemido: é Raquel que chora os filhos e não quer ser consolada, porque eles já não existem”(Mt 2,18).
Essa história do assassinato de inocentes continua de outra forma. As políticas ultracapitalistas impostas pelo atual governo, tirando direitos, diminuindo salários, cortando benefícios sociais básicos como saúde, educação, segurança, aposentadorias e congelando por 20 anos as possibilidades de desenvolvimento têm como consequência uma perversa e lenta matança de inocentes da grande maioria pobre de nosso país.
Aos legisladores não são desconhecidas as consequências letais, derivadas da decisão de considerar mais importante o mercado que as pessoas.
Dentro de poucos anos, teremos uma classe de super-ricos (hoje são 71.440 segundo IPEA, portanto,0,05% da população),uma classe media amedrontada pelo risco de perder seu status e milhões de pobres e párias que da pobreza passaram para miséria. Isso significa fome das crianças que morrem por subnutrição e doenças absolutamente evitáveis, idosos que já não conseguem seus remédios e o acesso à saúde pública, condenados a morrer antes do tempo. Essa matança possui responsáveis. Boa parte dos legisladores atuais da chamada “PEC da morte” não podem se eximir da pecha de serem os atuais Herodes do povo brasileiro.
(Leia o texto na íntegra aqui: https://leonardoboff.wordpress.com/2016/12/20/natal-em-tempos-de-herodes/ )
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
Natal dos golpistas não é o de Jesus. É o Natal de Herodes
3 comentários:
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Vejo isso como: o fervor Ideológico do Frei, encobriu o bom senso.O golpista foi o Lula que impôs uma pessoa inexperiente para presidente da República, passando por cima de Petistas Históricos. O golpista foi o Lula que fez a coligação com o PMDB. O golpista foi o Lula que aceitou Temer como vice. Ele sim é o golpista. Jamais votaria para o Temer...nem para vice! E jamais votaria para um candidato do PMDB, nem imposto pelo golpista do Lula.O deus Eleitoral é vingativo...
ResponderExcluirPrezado Melo.
ResponderExcluirSou fã de carteirinha dos seus artigos e sou feliz por você enviá-los ao meu email.
Quanto a este, do Frei Leonardo Boff, envio como comentário, o meu poema (Literatura de Cordel, que adaptei de um que fiz na campanha de 2010, com o "privata" José Serra Chirico. Devidamente adaptado para a Era Temer, fiz para reflexão natalina, mas uma semana depois continua atualíssimo, como o estava mais de seis anos depois da campanha de 2010, quando José Serra abriu a Caixa de Pandora e deixou sair todos os diabos da política brasileira. Vejamos a nova versão cordelística: Dando a TEMER, o que é de CÉSAR,
Dás ADEUS ao que é DEUS...
(Uma reflexão para o Natal de 2016)
01
TEMER, enfim, ressuscitou
A “ética” dos fariseus...
Quem apoia esse anticristo
Já pode ir dando adeus
À paz e à liberdade,
À justiça e à verdade
E a tudo quanto é de Deus!
02
Pois como disse Jesus
Pregando novos valores:
“A César o que é de César”;
Dai moedas, pois louvores,
Só a Deus devem ser dados...
Pois o maior dos pecados
É servir a dois senhores!
03
Agora a muitos cristãos
Indignado contemplo,
Pois servem a dois senhores,
Pecando, num péssimo exemplo,
Pondo Templo, Bíblia e Sé
A serviço da má-fé
Desse vendilhão do templo!
04
Na hora em que o Brasil
Aprofundava o avanço
Das políticas sociais,
Afogou-se num remanso
De maledicência e ódio...
O mais ridículo episódio
De preconceito e de ranço.
05
Num momento em que o Brasil
Resolveu seguir Jesus
Dando pão a quem tem fome,
Às trevas levando a luz,
Indo do atraso ao moderno
TEMER arrancou do inferno
Seiscentos mil belzebus...
06
Na hora em que um governo
Pôs em prática, a liberdade,
O “amai-vos uns aos outros”
A luz e a fraternidade:
Casa, vida, emprego e pão
Eis de volta a tentação
Das trevas da iniquidade!
07
Quando surgiu um governo
Que deu comida à infância,
Repartiu o pão do lucro,
Cobrou dízimo da ganância
Para dividir com os pobres,
Os “nobres” que não são nobres
Partiram pra ignorância...
08
Em vez de estar discutindo
As vantagens do progresso,
Com divisão justa e boa
Dos frutos deste sucesso,
Mercadores da ilusão
Jogaram nossa nação
Nas garras do retrocesso.
09
Caifazes da nova Era,
Neros do ódio mais forte,
Vêm destilar seus venenos
Para que o Brasil aborte
A lição bem sucedida...
Falando em nome da vida
Só pra defender a morte!
10
São esses anjos caídos,
Esses dragões da maldade
Que querem o fim do emprego,
Do respeito à autoridade,
Da voz do povo em Brasília,
PRONAF e Bolsa Família,
Pobre em universidade...
11
São “demos” publi(tu)canos
Que nos vêem com desDEM,
Que nos querem a lamber botas
Quando o FMI vem
Com as ordens do americano,
Como o Império Romano,
Matando em Jerusalém!
12
São esses legionários,
Cruzados dos sete mares;
Fé cega, espada amolada
Contra avanços populares;
Esses lacaios indignos
Que acham não sermos dignos
De ver Deus em nossos lares.
13
Deus pousou em nossas casas,
Pelas mãos dos governantes,
Com SAMU salvando vidas,
Com PROUNI aos estudantes,
BOLSA-FAMÍLIA que envia
Pão Nosso de cada dia
Como nunca se viu antes!
14
DEUS, num MILHÃO DE CISTERNAS
Dando água a quem tem sede,
PRONAF matando a fome,
Milhões de empregos que vede,
MINHA CASA; MINHA VIDA...
Família, enfim acolhida
Com amor, teto e parede!
15
MINHA CASA; MINHA VIDA
Para quem casa não tem...
Em vez de estrebaria,
Um lar pra morar bem;
LUZ PARA TODOS chegando,
Igual um brilho guiando
Qual estrela de Belém.
16
DEUS que se viu nas estradas
Sem pedágios milionários,
Nas carteiras assinadas,
Nos aumentos de salários,
E que cuidava dos dentes
Dos meus brasis sorridentes
Dos chãos urbanos e agrários!
Segue o restante do poema (Literatura de Cordel)
ResponderExcluirDANDO A TEMER O QUE É DE CÉSAR, DÁS ADEUS AO QUE É DE DEUS:
17
DEUS vivo nos sindicatos,
Igrejas, comunidades,
Nos conselhos populares,
Em sítios, vilas, cidades,
Conferências, reuniões,
Roças, fábricas, construções,
Favelas e faculdades.
18
Este DEUS que é argamassa
De uma geração sensível,
Que é inspiração de toda
Política pública acessível,
Que é fermento, entre a nação,
Da massa que forma o pão
Do outro Brasil possível!
19
Deus em forma de diplomas
De uma educação com lógica,
Formando profissionais
Com proposta pedagógica,
Com faculdade implantando
E institutos ofertando
Formação tecnológica.
20
DEUS feito poder de compra
Dos peões e aposentados,
DEUS visto em panelas cheias,
Carros e móveis comprados,
No erguer das classes baixas,
Nas grandes filas dos caixas
De loja e supermercados!
21
Esse DEUS tão brasileiro
Inspirou um presidente
A pensar nos que são pobres
Botando o Brasil pra frente,
Sendo amado pelo povo
E recebido com louvo,
Como herói, mundialmente!
22
Mas 2016
Nos legou muitas tristezas
Em seis meses de desgraças,
Desastres e safadezas
Criaram, com incompetência
A Era da dependência
E o Tempo das incertezas...
23
São legiões de demônios
Travestidos, que se vê,
Trazendo na cruz as siglas
DEMO e PSDB;
Rasgando as letras da lei,
Em nome da OPUS DEI
E a louca TFP.
24
A PEC 55
É essência do PECado...
Contra a Lei, um PECulato,
PECúlio surrupiado;
PECado PECuniário;
O golpe de um salafrário
Num País injustiçado.
25
Quem escuta o monstro Temer
Grunhindo os discursos seus,
Entre mesóclises, escuta
Os urros dos fariseus...
Com as mentiras que se escuta
Parece até que a disputa
É do PT contra Deus!
26
E aqueles religiosos
Que estão no seu caderno
Jurando Jesus em vão,
Usurpando o Pai Eterno
Vão encontrar Torquemada
E quem criou a Cruzada
Nas profundezas do inferno.
.
27
TEMER, o fim da esperança,
Jogando a Pátria no escuro,
Rasgando os livros de História,
Expondo a honra ao monturo,
Vendo o passado sem lente,
Assassinando o presente
E abortando o futuro!
28
Apoiar esse Pilatos,
É coisa pra quem delira,
Pra coxinha Videota
Que se aliena, que pira,
De mente demente, hilária,
Na Via Sacra diária
Do calvário da mentira.
29
O pão dos aposentados
Quer tomar de forma irônica,
O doce das criancinhas
Toma e deixa a fome crônica
Mas dá petróleo a “dez tões”
E dá mais de cem bilhões
Para multi telefônica...
30
Enquanto tirou do pobre
Capando o pobre salário,
Deu aumentos faraônicos
À mídia e Judiciário
E agora esse infeliz
Vem retalhando o País
Pra banqueiro e empresário.
31
Governo títere, lacaio,
Lambe-botas dos ianques,
Marionete das multis...
Brasil é bom que te manques,
Que um traíra satanista,
Para se tornar golpista
Não precisa mais de tanques.
32
Moisés quebrou o bezerro
De ouro dos seus hebreus,
Cristo não quis a moeda
Mostrada por fariseus...
TEMER, você apoiando,
Em um César, o transformando,
É, com certeza, estar dando
ADEUS às coisas de DEUS!
CRISPINIANO NETO
Vila Amazonas da Serra do Mel – RN, 25 de Dezembro de 2016
Adaptação e atualização de um poema meu sobre Serra, em 2010
crispininaoneto@gmail.com