
Os advogados do BB alegam que não se trata de gestão temerária, como afirma o juiz, pois "o termo não se aplica a atos isolados de uma administração, e sim a todo um conjunto de irregularidades cometidas ao longo de um determinado período de tempo."
Será que não houve gestão temerária?
Em sua sentença, o juiz diz que "mesmo cientes da precária situação financeira da Encol, ampliaram os limites de crédito da citada empresa, ao mesmo tempo em que autorizaram a liberação de garantias idôneas mediante substituição por outras incapazes de lastrear as operações de crédito concedidas à empresa."
Quanto à gestão temerária, prossegue o juiz, "a gestão temerária importa em atos de administração que coloquem em risco os negócios da instituição. Quer dizer, implica atos decisórios, e estes foram adotados em colegiado."
O juiz ainda cita o caso da liberação da hipoteca de um hotel, como um dos absurdos cometidos pela diretoria: "Não há justificativa plausível para se liberar uma garantia vendida por R$ 55 milhões mediante o recebimento de apenas R$ 17,3 milhões com a colocação do saldo remanescente [R$ 37,7 milhões] à disposição da própria devedora."
Todos sabemos que muitos advogados e economistas dão às palavras sentidos opostos aos utilizados por nós, simples mortais. Às vezes dizem inocente um sujeito que para todos nós está na cara que é culpado; ou dizem lucro, quando é óbvio que ali houve prejuízo. Mas se isto, que foi citado na sentença do juiz, não é gestão temerária, das duas uma: ou não sabem o que significa gestão, ou o que significa temerária.
Como o Blog do Mello também é cultura, aqui vão as definições do Houaiss:
gestão - ato ou efeito de gerir; administração, gerência;
temerária - que contém certo risco; arriscada, perigosa.
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