sábado, 11 de março de 2006

O que quer a bancada ruralista

escravoA bancada ruralista, capitaneada pelo presidente da Comissão de Agricultura, Abastecimento, Pecuária e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO), está abraçando duas "nobilíssimas" causas no Congresso:
1. quer fazer valer um projeto de lei, que foi aprovado no Senado e vetado pelo presidente Lula, que, entre outras coisas, dava um prazo de carência de quatro anos para que produtores rurais pagassem suas dívidas.
Dívidas desses produtores - muitos deles grandes usineiros - vêm sendo roladas há anos. A cada renegociação, eles não pagam nada e empurram sempre para a frente um possível pagamento. A bancada ruralista quer mais disto.
2. a segunda "nobre" missão é impedir a votação da PEC 438, que o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, prometeu botar na pauta. A PEC 438 prevê a desapropriação das terras cujos proprietários exploram o trabalho escravo. Ela já foi aprovada em primeira votação em 2004, mas teve seu processo de tramitação paralisado devido a uma articulação ruralista. E é paralisada que querem que ela continue.
Olho neles.

4 comentários:

  1. Anônimo12.3.06

    No dia 20 de janeiro de 2006, a empresa multinacional Aracruz Celulose S/A, juntamente com mais de 100 agentes da Polícia Federal, usando helicópteros e tratores da empresa, despejaram e destruíram, sem mandado judicial competente, duas comunidades das aldeias Tupiniquins e Guaranis, no Espírito Santo. Dois comunitários foram arbitrariamente presos e vários outros ficaram feridos. E eu não vi a grande mídia manifestar nenhum repúdio por essa violação dos direitos de propriedade dos índios em questão por parte da empresa "vítima" das mulheres sem terra. Ou melhor, eu não vi a grande mídia noticiar o fato. No site do PCdoB de hoje há uma matéria sobre o caso.

    www.vermelho.org.br

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  2. Pois é, no Brasil não se fez nada, mas por conta disso, segundo o CIMI, a família real da Suécia resolveu vender suas ações da multinacional.
    Publiquei postagem aqui no blog no dia 25 de janeiro, comentando os acontecimentos do Espírito Santo, que reproduzo a seguir:

    A Funai existe para defender e proteger os índios, certo? Errado. O presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes deu uma entrevista à agência Reuters há duas semanas. Nela, disse que os índios brasileiros têm terras demais e defendeu que o STF imponha limites a isso.
    Pela declaração absurda foi criticado pelo sertanista Sydney Possuelo:
    - As declarações de Mércio são semelhantes às de madeireiros, grileiros e garimpeiros, que defendem pontos de vista contrários aos interesses dos índios.
    Resultado: o sertanista foi demitido.
    Por isso não é de se estranhar o que aconteceu na semana passada no Espírito Santo. Em ação movida pela Aracruz Celulose, a Polícia Federal mais a Polícia Civil do estado destruíram aldeias indígenas de Córrego D’Ouro e Olho D´Água. A área está em disputa, e o processo corre em Brasília.
    Nota da Comunidade Indígena do Espírito Santo alega que havia um acordo de que nenhuma das partes tomaria qualquer medida até o final de fevereiro. Acordo que foi desrespeitado pela ação da Aracruz. A nota é assinada pela Comissão de Caciques e Lideranças Tupinikim e Guarani, e faz ataques à Aracruz e ao governo brasileiro.
    Será que a declaração do presidente da Funai não incentivou a atitude da empresa?

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  3. Anônimo12.3.06

    Caro Mello, quando digo "grande mídia", me refiro, óbviamente, à máfia que filtra o que pode e o que não pode ser objeto de informação pública, de acordo com seus supernos e incognoscíveis interesses. Aquilo que Chomsky bem definiu como "fábrica de ilusões necessários ao controle social". Você me entende, né? Sei que você é um cara antenado.

    Você tem razão. A Família Real Sueca vendeu suas ações dessa multinacional por ela ter violado direitos humanos dos índios.

    Mudando de assunto, a Caros Amigos vigente traz uma entrevista bomba com Itamar Franco, onde parece que ele revela detalhes sobre uma estranha conversa que teve com Dom Civita em seu gabinete presidencial. Eu não li a entrevista na íntegra, pois não sou assinante e na minha cidade não chega a publicação. Mas se você tiver como acessá-la, acho que seria interessante para o seu blog. Será que partiu de Dom Civita a idéia de fechar o Congresso após a queda de Collor? Existe uma versão (de Collor) de que Itamar tomaria posse e imediatamente renunciaria em favor da adredemente acertada eleição indireta do Dr. Ulysses Guimarães pelo Congresso. Só não contavam com morte do velho timoneiro. A conferir. O endereço do sítio é

    www.carosamigos.com.br

    Abraços!

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  4. Por isso que eu ainda prefiro a etica do PT.

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