São Paulo relembra a ditadura militar

Do jornalista Janio de Freitas, na Folha (aqui, para assinantes) hoje:
O significado real da requisição feita por promotores de São Paulo, para a pronta entrega ao Ministério Público dos laudos de necropsia e demais registros dos 109 mortos ainda anônimos, transcende muito a divulgação de identificações que o governo paulista deve e recusa.

O governo - fachada de Lembo e construção de Alckmin - adotou um autoritarismo que remonta aos tempos em que as arbitrariedades policiais eram acobertadas pela representação ditatorial das Secretarias de Segurança, e praticavam a retenção ou falsificação de laudos, a recusa de acesso familiar a parentes mortos, enterros com identificação fraudada ou omitida.

O governo paulista não foi capaz de apresentar um só argumento legítimo e convincente para a atitude que, muito além de relegar a norma das ocorrências policiais de interesse público, é incompatível com o regime democrático se não tem, excepcionalmente, sua necessidade fundamentada pela Justiça.

Com a busca das identidades, os registros e os laudos, os promotores estão defendendo a integridade do Estado de Direito.

É a maneira de dar proteção preventiva a todo cidadão, de todas as classes sociais e econômicas, contra aquelas mesmas e outras manifestações da vocação autoritária.

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