Cozinheira desanda receita da CPI dos Bingos

cozinheiraA CPI dos Bingos perdeu mesmo o rumo - se é que alguma vez teve um. Ao ouvir ontem o depoimento da cozinheira Zildete Leite dos Reis, a CPI expôs-se a seu maior ridículo — e olha que essa CPI está recheada deles.

Zildete disse que trabalhou para o "comendador" Arcanjo, famoso e poderoso bandido de Mato Grosso, acusado de bancar boa parte da campanha do PSDB local.

Pois bem, Zildete afirmou à CPI que viu passarem pela casa apenas petistas (curioso, não?). Eles chegavam em jatinhos particulares e deixavam o local com malas cheias de dinheiro.

Quem também freqüentava a casa, segundo a cozinheira, era o Sombra, e ela viu e ouviu quando este combinou com o "comendador" a morte do prefeito Celso Daniel.

Só que na hora de reconhecer as pessoas, ela deixou o leite entornar, o feijão queimar e o bife solar... Confundiu alhos com bugalhos a tal ponto, que o senador Magno Malta (PL-ES) afirmou que para ele "ela disse 3% de verdade e 97% de mentira".

Mas eles esperavam o quê? Para a cozinheira escutar e ver isso tudo que ela afirma, o "comendador" - homem riquíssimo - teria que morar numa quitinete (para quem não sabe o que é isso, é um apartamento minúsculo onde sala e cozinha dividem o mesmo espaço). Ou então que todas as negociações fossem feitas na cozinha.

— Assassinato do prefeito? Perfeito, Sombra, mas vamos conversar ali na cozinha, que é um local certo para se falar de "presunto"... - diria o "comendador".

E como ela viu chegarem jatinhos e deputados saírem com malas cheias de dinheiro? O comendador os levava também até a cozinha? "Dinheiro quente", direto do forno, e "dinheiro frio", do freezer?

Se passasse por um detector de mentiras, ou um simples teste psicológico, a cozinheira estaria frita.

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