Datafolha: Só a oposição tem o que comemorar

Houve mudanças na última pesquisa do Datafolha sim. Ambas com notícias boas para a oposição a Lula. A primeira - já destacada por todos - foi a subida da candidata do PSOL, Heloísa Helena, de 6% para 10%. Além de receber um acréscimo de quase 70% das intenções de votos em sua candidatura, Heloísa deve estar comemorando a chegada à casa dos dois dígitos, o que a coloca psicologicamente em outro patamar para os eleitores. Ela agora está no páreo e as próximas pesquisas podem indicar até onde pode ir.

A outra notícia - esta estranhamente pouco comentada - é a queda de Lula na pesquisa espontânea. O presidente perdeu quatro pontos (de 35% para 31%). Alckmin perdeu um (de 15% para 14%, mas dentro da margem de erro, que é de 2%, para mais ou para menos) e Heloísa Helena subiu um (de 2% para 3%, também dentro da margem de erro). A taxa dos que não citaram um nome espontaneamente subiu oito pontos percentuais (de 36% para 44%). Por que o presidente teria perdido mais de 10% de seus votos na declaração espontânea?

Coincidentemente, esta última pesquisa foi feita após um período de hibernação de Lula. O fato deve servir de alerta aos estrategistas de sua campanha, que chegaram a compor um incrível decálogo (em seguida desmentido) em que propunham que numa disputa entre um candidato altamente popular e carismático e um outro de perfil técnico, o carismático ficasse quietinho no canto...

Os números do Datafolha mostram que a estratégia é completamente furada. Aliás, é só olhar as pesquisas em retrospectiva para perceber que toda vez que Lula teve alta exposição, sua candidatura cresceu.

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