O país dos 'indignados úteis'

"Lula e o mensalão, os males do Brasil são"
- Mantra dos Indignados úteis

Quando criei a expressão nunca imaginei que pessoas tão inteligentes, espertas, cultas e interessantes um dia parariam aqui neste blog. Mas, foi só eu fazer a postagem aqui abaixo sobre o divertido blog do Reinaldo Azevedo, para elas aparecerem. Como borboletas monarcas, chegaram aqui em panapaná. Sem cerimônia invadiram a área de comentários, mas, especialmente, entupiram minha modesta caixa postal com suas mensagens raivosas.

Muitos indignados por serem chamados de "indignados úteis" - embora a designação não atinja a todos. O "indignado útil" não é um indignado qualquer. Nem é - como eles parecem crer - todo aquele que critica o presidente e quer vê-lo longe do Palácio do Planalto, porque acha que Alckmin (ou outro candidato qualquer) será melhor para o país.

O "indignado útil" é uma categoria especial dentro da classe dos indignados. Guarda parentesco com o "inocente útil", usado como massa de manobra. Dois aspectos os diferenciam: primeiro, o "indignado útil" não tem nada de inocente; segundo, o "inocente útil" achava que agia para o bem do Brasil, já o "indignado útil" quer que o Brasil se dane, o que ele deseja é ferrar Lula e o PT - ou, no dizer honesto de seu porta-voz, "ver-se livre dessa raça pelos próximos 30 anos".

Se ainda não está claro, dou um exemplo de "indignado útil": Diogo Mainardi. Basta ler sua última coluna, onde ele declara que vai tapar o nariz e votar em Alckmin, mesmo achando que "Geraldo Alckmin é um mau candidato, tem um mau partido e, se eleito, será um mau presidente". O país que se dane, desde que Lula e o PT saiam do poder. Eis o "indignado útil".