Lula e Alckmin: Haverá ou não segundo turno?

Após os números do Ibope e do Datafolha anunciados ontem, com uma diferença de cinco pontos entre Lula e a soma dos demais, o que todo mundo quer saber é se a fatura já está liquidada, ou ainda é possível que haja um segundo turno.

Na minha opinião, a fatura já está liquidada. Acho que a tendência é que aumente a diferença que separa Lula dos demais, até o dia da votação. Porque muitos antigos eleitores de Lula, após descerem ao inferno, já se encontram no purgatório, começam a comparar um segundo mandato de Lula com um novo mandato para os tucanos e vão partir para o voto útil em Lula.

A esperança dos alckmistas é de que algum fato novo complique a vida do presidente. Mas os fatos novos estão vindo a favor de Lula. A descoberta de que o homem da mala, que levou dinheiro para os petistas patetas no Hotel Íbis, é o então coordenador da campanha de Mercadante, Hamilton Lacerda, afasta o escândalo de Lula. As trapalhadas do procurador de Mato Grosso, idem. As relações pra lá de comprometedoras entre Barjas Negri e Abel Pereira, e deste com os Vedoin, também (veja matéria da Folha de hoje a este respeito).

O que resta, então, aos alckmistas?
. Rezar para que chova torrencialmente no dia da eleição no nordeste. Mas a meteorologia indica tempo firme em toda a região.
. Rezar para uma nova trapalhada de petistas. Mas o atual coordenador, Marco Aurélio Garcia, desativou o "serviço de inteligência", e seus antigos integrantes brincam de jogar sorvete na testa, enquanto aguardam os pepinos que terão que descascar.
. Rezar para um possível tropeço do presidente no debate de hoje à noite na Globo. Mas não acredito que Lula compareça - embora ache que deveria fazê-lo. Porque todos os estudos mostram que os debates, na reta final de campanha, muito dificilmente modificam tendências de voto. Além do mais, a grande maioria dos eleitores de Lula, na hora do debate, estará dormindo, ou trabalhando. E não há mais espaço no Brasil para uma edição criminosa como a que houve, em 1989, no debate final Lula-Collor - embora, muitas vezes, a imprensa se esforce para isso.
. Resta aos alckmistas, então, rezar moderadamente: "nem fé de mais, nem fé de menos" - se é que me entendem.

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