terça-feira, 28 de novembro de 2006

Bill Gates quer pegar carona no programa do governo

A Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) divulgou um "levantamento" - como se fosse pesquisa - onde afirma que 73% dos compradores de PCs populares, através do programa “Computador para todos”, trocaram o sistema operacional Linux pelo Windows, em até 31 dias após a compra. E mais: na maioria dos casos, instalando produto pirata.

A solução que a Abes propõe é feita sob medida para tio Bill (também conhecido como Bill Gates, o homem mais rico do mundo, graças ao software proprietário - que ele patenteou sem pagar um tostãozinho aos que desenvolveram programas antes dele): a Associação quer que a escolha final seja feita pelo usuário, que decidiria entre Linux ou Windows. Com isso, o computador ficaria quase 50% mais caro, para os que optassem pelo produto da Microsoft.

Esquece-se a Abes que essa opção já existe. Ninguém é obrigado a manter o Linux no computador. Basta desembolsar uma grana pelo Windows. Mas o que a Abes quer (ou seria a Microsoft através da Abes?) é pegar carona num programa que já vendeu mais de 400 mil computadores e conta com incentivos do governo.

Tomara que o governo não embarque nessa. A Microsoft que corra atrás e faça um programa semelhante, que poderia se chamar "Computador para Todos, com Windows", com incentivos do próprio bolso. A opção do governo deve ser a de andar na direção oposta: fazer campanhas educativas, incentivando o uso do software livre. O que vocês acham?

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3 comentários:

  1. Traduzindo: o homem mais rico do mundo quer subsídios estatais do Brasil para ficar ainda mais rico. Aguardemos os editoriais favoráveis da imprensa responsável e vigilante do gasto público.

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  2. Anônimo28.11.06

    A imprensa é muito "amiga" da Microsoft para criticar qualquer coisa que a MS faça, i.e, anúncios publicitários da MS em todo lugar.
    Agora, a MS é uma empresa que visa lucro e não instituição de caridade, é problema dela que o Brasil é uma republiqueta de corruptos venáveis?

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  3. Sim, "é problema da MS que o Brasil é uma republiqueta de corruptos venáveis", pois a legislação dos EUA tipifica como crime a corrupção de autoridades de outros países.

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