terça-feira, 7 de novembro de 2006

A entrevista do marqueteiro de Lula

Leram a entrevista feita pelo Fernando Rodrigues com o marqueteiro da campanha de Lula, João Cerqueira de Santana Filho? Vale a pena. É bastante esclarecedora para todos aqueles que gostam de política, e especialmente de campanha política, mas nunca tiveram a oportunidade de participar de uma "por dentro".

Como afirmei várias vezes aqui, as campanhas no Brasil atingiram (especialmente as mais ricas) um tal grau de sofisticação, que não ficam nada a dever às de qualquer outra parte do mundo. Alguns números são realmente impressionantes:
Durante 77 dias sucessivos [João Santana] foi alimentado por pesquisas. A cada 24 horas, o instituto Vox Populi entrevistava 700 eleitores para a campanha do PT em todo o país. Ao mesmo tempo, também diariamente, oito grupos de 12 pessoas eram entrevistados por cerca de uma hora e meia por especialistas as chamadas pesquisas qualitativas. As 'qualis' eram transmitidas em vídeo, ao vivo, pela internet por meio de uma conexão segura para o microcomputador de Santana.
Em 77 dias, o publicitário de Lula teve a opinião, portanto, de 53,9 mil entrevistas quantitativas e de 7.392 qualitativas mais do que a maioria das teses universitárias que tentam entender o que pesam os eleitores brasileiros.

Vários aspectos da entrevista merecem comentários. Vou destacar um agora. Para Santana, o principal fator que provocou o segundo turno foi a ausência de Lula no debate da Globo. Concordo com ele, em parte. Acho que vários fatores provocaram o segundo turno, e publiquei aqui uma postagem sobre os 15 dias que abalaram Lula. Mas, pior que a ausência, foi a forma como ela aconteceu. Afirmei aqui: Ir ou não ao debate era uma prerrogativa do presidente. Mas deixar toda a imprensa na expectativa, que logo se propagou entre os eleitores, para somente em cima da hora anunciar o não comparecimento, foi um tiro no pé. Mostrou indecisão, vacilação, que logo se transformaram em "fraqueza" e "fuga", na boca dos adversários.. Foi um erro grosseiro da campanha, não assumido pelo marqueteiro - talvez porque tenha sido - como parece que foi - uma decisão "aloprada" do próprio Lula.

Agora, o Fernando Rodrigues fica devendo uma entrevista igual com Luiz Gonzalez, o marqueteiro de Alckmin. Seria importante bater as informações de Santana com a do marqueteiro do tucano. Tenho certeza de que vai dar pano para manga - como se dizia. Principalmente quanto às revelações dos institutos de pesquisas. Algo me diz que os números de um não batem com o do outro. Quem viver, verá.

E você que me lê, se ainda não viu a entrevista do João Santana, clique no link da postagem e trate de fazê-lo. Depois comente. Vou fazer outras postagens sobre ela. Tô na área de novo.

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4 comentários:

  1. Anônimo7.11.06

    Diz aí, e a grana emprestada pelo bnds para a telemar?????? só 2,4 bi, e a garantia soy jo...fio de bigode.viva a corrupção.

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  2. Anônimo7.11.06

    A entrevista é ótima. Pena que o Fernando Rodrigues torce as coisas sempre contra o Presidente e insiste em colocar na berlinda o ex FHC.
    E o pior, não posta comentários contrários a seu pensamento.
    No blog dele, não se tem liberdade de criticar. Discordou do seu pensamento, fica fora.
    Uma prova real de seu parcialismo.
    Bom retorno!

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  3. Anônimo7.11.06

    Ok, Mello lerei agora a entrevista. Está de volta para algria geral!

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  4. Anônimo8.11.06

    está é a ideia mais absurda que vi, se fosse de um polito do PT, provavelmente a imprensa diria : "isso fere os pricipios Democráticos e a liberdade de imprensa".

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