Botafogo 2, Torcida do Flamengo 2

A essa altura do campeonato, até o presidente Lula – que nunca sabe de nada – sabe que eu sou Botafogo. E, ontem, no primeiro tempo do primeiro jogo da decisão contra o Flamengo, poderíamos ter matado o jogo e praticamente definido o campeonato. Metemos dois a zero, e ainda houve um pênalti clamoroso – daqueles que até Stevie Wonder veria – não marcado, e a marcação de um impedimento inexistente, quando Lúcio Flávio partia sozinho para cima do goleiro.

Mas aí vem o segundo tempo. Antes de a bola rolar, o técnico Cuca, do Botafogo, deu uma declaração ao repórter da Globo. Ele disse que o Botafogo jogaria nas brechas que o Flamengo deixaria na defesa. O que significava que o “estrategista” Cuca havia combinado com os jogadores do Botafogo no intervalo, que eles deveriam atrair o Flamengo, aproveitar que buscariam o empate, para matar o jogo num contra-ataque. Na hora, tive um pensamento curto e grosso: fudeu.

Só quem não conhece a torcida do Flamengo – ainda mais a torcida do Flamengo numa final de campeonato – pode falar uma bobagem dessas. A torcida do Flamengo é maravilhosa. Ela transforma um Fio num Pelé, ela levanta qualquer defunto.

E, mais uma vez, foi o que se viu. Ela levantou aquele defunto time do Flamengo, que partiu para cima de um Botafogo que lhe era nitidamente superior, e só não virou o jogo por sorte e por falta de tempo. Mais uns cinco minutinhos de jogo e o resultado seria outro.

Vamos ver se dessa vez Cuca – e outros técnicos que viram o jogo – aprendem a lição. Contra o Flamengo – ainda mais numa decisão – só tem um jeito: encurralar seu time desde o início para calar a torcida. E seguir com ele encurraladinho e sua torcida caladinha, até o fim.

A torcida do Flamengo calada é música para os meus ouvidos.

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