Jornal do Brasil: '170 pilotos e comissários desistem da TAM'

Reportagem de Kayo Iglesias no Jornal do Brasil de hoje mostra uma grande debandada de funcionários da TAM, imediatamente após o acidente com o Airbus A320 da empresa, que hoje completa uma semana

O medo de voar depois da tragédia do Airbus já causou as primeiras baixas no quadro de profissionais da TAM. Uma mensagem interna da empresa a que o Jornal do Brasil teve acesso relata a comissários de bordo que alguns vôos podem parar por falta de tripulantes e pede que os que se encontram fora de escala retornem para preencher as vagas. Na correspondência, enviada sexta-feira, 20 de julho - três dias depois do acidente com o vôo 3054 - a Gerência de Tripulação de Cabine pede aos funcionários de outras rotas que entrem em contato com a chefia nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos.
Segundo relatos de profissionais da empresa, desde terça-feira cerca de 70 tripulantes, entre pilotos e comissários de bordo, pediram demissão. O departamento de recursos humanos da TAM registrou, segundo os relatos, mais de 100 pedidos de dispensa por licença médica para tratamento psicológico.

Até aí, problema da TAM. Mas, mais adiante, ainda na mesma reportagem, vem uma informação que soa como uma ameaça (o grifo é meu):

De acordo com uma comissária de bordo paulista, até os briefings, reuniões que são feitas antes das decolagens pela tripulação, passaram a contar com a presença de psicólogos contratados emergencialmente pela companhia aérea.
- Já tem tanta gente trabalhando regulamentado (acima da jornada determinada por lei), agora com falta de pessoal, então, vai ficar bem mais complicado - prevê.

Numa mesma frase duas informações importantíssimas: a de que há muita gente trabalhando além do estipulado e a de que a situação só tende a piorar.

Ainda segundo a reportagem, "a assessoria de imprensa da TAM contestou o número de baixas e prometeu para hoje um balanço das demissões e dispensas médicas desde a data da tragédia. Sobre o reescalonamento dos tripulantes, limitou-se a dizer que 'todo mundo está trabalhando' e que 'não há nenhum tipo de pressão'".

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