Vem aí o plebiscito nacional sobre a privatização da Vale

Veja-se o caso da Vale do Rio Doce. A empresa foi constituída em 1942. Cinqüenta e cinco anos depois, em 1997, ela era a maior mineradora mundial de minério de ferro, possuía a maior frota de navios transportadores de grãos do mundo, duas ferrovias com nove mil quilômetros de extensão, com 16% da movimentação de cargas do país, constituía um complexo de 54 empresas e sua receita havia crescido de R$ 198 milhões por ano, no início dos anos 70, para R$ 5,5 bilhões em 1995. Neste mesmo ano, o Instituto Brasileiro de Economia considerou a Vale a primeira entre as empresas nacionais. Tudo isso foi construído com dinheiro público, com recursos do povo brasileiro, portanto.

Pois bem, ela foi privatizada em 1997 por R$ 3,3 bilhões – que é menos do que ela obtinha por ano em 1995 e é menos do que ela lucra hoje em apenas três meses.

Trecho da entrevista do professor Ivo Lesbaupin, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, publicada no Instituto Humanitas Unisinos. Graduado em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, é mestre em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) e doutor em Sociologia pela Université de Toulouse-Le-Mirail, da França. (leia a entrevista completa no IHU On-line)

Além da questão da Vale, a entrevista do professor levanta outra, que gera inúmeros debates: afinal, o governo Lula a) mantém o status quo para implantar programas e políticas sociais, ou b) implanta políticas e programas sociais para manter o status quo?

Para o professor, a resposta certa é a alternativa b. Para mim, é a a. E para você? Participe da enquete aqui do Blog sobre o tema.

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