Mais uma vez, Bush vai lançar mão de uma guerra para melhorar sua posição junto ao eleitorado americano. E não se pode dizer nem dizer que Bush está sendo original nisso.
Antes dele, houve Lyndon Johnson, com o falso ataque de patrulhas vietnamitas ao USSMadox no Golfo de Tonkin.
Reagan, com o ataque errado ao vôo Iran Air 655.
Houve, é claro, o próprio Bush, com a desculpa esfarrapada das armas químicas no Iraque, que nunca existiram.
Agora o alvo é o Irã. Já mostrei aqui o ridículo da crise fabricada na semana passada, envolvendo umas lanchinhas iranianas, que não fariam frente nem à barca Rio-Niterói. E agora ainda foi confirmada a manipulação do vídeo americano no caso.
Em artigo publicado na Folha em 11 de abril de 2006 (aqui, para assinantes), Paul Krugman já havia advertido:
Como observou recentemente Joseph Cirincione, do Instituto Carnegie para a Paz Internacional, a administração [Bush] parece estar adotando no caso do Irã exatamente o mesmo roteiro que seguiu no Iraque: "O vice-presidente dos EUA profere um discurso importante focalizando a ameaça representada por um país petrolífero do Oriente Médio. O secretário de Estado diz ao Congresso que esse mesmo país representa nosso mais sério desafio global. O secretário da Defesa descreve esse país como a principal fonte de apoio do terrorismo global. O presidente o acusa de ataques a tropas americanas".
Não é exatamente isso que está acontecendo?
Portanto, Bush só está à procura de Tim Maia cantando “Me dê motivo” para começar a guerra contra o Irã.
Mas Bush é um democrata. Tirano – sabemos – é Hugo Chávez – pelo menos é o que acha nossa “grande imprensa”.
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