A revista Época desta semana traz a denúncia de que oito brasileiros já se acidentaram com uma armadilha que existe nos modelos Fox. Todos perderam a ponta do dedo quando foram rebater o banco traseiro para ampliar o espaço do porta-malas.
Rebater o banco traseiro do Fox não é uma operação complicada. O usuário deve puxar uma pequena alça flexível que fica presa a uma argola de metal na parte inferior do encosto. O problema é quando alguém ajusta o dedo na argola, (...). Ao ser destravado, o mecanismo aciona uma mola que puxa a argola para dentro, prendendo assim o dedo do usuário.
A pedido da revista, o engenheiro Márcio Montesani, diretor do Núcleo de Perícias Técnicas de São Paulo analisou o mecanismo e o manual do carro:
Há erro de projeto. O dispositivo induz o usuário a colocar o dedo instintivamente na argola, o que pode resultar em mutilação. E o manual deveria prevenir sobre falhas na operação. Dizer como proceder na ausência da alça.
Procurada pela reportagem, a Volkswagen achou pouco a perda da ponta de alguns dedos brasileiros (ah, se fosse nos Estados Unidos!...) e afirmou que nem pensa em fazer um recall do modelo.
Em mensagem enviada por e-mail, a assessoria de imprensa da montadora diz que a empresa estudou todos os acidentes e concluiu que o sistema está de acordo com as normas de segurança. O recall foi descartado. “Os procedimentos do manuseio do sistema de rebatimento encontram-se descritos no Manual do Proprietário”, diz.
Ou seja, não há problema no decepador de dedos nem no manual. O brasileiro tem é que deixar de ser burro e aprender a ler o manual corretamente.
Ou, radicalizando, o brasileiro tem mais é que deixar de ser burro e parar de comprar de empresas como a Volkswagen que tratam desse modo os consumidores de seus produtos.
Para finalizar, um detalhe importante. A reportagem informa que os modelos para exportação têm um sistema diferente e mais seguro, na avaliação do engenheiro Márcio Montesani.
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