'O Plano Real acabou derrotando o Lula duas vezes. Mas o Lula acabou criando um plano que eu chamo de imperial'

"É o império do bem, em que cerca de 80% a 90% das pessoas pelo menos subiram um degrau. Quem não comia passou a comer uma refeição por dia, quem comia uma refeição passou a fazer duas, quem nunca teve crédito passou a ter crédito, quem andava a pé passou a andar de bicicleta ou moto, quem tinha carro comprou um mais novo e quem nunca viajou de avião passou a viajar. Os industriais também estão felizes, vendendo o que nunca venderam. Os banqueiros idem."

São palavras do presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, que, em entrevista publicada na IstoÉ, afirmou que o Brasil já tem uma presidente: Dilma Roussef.

.

Alô, campanha do Mercadante, vá ouvir o Glauber Rodrigo Costa

Em vez de falar das ETECs tucanas, que tal o Minha Casa, Minha Vida, que está levando a oportunidade da casa própria a quem sempre sonhou com ela, mas nunca pensou em conseguir?

Não basta colocar o Lula no programa, tem que colocar o governo Lula, mostrar o que ele fez e faz pelo Brasil e que Mercadante vai fazer igualzinho em São Paulo.

Tem que entrevistar o Glauber Rodrigo Costa, personagem de uma reportagem de O Globo, que li no Blog do Favre e reproduzo a seguir:

“Nunca houve algo desse tipo. Vejo futuro para meus irmãos”

Bem distante da realidade dos pais

Técnico enfrenta barreiras, mas consegue a casa própria. Na adolescência, sonho distante

Leila Suwwan – O GLOBO

SÃO PAULO. Quando Glauber Rodrigo Costa começou a trabalhar como office boy, aos 15 anos, para ajudar a família e continuar estudando, achava que a casa própria era um plano longínquo. Hoje, aos 25, conseguiu comprar um apartamento, em construção, na Zona Leste da capital paulista, com subsídio do Minha Casa, Minha Vida. Descreve a conquista como uma mistura de ansiedade, satisfação e missão cumprida.

— Eu e minha namorada começamos a procurar um imóvel há um ano e meio. É um processo frustrante, que exige dedicação.

O périplo do técnico em comunicações incluiu dois fracassos. Primeiro, foi barrado na análise de crédito, que considerou o salário de R$ 1.200 insuficiente para a compra do apartamento de R$ 107 mil, pelo programa.

Na segunda vez, em um Feirão da Caixa, o casal conseguiu vencer a burocracia.

Mas faltaram R$ 5 mil para completar a entrada.

— Foi uma decepção terrível. Depois disso, fui procurar sozinho, para não frustrar a família. Tinha recebido uma promoção, passei a ganhar R$ 1.600, passei da barreira dos três salários mínimos, e essa foi minha porta de entrada — explicou Glauber. — Quando contei a novidade para minha namorada, ela ficou pálida, gaguejou, chorou. Vamos ficar noivos no fim do ano. Queríamos ter a casa para nos casar. Hoje, o aluguel fica em quase R$ 600, R$ 700. Vou pagar uma prestação de R$ 490.

Segundo Glauber, comprar a casa era algo que, durante sua adolescência, parecia distante. A economia era turbulenta, e ele tinha na memória a dificuldade que seu pai, hoje um taxista autônomo, teve para instalar a família em uma casa própria.

— Minha família se mudou com muito sacrifício para a casa que ainda estava no contrapiso. Demorou anos para ficar pronta. Hoje, acho que meus pais podem ter a sensação de missão cumprida. No meu trabalho, outros quatro também conseguiram.

Na avaliação de Glauber, o governo “dá a oportunidade”, mas cada pessoa precisa batalhar, juntar dinheiro e ter iniciativa: — Pelo plano do governo, a economia explodiu, está tudo crescendo, as construtoras, as empresas. Nunca houve algo desse tipo. Vejo futuro para meus irmãos.

Glauber diz que não tem tempo para acompanhar a política, com a jornada longa de trabalho e estudos. Mas ele acha que o programa e o caminho da economia têm de continuar.

.

Ou a campanha de Mercadante muda de tom ou o Chuchu ganha no primeiro turno


Não consigo entender o que está acontecendo nesta campanha, quando marqueteiros de Serra e de Mercadante elogiam governos que querem derrotar.

É mais ou menos como a história da saúva do Macunaíma de Mário de Andrade. Ou a campanha de Mercadante se cola no governo Lula e pendura FHC no Chuchu ou a vaca vai para o brejo, como a de Serra. Mesmo com todo o carisma e a aprovação de Lula e de seu governo.

Não há como ficar em cima do muro. Pior: ficar elogiando os governos tucanos em São Paulo, como vem fazendo a campanha de Mercadante.

No último programa, como nos três anteriores, a campanha de Mercadante elogiou as Escolas Técnicas tucanas. Não acredita? Confira aqui. Parece até a propaganda do Serra, em relação ao governo Lula. O Serra quer ser o pós-Lula e o Mercadante o pós-PSDB.

É um erro abissal. PT e PSDB não se misturam. Não devemos nos iludir com as últimas pesquisas,

A campanha de Mercadante não tem que se referir ao governo tucano, a não ser para falar dos pedágios, da queda na educação, do buraco no metrô, das privatizações de FHC.

É preciso pendurar FHC no pescoço de Alckmin. Mostrar que ele está isolado, mesmo dentro do partido dele, como ficou claro na última eleição para a prefeitura de São Paulo.

E pendurar Lula e Dilma no de Mercadante. Dizer que São Paulo merece crescer como o Brasil vem crescendo. Gerar empregos, como o Brasil vem gerando.

É preciso também surfar na onda Dilma, e mostrar que Lula é Dilma, Lula é Mercadante, Dilma é Mercadante. E São Paulo é Dilma e Mercadante.

Porque não basta o Mercadante crescer, o Chuchu tem que cair ao seu verdadeiro patamar, que ficou evidente na última eleição para a prefeitura de São Paulo, tão bem ilustrada nessa imagem que peguei no Blog DoLaDoDeLá, do meu xará Marco Aurélio Mello, que mostra o Chuchu almoçando sozinho, um dia antes da eleição.

Mercadante é Lula e é Dilma. São Paulo vai ter um governo como o do Brasil, com desenvolvimento, justiça social, crescimento econômico, distribuição de renda, jovens nas Universidades, fim das privatizações, valorização do funcionário público, obras, obras, e emprego. O resto é passado.

O Brasil está virando a página. São Paulo tem que virar também.

.

Roberto Marinho comprou a TV Globo de São Paulo por 35 dólares. Com documentação falsa. E o STJ confirmou a transação


‘Nessa nebulosa transação conduzida pessoalmente por Roberto Marinho, não existe um só ato regular, legal, legítimo, é tudo fraude’

São palavras do jornalista Helio Fernandes, comentando a decisão do STJ que considerou válida a compra da TV Globo de SP por Roberto Marinho, por inacreditáveis 35 dólares.

Leia a seguir o texto do jornalista, publicado na Tribuna da Imprensa:

Site do STJ: “é válida a compra das ações da TV Globo realizada nas décadas de 60 e 70”. O que o site do STJ não diz: a decisão pode complicar a situação da TV Globo no caso da usurpação da TV Paulista

Por unanimidade, a 4ª Turma do STJ, acompanhando voto do ministro João Otávio de Noronha, segundo o site daquele tribunal, validou o contrato de venda de 15.099 ações da Rádio Televisão Paulista S/A, (depois TV Globo de São Paulo), no valor total de Cr$ 60.396,00 (o equivalente a APENAS 35 DÓLARES), a Roberto Marinho, conforme suposto recibo de pagamento datado de 5 de dezembro de 1964 e reiterado em  23 de julho de 1975, referente a 52% por cento do capital social inicial daquela sociedade anônima.
Com esse argumento que chega a ser RIDÍCULO (acreditar que alguém comprou uma emissora de TV na maior cidade do país por 35 DÓLARES), o Superior Tribunal de Justiça negou provimento ao recurso especial interposto pelos herdeiros dos antigos acionistas da TV contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio que declarara prescrita a AÇÃO DECLARATÓRIA de Inexistência de Ato Jurídico ajuizada em 2001, que havia sido EQUIVOCADAMENTE julgada como se fosse AÇÃO ANULATÓRIA.
Na matéria que publiquei dia 19, analisando as possibilidades desse importante julgamento, registrei que, segundo o resultado, saberíamos “se ainda há juízes em Berlim”, perdão, em Brasília. E pelo visto, não há, ou é coisa rara, muito rara.
Segundo o site do STJ, a TV Globo argumentou que os atos cometidos por Roberto Marinho (procurações falsificadas, contrato nulo de compra e venda, e “montagem” de assembleias gerais extraordinárias) NÃO FERIRAM A LEI, alegando que “os mandatos outorgados a Oswaldo Junqueira Ortiz Monteiro (pelos acionistas parentes e falecidos Hernani Junqueira, Manoel Vicente da Costa e Manoel Bento da Costa) foram em causa própria e, por isso, não se extinguem com a morte das partes”.
Essa tese foi aceita pelo ministro-relator e demais ministros julgadores, tendo então ficado definida a validade do seguinte recibo que teria sido firmado por Oswaldo J. O. Monteiro, em 5 de dezembro de 1964, em favor do comprador da emissora:
RECIBO – Recebi do Dr. Roberto Marinho em moeda corrente que contei e achei exata, a importância de sessenta mil, trezentos e noventa e seis cruzeiros, pela cessão do total de 15.099 (quinze mil e noventa e nove) ações do capital inicial da Rádio Televisão Paulista S/A, do valor nominal de hum mil cruzeiros cada uma, relativamente aos meus substabelecimentos, na pessoa do mesmo, em 10/06/1962 de procuração de Hernani Junqueira Ortiz Monteiro cobrindo 5.000 (cinco mil) ações; nesta data, de procuração de Manoel Vicente da Costa cobrindo 2.700 (duas mil e setecentas) ações e de Manoel Bento da Costa cobrindo 2.000 (duas mil) ações, e finalmente, de procuração por mim outorgada ao mesmo nesta data, cobrindo 5.399 (cinco mil trezentos e noventa e nove) ações, para cumprimento final de acordos com Victor Costa Petraglia Geraldine ou sucessores. São Paulo, 5 de dezembro de 1964”.
Caramba. No volumoso processo, depois de ter ficado claro que as procurações tinham sido falsificadas, pois eram das décadas de 50 e 60, mas já traziam número de CIC (CPF), controle só criado na década de 70, e depois que a própria TV Globo ter admitido que não comprou de Oswaldo Junqueira Ortiz Monteiro a TV Paulista, mas sim de Victor Costa Petraglia Geraldine Jr, que recebeu o equivalente a 2 MILHÕES DE DÓLARES (para vender o que não lhe pertencia, pois jamais tivera uma só ação da empresa), o relatou diz que não foi assim.
O excelso ministro Noronha, portanto, foi mais realista do que o rei, perdão, do que o próprio Roberto Marinho, que estava vivo, e muito vivo, quando a ação judicial se iniciou. Nos autos deste processo, repita-se, registre-se, ressalte-se, A GLOBO CONFESSOU QUE NÃO COMPROU A EMISSORA MEDIANTE RECIBOS E PROCURAÇÕES.
Mas agora, no STJ, é Sua Exa. o relator João Otávio de Noronha (nunca foi juiz, entrou no tribunal pelo chamado quinto constitucional) que muda tudo e diz que o negócio não foi como a própria Globo diz ter acontecido, mas sim como ele prefere, mediante os recibos e procurações. Por quê?
Ora, Dr. Noronha saiu por esta “vereda da salvação” porque há no processo uma perícia irreal, leviana e despudorada, que alega serem os documentos válidos. Essa perícia, totalmente comprometida com os interesses de Marinho e da TV Globo, não levou em consideração nenhuma da fraudes insanáveis contidas nos documentos: 1 – Nenhum dos papéis exibidos à Justiça pela Globo são originais, tratava-se de cópias, e qualquer estudante de Direito sabe que não se pode declarar a validade de cópias, sem confronto com original. 2 – Muitos documentos, sequer tinham assinaturas e datas. 3 – Em várias procurações, consta nº de CIC (CPF) que ainda nem existia. 4 – O representante de Roberto Marinho era Luiz Eduardo Borgerth, e nas procurações, quando teria apenas 21 anos, ele já aparecia como “advogado, desquitado” e residente no endereço onde a Globo só iria se instalar décadas depois. 5 – Há documentos, datados das décadas de 50 e 60, daligrafados com máquinas que não existiam na época.
A perita (?) alegou que os documentos eram válidos porque HAVIA A INTENÇÃO DE SER FEITO O NEGÓCIO. E o “relator” e os outros 3 “ministros” agora seguiram o patético parecer da perita, que nos autos foi fulminado pela investigação independente do renomado Instituto Del Picchia de Documentoscopia.
O relator e seus seguidores (?) não prestou atenção em nenhum detalhe que não interessasse à TV Globo. Pelo contrário, nem reparou que, pouco antes desse “pretenso negócio” com a família Ortiz Monteiro, “celebrado” a 5 de dezembro de 1964, Marinho já tinha comprado de Victor Costa Junior, em 9 de novembro de 1964, por cerca de DOIS MILHÕES DE DÓLARES, os mesmos 52% do capital social da Rádio Televisão Paulista S/A, que, 28 dias depois, voltaria a comprar da família Monteiro por apenas 35 DÓLARES.
Assim, primeiro comprou por 2 milhões de dólares, alguns dias depois comprou de novo por 35 dólares. Se esta estória fosse contada a uma criança, ela não acreditaria. Mas os doutos e sábios “ministros” do STJ acham isso possível. Escrevem essas conclusões num acórdão e assinam embaixo. São juízes de muita coragem, não há dúvida.
Pois bem, vamos continuar no raciocínio que existe nos autos, está tudo lá, basta ter vontade de saber o que aconteceu. Os quatro “ministros” não perceberam uma TENEBROSA CONTRADIÇÃO. Se Roberto Marinho já tinha comprado essas 15.099 ações DUAS VEZES, nos dias 9 de novembro e 5 de dezembro de 1964,  porque na Assembléia Geral Extraordinária, convocada por Victor Costa Junior para 10 de fevereiro de 1965, Marinho participou apenas na condição de “pretendente a subscritor do aumento de capital” e não como acionista controlador. Respondam, se puderem.
Nessa nebulosa transação conduzida pessoalmente por Roberto Marinho, NÃO EXISTE UM SÓ ATO REGULAR, LEGAL, LEGÍTIMO, é tudo fraude, farsa, manipulação grotesca e amadora, incluindo dissimuladas e ardilosas manobras de bastidores, como a convocação dessa Assembleia Geral Extraordinária por meio DE UM ANÚNCIO DE APENAS SEIS CENTÍMETROS, publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo, que ninguém viu ou leu.
Estranhamente, Roberto Marinho compareceu à suposta Assembleia na condição de pretendente a subscritor do aumento de capital e não como acionista. Victor Costa Junior, que não era acionista, atuou como presidente, dirigiu os trabalhos. E pasmem: dos 673 acionistas, compareceu apenas Armando Piovesan, funcionário da emissora e titular de duas ações, e que  também representava os mesmos acionistas que em 5 de dezembro de 1964 (SEGUNDO O STJ) já teriam cedido todos os seus direitos societários para Roberto Marinho e que, portanto, não poderiam outorgar procuração a Armando Piovesan: Hernani Junqueira Ortiz Monteiro, Manoel Vicente da Costa, Manoel Bento da Costa (falecidos) e Oswaldo Junqueira Ortiz Monteiro.
Tratava-se de convocação para deliberar sobre conveniência de aumento de capital social, mediante utilização de saldos credores. Advertia, todavia, que as deliberações, na forma da lei, ficariam em suspenso e somente teriam eficácia “depois de aprovadas pelas autoridades governamentais competentes, a cujos pronunciamentos permanecerão expressamente condicionadas e dependentes e sem o que não terão validade, nem serão levadas ao registro de comércio”. Mesmo assim, Marinho levou 12 anos para submeter às autoridades a transferência da concessão.
Sobre esses graves fatos, pois em verdade a indigitada Assembleia se instalou sem quorum algum (se é que se instalou), o Ministério Público Federal, em procedimento administrativo assim se manifestou:
“Há notícia, nos referidos autos, de uma Assembléia Geral Extraordinária, em 10 de fevereiro de 1965, para deliberação do aumento do capital social. Consta da Ata da Assembléia, que Roberto Marinho (não sendo oficialmente acionista) subscreveu o referido aumento, havendo registro de que ninguém mais se interessou em fazê-lo. Consta do documento que Armando Piovesan teria procuração para representar Oswaldo Junqueira Ortiz Monteiro, Hernani Junqueira Ortiz Monteiro, Clélio Marmo e Manoel Bento da Costa. Para os demais acionistas minoritários, possuidores de 48% do capital social, não há registro de que teriam participado da Assembléia ou de que foram representados.
Ocorre que Armando não poderia ter representado Hernani, porque este, à época dos fatos (10/02/65), já  havia falecido (23/06/62). Este fato, também fez com que a procuração outorgada a Oswaldo tivesse perdido a validade.
Frisa-se que se o ato da transferência das ações, datado de 05/12/64, tivesse realmente ocorrido, Armando não precisaria agir em nome dos acionistas primitivos porque as ações já pertenceriam a Roberto Marinho”.
E mais: nos autos há  uma procuração pessoal de Oswaldo Junqueira em favor de Roberto Marinho e também datada de 5 de dezembro de 1964, transferindo-lhe as suas 5.399 ações pessoais, o que mais complica a participação de Armando Piovesan na AGE de 10 de fevereiro de 1965, como procurador dos acionistas majoritários mortos e de Oswaldo, que antes disso (SEGUNDO O STJ) já teria outorgado plenos  poderes a Roberto Marinho.
***
PS – Como vimos, ao Ministério Público Federal não passou despercebida a TENEBROSA CONTRADIÇÃO levantada nos autos e agora explicitada aqui. Porém, nenhum dos “ministros” do STJ percebeu nada.
PS2 – Portanto, se não há mais juízes em Berlim, perdão, em Brasília, sabemos que, pelo menos, há juristas no Ministério Público Federal, por onde, queiram ou não, essa questão acabará passando, mesmo que seja por ação civil pública sobre a concessão irregular da emissora.
PS3 – Outra contradição: se era legalmente dono da emissora, porque Roberto Marinho demorou 12 anos para legalizar a troca da concessão, quando a legislação obriga que a transferência seja autorizada previamente pelo Governo, ANTES DA COMPRA E VENDA.
PS4 – Se, como decidiu o STJ, “é válida a compra das ações da TV Globo realizada nas décadas de 60 e 70”, com documentos anacrônicos, segundo o Instituto Del Picchia de Documentoscopia, por que Roberto Marinho, Victor Costa Junior e Armando Piovesan, ignoraram esse direito e promoveram uma Assembleia totalmente viciada?
PS5 – Os advogados da Globo, ao contrário do que se pensa, saíram apreensivos do julgamento no STF. A versão considerada como “ato jurídico perfeito” pelos “ministros” na verdade é prejudicial á TV Globo, porque a concessão foi outorgada a Roberto Marinho mediante o contrato (sem valor) com Victor Costa Jr, e não houve anexação de nenhum recibo assinado por Ortiz Monteiro.
PS6 – Ainda há um longo caminho jurídico a percorrer, já que o “acórdão” do STJ, sem dúvida, sairá repleto de inconstitucionalidades, a começar pela mudança de AÇÃO DECLARATÓRIA para AÇÃO ANULATÓRIA.
PS6 – É uma novela eletrizante. Aguardem os próximos capítulos, perdão, comentários. E já que a decisão do STJ deu realce especial ao trabalho da perita, que validou os documentos tidos como falsos, logo logo, vamos voltar especificamente a esse tema.

.

Ajude o Mello a tocar o blog. Faça uma assinatura. É seguro, rápido e fácil
Apenas R$ 10. Todos os cartões são aceitos. Você pode cancelar a assinatura a qualquer momento


Plim-Plim. A Globo vence mais uma: STJ decide que é válida a compra das ações da TV Globo de SP realizada nas décadas de 60 e 70

Enfim, ontem foi julgado o caso em que a Rede Globo poderia perder a TV Globo de São Paulo. A notícia completa você pode ler aqui, no site do próprio STJ.

Se você não sabe do que trata o assunto, reproduzo postagem aqui do blog de fevereiro de 2008:

Rede Globo pode perder TV Globo de São Paulo


Está nas mãos da Justiça o futuro da TV Globo de São Paulo.

A 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça vai analisar o recurso no qual a família Ortiz Monteiro tenta retomar o controle acionário da TV Globo de São Paulo (ex-Rádio e Televisão Paulista S/A). O ministro João Otávio Noronha acolheu um Agravo de Instrumento ajuizado pela defesa da família e determinou a subida do Recurso Especial. Não há data marcada para o julgamento.

Esta informação do Consultor Jurídico vem acrescida de outras, retiradas do processo e que mostram fraudes nos documentos de compra da emissora da Rede Globo. Para ficar apenas nas provas técnicas:

O conceituado Instituto Grafotécnico Del Picchia, de São Paulo, contratado para examinar as procurações e substabelecimentos juntados aos autos do processo por Roberto Marinho e TV Globo afirmou categoricamente que "constam dos citados documentos elementos inexistentes às épocas consignadas, isto é, temos a presença de ANACRONISMOS INTRANSPONÍVEIS". E prossegue o laudo pericial: "Em parcas linhas, considera-se anacronismo intransponível aquele onde fato futuro está referido em documento com data anterior à sua existência ou ocorrência".

"diante do anacronismo intransponível, presente e comprobatório da falsidade tanto das vias carbonadas como das vias xerocopiadas, PRATICAMENTE DESNECESSÁRIAS OUTRAS PROVAS TÉCNICAS, existentes em abundância nas pouco habilidosas fabricações de documentos COM DATAS ESPÚRIAS , agora limitadas aos originais das vias carbonadas".

Ainda o laudo pericial do Instituto Del Picchia: "Por conseguinte, diante dos fatos técnicos expostos e demonstrados, sem embargo de eventuais exames dos originais das peças xerocopiadas poderem trazer novos e mais abundantes, porém, despiciendos elementos demonstrativos da FALSIDADE, justifica-se a inicialmente sintetizada e ora repetida conclusão pericial:

São falsas as datas de 1953 e 1964, consignadas na procuração e substabelecimentos questionados, haja vista que:
a) - os 5 documentos, em especial, as vias carbonadas cujos originais físicos foram exibidos, ofertaram provas materiais de produção concomitante, de lavra conjunta;
b)- os documentos em tela FORAM PRODUZIDOS, EFETIVAMENTE, entre 1974 e 1975
".

.

Primeira pergunta do questionário do Otavinho 'Ditabranda' Frias para quem quer ser presidente do Brasil: - Do you speak english?

Li no Azenha essa história que mostra a mentalidade colonizada de parte da chamada elite. Reproduzo:

Em comício no MS, Lula ataca diretor da ‘Folha de S. Paulo’
24 de agosto de 2010 • 23h33 • atualizado em 25 de agosto de 2010 às 02h30
Claudio Leal
Direto de Campo Grande (MS)
no Terra
No comício em Campo Grande (MS), na noite desta terça-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou o publisher da Folha de S. Paulo, Otávio Frias Filho, por um episódio ocorrido em 2002, quando foi cobrado, em almoço no jornal paulista, por não falar inglês. Em elevados decibéis, ao lado dos candidatos Dilma Rousseff e Zeca do PT, Lula criticou os que o viam como “cidadão de segunda classe ou verdadeiro vira-lata”.
“Me lembro como se fosse hoje, quando eu estava almoçando com a Folha de São Paulo. O diretor da Folha de São Paulo perguntou pra mim: “O senhor fala em inglês? Como é que o senhor vai governar o Brasil se o senhor não fala inglês?”… E eu falei pra ele: alguém já perguntou se Bill Clinton fala português? Eles achavam que o Bill Clinton não tinha obrigação de falar português!”, alvejou. A plateia o interrompeu, com gritos e aplausos. “Era eu, o subalterno, o colonizado, que tinha que falar inglês, e não Bill Clinton o português!”.
“Houve uma hora em que eu fiquei chateado e me levantei da mesa e falei: eu não vim aqui pra dar entrevista, eu vim aqui pra almoçar… Levantei, parei o almoço… E fui embora”, prosseguiu. “Quando terminou o meu mandato, Zeca… terminei sem precisar ter almoçado com nenhum jornal! Nunca faltei com o respeito com a imprensa… E vocês sabem o que já fizeram comigo…”, encerrou o presidente.

Inacreditável é a manchete que o Terra escolheu: Em comício no MS, Lula ataca diretor da ‘Folha de S. Paulo'.

Lula ataca? Como assim, cara-pálida?

Com a imensa aprovação de seu governo, Lula mostrou que a língua que o presidente tem que saber falar é aquela que falam os brasileiros. Porque só quem entende o que o povo fala é capaz de governar para ele. Como Lula.

.

O fim da Era do Aquário e o início da Era da Rede. Íntegra do discurso do ministro Franklin Martins na inauguração da TVT

Excelente discurso do ministro Franklin Martins, abordando os novos tempos que vive o jornalismo e que muitos ainda teimam em ignorar.

É o novo que nasce, enquanto o velho agoniza, se apega ao passado, que já não volta mais. Com a internet, a velha mídia ou se adapta, ou morre.

Bom, eu vou dispensar a nominata, ter que citar nominalmente aqui cada uma das pessoas presentes, para ganhar um pouco de tempo.

Mas, queria dizer que hoje é um dia especial e que deve ser guardado de forma especial por todos vocês e por quem está em casa, também, assistindo a TVT.

Quando, em 1978, [19]79, os metalúrgicos de São Bernardo e os metalúrgicos do ABC se levantaram por melhores salários, fizeram greves, assembleias, se levantaram por liberdade sindical, pela democracia, muitas vezes nas suas assembleias eles não tinham sequer um grande equipamento de som, e a palavra era passada para frente por ondas de trabalhadores que falavam para os outros. Isso tem 32, 31 anos e agora os trabalhadores, aqui, tem uma TV que vai poder levar muito mais longe, pelas ondas eletromagnéticas, a palavra dos trabalhadores, o olhar dos trabalhadores, a sensibilidade dos trabalhadores para os grandes problemas nacionais e para os problemas do mundo.

É uma tremenda conquista, é uma tremenda conquista, mas que também mostra como às vezes as conquistas são lentas no Brasil porque são 32 anos para que isso tenha se realizado e 22 anos, desde a Constituição de [19]88, que estabeleceu, num outro artigo – não é o 220, eu também não sabia o número. Eu sou péssimo para números – que estabeleceu, no artigo 223, que a rádio Difusão deve ser encarada de forma complementar entre o setor comercial, o setor estatal e o setor público. E a TVT é um típico exemplo de TV pública, de comunicação pública.

Então, acho que é muito importante a gente ver a conquista e ver os desafios que tem pela frente, quer dizer, os desafios de fazer uma boa televisão e os desafios, principalmente, de fazer uma televisão numa época tão interessante para a comunicação.

Eu, como jornalista, posso dizer, como um velho jornalista que tem muito tempo de janela em matéria de jornal – eu fiz todo tipo de imprensa que vocês podem pensar e imaginar, eu fiz –, eu vejo esse momento do jornalismo hoje em dia com extraordinário otimismo, não pelo que se faz, mas pelas extraordinárias possibilidades do que se pode fazer, porque nós estamos assistindo ao fim de uma era no jornalismo e ao início de outra.

No jargão das redações, onde fica o comando das redações, o comando das redações é chamado de “aquário”. Nós vivemos um modelo de jornalismo, desde o início, quase, que do jornalismo, que era o jornalismo da Era do “aquário”, comandado pelo “aquário”, onde o que tinha importância era a opinião do “aquário”. Tudo bem, muitas vezes a dos jornalistas que brigavam dentro das redações para fazer o melhor jornalismo possível e conseguiam através de um processo de pressão de cá, pressão de lá, porque as redações são um grande caldeirão, conseguiam muitas vezes também botar a sua marca no que saía no jornal, na televisão, no rádio. Mas, quem manda nessa Era, é o “aquário”. E, o que caracteriza essa Era? Você tem um núcleo ativo de produção de informação e uma massa passiva de consumidores de informação: o Olimpo e, lá embaixo, o resto. Essa Era do Aquário está acabando, felizmente. E nós estamos entrando no jornalismo da Era da Rede, onde, graças à internet, graças à digitalização, o aquário não fica mais tão isolado. Sai uma notícia e essa notícia pode ser discutida, debatida, verificada, consolidada. Pode também ser negada. Ou seja, não temos mais um centro ativo produtor de informações e uma massa passiva de consumidores de informação. Nós temos hoje em dia os consumidores de informação também sendo ativos, também sendo produtores de informação. Isso eu chamo uma revolução, nós estamos só começando, incomoda muito, incomoda muita gente que estava acostumada a ficar no Olimpo, mas isso é inevitável, está acontecendo no mundo todo, está acontecendo no Brasil e isso é muito bom. É muito bom para nós jornalistas que podemos fazer um jornalismo melhor. Mas é muito bom para a população que pode ter acesso a um jornalismo melhor e pode contribuir com um jornalismo melhor.”

Eu acho que a TVT tem o desafio de estar nascendo nesse momento de transformação e de transição. Isso quer dizer que ela tem que olhar para a frente. Não achar também que são os dirigentes sindicais, os dirigentes que sabem tudo. Também não. É se abrir para a rede, se abrir para o que vem de fora, se abrir para o novo, porque é possível fazer melhor do que se faz. Eu acho que esse é o grande desafio de vocês.

Muito obrigado.

.

World está menos wonderful com a morte de George David Weiss, autor de ‘What a Wonderful World’

Mais informações aqui, enquanto eu canto e lamento junto com LA.




.

Aviso à Blogosfera: Não confundam o governo Lula com o governo Cabral. No Rio, o PIG é Cabral

500 milhões de reais em propaganda fazem com que no Rio a imprensa se comporte como a gaúcha, em relação aos escândalos do governo Yeda Crusius.



.

Morte de Getúlio. Já naquela época o povo sabia quem era seu inimigo: O Globo, golpista desde sempre

Em 24 de agosto de 1954, o presidente Getúlio Vargas deu um tiro no próprio peito, pondo fim à perseguição que lhe faziam políticos opositores e a mídia. À frente, O Globo, comandado por Roberto Marinho.

Logo após a divulgação do suicídio de Getúlio, há 56 anos, “caminhões de entrega do jornal oposicionista O Globo foram queimados pela multidão enfurecida” (“Brasil: de Getúlio a Castelo”, Thomas Skidmore, pg.180).

Como se vê, não é de hoje que O Globo é golpista. Também não é de hoje que o povo sabe disso.

E contra o que luta a Globo? A Carta Testamento de Getúlio, reproduzida a seguir, responde. E mostra que há 56 anos O Globo (hoje Organizações Globo) continua(m) o(s) mesmo(s).

Mais uma vez, a forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.

Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.

Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.

Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.

Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.

E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.


.

Poder da blogosfera não vem de hoje. Leia 'Denúncia do Blog do Mello faz Globo recuar'

Foi em janeiro do ano passado que a montanha se moveu. Não foi a primeira vez. Mas essa foi emblemática.

Em 21 de janeiro de 2009, escrevi aqui Aviso Importante: Não alimente o PIG, seja a mídia. Eu denunciava as relações draconianas que as Organizações Globo impunham aos que enviassem fotos, vídeos ou textos para o chamado Eu-Repórter.

Quem disse que a montanha não se move? Pois o termo de adesão foi mudado. A montanha se moveu e corrigiu os absurdos do contrato anterior.

Repito postagem de 8 de fevereiro do ano passado:

Critiquei fundamentalmente três aspectos. Todos foram modificados. Agora, há até o compromisso de pagamento pelo trabalho (sabe aquele negócio do sistema capitalista de você receber uma remuneração pelo trabalho? Pois é, agora vale no contrato do Eu-Repórter, o que antes não acontecia, era tudo de-grátis). Vou repetir como era e como ficou.

Como era [os grifos são meus]:


3. - Cessão de Direitos - Pelo presente termo, o colaborador devidamente identificado e cadastrado no endereço eletrônico www.oglobo.com.br transfere à Infoglobo, a título gratuito e por prazo indeterminado, os direitos sobre as obras artísticas, fotográficas, audiovisuais e literárias que tenha encaminhado para o Projeto "Eu-Repórter", autorizando a sua utilização e reprodução, total ou parcial, em qualquer mídia ou meio físico, visual ou sonoro, inclusive eletrônico, cabo, fibra ótica, satélite, ondas e quaisquer outros existentes ou que venham a existir [querem ganhar até sobre o que ainda não existe!], e compreendendo, exemplificativamente, as seguintes atividades: publicação, comunicação, reprodução, divulgação (inclusive em seus produtos e campanhas de propaganda e de publicidade), oferta a terceiros (inclusive pela internet), exposição, edição, reedição, emissão, transmissão, retransmissão, comercialização, distribuição, circulação, tradução para qualquer idioma (com ou sem legendas), realização de versões e derivações, restauração, revisão, atualização, adaptação, inclusão em produção audiovisual, radiodifusão sonora e visual, exibição audiovisual e por processo análogo, inclusão em base de dados, armazenamento em computador, microfilmagem e demais formas de armazenamento do gênero.

3.1. O colaborador cede e transfere à Infoglobo, em caráter exclusivo, definitivo, irrevogável, irretratável e sem qualquer ônus, todo e qualquer direito patrimonial de autor relativo ao material encaminhado ao Projeto "Eu-Repórter", para utilização em território nacional e no exterior, concordando com que a obra cuja titularidade declara deter seja utilizada em associação com outros textos, títulos, documentos, gráficos e demais materiais de propriedade da Infoglobo, sendo possível a alteração do formato de textos, por exemplo, desde que inalterado o conteúdo principal.

3.2. O colaborador concorda e aceita que, em decorrência da cessão de direitos patrimoniais em questão, a Infoglobo transmita a terceiros, do seu grupo econômico ou não, os direitos ora cedidos, por cessão ou concessão, total ou parcialmente, de forma gratuita ou onerosa, mas sempre para as finalidades constantes da cláusula 3 supra.

Agora vem a parte mais incrível do contrato. Repare só:


3.3. A exclusividade de que se investe a Infoglobo será oponível mesmo contra o próprio colaborador, que não poderá reproduzir a obra cedida ao Projeto "Eu-Repórter" por qualquer forma ou a qualquer título, notadamente publicá-las, fornecê-las e comercializá-las a terceiros, a não ser para fins particulares e de caráter não econômico.

Você perde até o direito de publicar aquilo que originalmente era seu, e que deixou de ser, e, portanto, você poderá ter até que pagar para ter acesso a ele.

Como ficou [os grifos continuam sendo meus]:


3.1 Ao remeter conteúdos produzidos pelo USUÁRIO, o mesmo concede uma licença não exclusiva [ou seja, você não perde os direitos sobre seu material, como antes], gratuita, não revogável, global e perpétua à INFOGLOBO, para que a mesma divulgue e/ou exponha tais conteúdos livremente no site O Globo e em veículos de imprensa da INFOGLOBO e/ou das demais empresas que compõem as chamadas ORGANIZAÇÕES GLOBO, para quaisquer finalidades, podendo ainda fixá-los e armazená-los em ambientes eletrônicos e/ou quaisquer suportes aptos à gravação e leitura de informações eletrônicas incluindo, mas não se limitando à ambientes na Internet, Intranets, demais redes públicas ou privadas de dados, dispositivos móveis tais como celulares e dispositivos de mão, computadores e aparelhos com capacidade de processamento de informações, mídias físicas como CDs, DVDs, cartões de memória, discos rígidos ou quaisquer outros suportes à informação eletrônica, assim como mídias tradicionais como TV e papel impresso e assemelhados.

3.2 O USUÁRIO igualmente concorda que a INFOGLOBO poderá comercializar com terceiros que não componham as chamadas ORGANIZAÇÕES GLOBO os conteúdos que houver submetido ao serviço Eu-Repórter. Nestes casos o USUÁRIO fará jus a um pagamento equivalente à metade do valor de aquisição do conteúdo efetivamente pago pelo terceiro, em até sessenta dias da data de referida transação.

Alguém aí ainda duvida do poder da blogosfera?

Escrito hoje: No próximo final de semana teremos o Encontro do Blogueiros em São Paulo. Vou estar lá. E você? Apareça.

.

Hoje, há 41 anos, começava o Festival de Woodstock. Veja apresentação completa de Jimi Hendrix

E também várias imagens do público daquele inesquecível Festival.



É a apresentação completa. Se quiser baixar o arquivo, use o DownloadHelper.

.

'Não: Não quero nada. Já disse que não quero nada. Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer'

Fernando Pessoa (geminiano como eu, só que do dia 13, quando sou de 12), via Álvaro de Campos:

Lisbon Revisited
(l923)

NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!

.

'Não sei por onde vou, Não sei para onde vou. Sei que não vou por aí!'

Cântico negro

José Régio


"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

.

Serra e Alckmin são campeões: produziram a mais infame peça de campanha de todos os tempos

Usar crianças de uma escola de São Paulo como material de propaganda, já seria repugnante. Mas não há nada que esteja tão ruim que os tucanos não consigam piorar.

O patético "diretor" corrigindo as crianças que gritavam "Lula, Lula" e as incentivando a gritar Geraldo (o Alckmin, ou picolé de chuchu) e Serra (o vampiro caçador de cabeças de jornalistas que o criticam) é, como diria o Macalé, "nojento". Vai ficar para a história das campanhas políticas como uma das mais desprezíveis manipulações de todos os tempos. Confira:



.