Íntegra da entrevista com Julian Assange, do WikiLeaks, em que ele responde a perguntas de internautas brasileiros

Esta entrevista está sendo publicada neste mesmo instante por vários blogs. E exclusivamente por eles. É fruto de uma ideia da jornalista Natalia Viana, divulgadora oficial do WikiLeaks no Brasil.

Vários internautas - O WikiLeaks tem trabalhado com veículos da grande mídia – aqui no Brasil, Folha e Globo, vistos por muita gente como tendo uma linha política de direita. Mas além da concentração da comunicação, muitas vezes a grande mídia tem interesses próprios. Não é um contra-senso trabalhar com eles se o objetivo é democratizar a informação? Por que não trabalhar com blogs e mídias alternativas?
Por conta de restrições de recursos ainda não temos condições de avaliar o trabalho de milhares de indivíduos de uma vez. Em vez disso, trabalhamos com grupos de jornalistas ou de pesquisadores de direitos humanos que têm uma audiência significativa. Muitas vezes isso inclui veículos de mídia estabelecidos; mas também trabalhamos com alguns jornalistas individuais, veículos alternativos e organizações de ativistas, conforme a situação demanda e os recursos permitem.
Uma das funções primordiais da imprensa é obrigar os governos a prestar contas sobre o que fazem. No caso do Brasil, que tem um governo de esquerda, nós sentimos que era preciso um jornal de centro-direita para um melhor escrutínio dos governantes. Em outros países, usamos a equação inversa. O ideal seria podermos trabalhar com um veículo governista e um de oposição.

Marcelo Salles – Na sua opinião, o que é mais perigoso para a democracia: a manipulação de informações por governos ou a manipulação de informações por oligopólios de mídia?
A manipulação das informações pela mídia é mais perigosa, porque quando um governo as manipula em detrimento do público e a mídia é forte, essa manipulação não se segura por muito tempo. Quando a própria mídia se afasta do seu papel crítico, não somente os governos deixam de prestar contas como os interesses ou afiliações perniciosas da mídia e de seus donos permitem abusos por parte dos governos. O exemplo mais claro disso foi a Guerra do Iraque em 2003, alavancada pela grande mídia dos Estados Unidos.

Eduardo dos Anjos - Tenho acompanhado os vazamentos publicados pela sua ONG e até agora não encontrei nada que fosse relevante, me parece que é muito barulho por nada. Por que tanta gente ao mesmo tempo resolveu confiar em você? E por que devemos confiar em você?
O WikiLeaks tem uma história de quatro anos publicando documentos. Nesse período, até onde sabemos, nunca atestamos ser verdadeiro um documento falso. Além disso, nenhuma organização jamais nos acusou disso. Temos um histórico ilibado na distinção entre documentos verdadeiros e falsos, mas nós somos, é claro, apenas humanos e podemos um dia cometer um erro. No entanto até o momento temos o melhor histórico do mercado e queremos trabalhar duro para manter essa boa reputação.
Diferente de outras organizações de mídia que não têm padrões claros sobre o que vão aceitar e o que vão rejeitar, o WikiLeaks tem uma definição clara que permite às nossas fontes saber com segurança se vamos ou não publicar o seu material.
Aceitamos vazamentos de relevância diplomática, ética ou histórica, que sejam documentos oficiais classificados ou documentos suprimidos por alguma ordem judicial.

Vários internautas - Que tipo de mudança concreta pode acontecer como consequência do fenômeno Wikileaks nas práticas governamentais e empresariais? Pode haver uma mudança na relação de poder entre essas esferas e o público?
James Madison, que elaborou a Constituição americana, dizia que o conhecimento sempre irá governar sobre a ignorância. Então as pessoas que pretendem ser mestras de si mesmas têm de ter o poder que o conhecimento traz. Essa filosofia de Madison, que combina a esfera do conhecimento com a esfera da distribuição do poder, mostra as mudanças que acontecem quando o conhecimento é democratizado.
Os Estados e as megacorporações mantêm seu poder sobre o pensamento individual ao negar informação aos indivíduos. É esse vácuo de conhecimento que delineia quem são os mais poderosos dentro de um governo e quem são os mais poderosos dentro de uma corporação.
Assim, o livre fluxo de conhecimento de grupos poderosos para grupos ou indivíduos menos poderosos é também um fluxo de poder, e portanto uma força equalizadora e democratizante na sociedade.

Marcelo Träsel - Após o Cablegate, o Wikileaks ganhou muito poder. Declarações suas sobre futuros vazamentos já influenciaram a bolsa de valores e provavelmente influenciam a política dos países citados nesses alertas. Ao se tornar ele mesmo um poder, o Wikileaks não deveria criar mecanismos de auto-vigilância e auto-responsabilização frente à opinião pública mundial?
O WikiLeaks é uma das organizações globais mais responsáveis que existem.
Prestamos muito mais contas ao público do que governos nacionais, porque todo fruto do nosso trabalho é público. Somos uma organização essencialmente pública; não fazemos nada que não contribua para levar informação às pessoas.
O WikiLeaks é financiado pelo público, semana a semana, e assim eles “votam” com as suas carteiras.
Além disso, as fontes entregam documentos porque acreditam que nós vamos protegê-las e também vamos conseguir o maior impacto possível. Se em algum momento acharem que isso não é verdade, ou que estamos agindo de maneira antiética, as colaborações vão cessar.
O WikiLeaks é apoiado e defendido por milhares de pessoas generosas que oferecem voluntariamente o seu tempo, suas habilidades e seus recursos em nossa defesa. Dessa maneira elas também “votam” por nós todos os dias.

Daniel Ikenaga - Como você define o que deve ser um dado sigiloso?
Nós sempre ouvimos essa pergunta. Mas é melhor reformular da seguinte maneira: "quem deve ser obrigado por um Estado a esconder certo tipo de informação do resto da população?"
A resposta é clara: nem todo mundo no mundo e nem todas as pessoas em uma determinada posição. Assim, o seu medico deve ser responsável por manter a confidencialidade sobre seus dados na maioria das circunstâncias - mas não em todas.

Vários internautas - Em declarações ao Estado de São Paulo, você disse que pretendia usar o Brasil como uma das bases de atuação do WikiLeaks. Quais os planos futuros? Se o governo brasileiro te oferecesse asilo político, você aceitaria?
Eu ficaria, é claro, lisonjeado se o Brasil oferecesse ao meu pessoal e a mim asilo político. Nós temos grande apoio do público brasileiro. Com base nisso e na característica independente do Brasil em relação a outros países, decidimos expandir nossa presença no país. Infelizmente eu, no momento, estou sob prisão domiciliar no inverno frio de Norfolk, na Inglaterra, e não posso me mudar para o belo e quente Brasil.

Vários internautas - Você teme pela sua vida? Há algum mecanismo de proteção especial para você? Caso venha a ser assassinado, o que vai acontecer com o WikiLeaks?
Nós estamos determinados a continuar a despeito das muitas ameaças que sofremos. Acreditamos profundamente na nossa missão e não nos intimidamos nem vamos nos intimidar pelas forças que estão contra nós.
Minha maior proteção é a ineficácia das ações contra mim. Por exemplo, quando eu estava recentemente na prisão por cerca de dez dias, as publicações de documentos continuaram.
Além disso, nós também distribuímos cópias do material que ainda não foi publicado por todo o mundo, então não é possível impedir as futuras publicações do WikiLeaks atacando o nosso pessoal.

Helena Vieira - Na sua opinião, qual a principal revelação do Cablegate? A sua visão de mundo, suas opiniões sobre nossa atual realidade mudou com as informações a que você teve acesso?
O Cablegate cobre quase todos os maiores acontecimentos, públicos e privados, de todos os países do mundo – então há muitas revelações importantíssimas, dependendo de onde você vive. A maioria dessas revelações ainda está por vir.
Mas, se eu tiver que escolher um só telegrama, entre os poucos que eu li até agora - tendo em mente que são 250 mil - seria aquele que pede aos diplomatas americanos obter senhas, DNAs, números de cartões de crédito e números dos vôos de funcionários de diversas organizações – entre elas a ONU.
Esse telegrama mostra uma ordem da CIA e da Agência de Segurança Nacional aos diplomatas americanos, revelando uma zona sombria no vasto aparato secreto de obtenção de inteligência pelos EUA.

Tarcísio Mender e Maiko Rafael Spiess - Apesar de o WikiLeaks ter abalado as relações internacionais, o que acha da Time ter eleito Mark Zuckerberg o homem do ano? Não seria um paradoxo, você ser o “criminoso do ano”, enquanto Mark Zuckerberg é aplaudido e laureado?
A revista Time pode, claro, dar esse título a quem ela quiser. Mas para mim foi mais importante o fato de que o público votou em mim numa proporção vinte vezes maior do que no candidato escolhido pelo editor da Time. Eu ganhei o voto das pessoas, e não o voto das empresas de mídia multinacionais. Isso me parece correto.
Também gostei do que disse (o programa humorístico da TV americana) Saturday Night Live sobre a situação: "Eu te dou informações privadas sobre corporações de graça e sou um vilão. Mark Zuckerberg dá as suas informações privadas para corporações por dinheiro – e ele é o 'Homem do Ano’."
Nos bastidores, claro, as coisas foram mais interessantes, com a facção pró- Assange dentro da revista Time sendo apaziguada por uma capa bastante impressionante na edição de 13 de dezembro, o que abriu o caminho para a escolha conservadora de Zuckerberg algumas semanas depois.

Vinícius Juberte - Você se considera um homem de esquerda?
Eu vejo que há pessoas boas nos dois lados da política e definitivamente há pessoas más nos dois lados. Eu costumo procurar as pessoas boas e trabalhar por uma causa comum.
Agora, independente da tendência política, vejo que os políticos que deveriam controlar as agências de segurança e serviços secretos acabam, depois de eleitos, sendo gradualmente capturados e se tornando obedientes a eles.
Enquanto houver desequilíbrio de poder entre as pessoas e os governantes, nós estaremos do lado das pessoas.
Isso é geralmente associado com a retórica da esquerda, o que dá margem à visão de que somos uma organização exclusivamente de esquerda. Não é correto. Somos uma organização exclusivamente pela verdade e justiça – e isso se encontra em muitos lugares e tendências.

Ariely Barata - Hollywood divulgou que fará um filme sobre sua trajetória. Qual sua opinião sobre isso?
Hollywood pode produzir muitos filmes sobre o WikiLeaks, já que quase uma dúzia de livros está para ser publicada. Eu não estou envolvido em nenhuma produção de filme no momento.
Mas se nós vendermos os direitos de produção, eu vou exigir que meu papel seja feito pelo Will Smith. O nosso porta-voz, Kristinn Hrafnsson, seria interpretado por Samuel L Jackson, e a minha bela assistente por Halle Berry. E o filme poderia se chamar "WikiLeaks Filme Noire".

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Rede Globo envia helicóptero sem blindagem para cobrir operação policial e quase provoca uma tragédia

Hoje pela manhã uma operação da Polícia Civil com mais de 150 policiais invadiu os morros da Mineira, no Catumbi, e do Zinco, São Carlos e Querosene, no Estácio. Houve intenso tiroteio. Uma equipe da Rede Globo, no helicóptero conhecido como Globocop, sobrevoava o local para conseguir imagens, quando foi atingida por disparos. Danificada, a aeronave, graças à habilidade do piloto, conseguiu chegar ao Aeroporto de Jacarepaguá e aterrissar sem vítimas. Felizmente, os três tiros não atingiram áreas críticas do helicóptero e o piloto conseguiu salvar-se e à equipe. Ou então estaríamos lamentando a morte de todos.

De quem é a responsabilidade? Dos traficantes? Da polícia, que invadiu o território deles? Ou da Rede Globo, que envia uma equipe num helicóptero sem blindagem (o da Polícia Civil que controlava a operação era blindado) a uma área conflagrada, mesmo sabendo que bandidos já derrubaram um helicóptero da polícia não blindado no Rio, no final de 2009?

Bom, aí teríamos mais um caso Tim Lopes, quando toda a culpa do acontecido caiu sobre os traficantes (cruéis assassinos de Tim), mas nada se falou sobre a responsabilidade da Rede Globo. A emissora deixou que o repórter voltasse ao Complexo do Alemão, embora seu rosto tenha sido exposto para todo o Brasil como o homem que ganhou o Prêmio Esso na categoria Telejornalismo,
com uma reportagem exibida no Fantástico denunciando o tráfico de drogas no... Complexo do Alemão.

Confira esses trechos que selecionei de uma entrevista com o jornalista Mario Augusto Jakobskind, na ocasião do lançamento de seu livro Dossiê Tim Lopes – Fantástico/Ibope, no final de 2003. A íntegra da entrevista, realizada por Ana Carolina Diniz, está aqui.


O que é o Dossiê Tim Lopes – Fantástico/Ibope?
Mário Augusto Jakobskind – Trata-se de uma profunda investigação transformada em extensa reportagem que não caberia num espaço de jornal ou revista – e por isso é um livro reportagem – sobre um triste episódio de violência urbana ocorrido no Rio de Janeiro, em 2002, e que vitimou o repórter da TV Globo Tim Lopes. Dossiê Tim Lopes – Fantástico/Ibope mostra, através de pesquisas e depoimentos, o que levou ao assassinato por um bando de delinquentes vinculados ao tráfico de drogas. Há no livro um capítulo específico sobre o crime organizando que ajuda também a entender o caso Tim Lopes. Na época prevaleceu uma única versão – na prática, a versão oficial da maior emissora de TV do Brasil, tendo a mídia de um modo geral, com raras e honrosas exceções, omitido inúmeras questões, o que remete a um outro tipo de discussão.

Como assim?
M.A.J. – O caso Tim Lopes é um exemplo concreto de como funciona o esquema do pensamento único. Ou seja, através de um fato você apresenta ao leitor ou telespectador a "única verdade", simplesmente ignorando outros eventuais questionamentos que colocam em dúvida a versão oficial. Tendo como carro-chefe a Rede Globo, a opinião pública só foi informada sobre o assassinato de Tim Lopes no que interessava à emissora. Diretores da "Vênus Platinada" saíram em campo de uma forma avassaladora, vendendo a "verdade". Até mesmo na área sindical dos jornalistas, esses mesmos diretores, que antes da tragédia nunca chegaram a passar por perto da sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, que dirá entrar, participavam ativamente das mobilizações relativas ao episódio e de assembleias. A direção sindical, ao invés de se posicionar de forma isenta, aceitando pelo menos examinar as colocações que questionavam o procedimento da TV Globo, simplesmente fechou questão em torno da versão da emissora. Ficou parecendo que houve uma espécie de permuta, ou seja, transmitir a verdade da Globo em troca de cinco minutos de fama... Nunca o Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro apareceu tanto na tela da Globo como a partir daquele episódio.

Como começou a história do caso que resultou no assassinato de Tim Lopes?
M.A.J. – A emissora designou Cristina Guimarães e Tim Lopes para fazerem reportagens sobre uma "feira de drogas" em favelas da cidade. Cristina cuidou da Rocinha e da Mangueira. Tim Lopes ficou encarregado do Complexo do Alemão, onde pouco tempo depois ocorreria o seu assassinato pelo bando chefiado por um tal de Elias Maluco. As reportagens foram ao ar, isso no segundo semestre de 2001, provocando grande indignação por parte dos traficantes porque muitos foram presos e o lucro do comércio ilegal foi afetado. Tim Lopes e Cristina Guimarães viraram um alvo dos narcotraficantes que queiram vingança. Cristina Guimarães passou a receber "recados" dos bandidos. Pediu proteção à Globo – não tendo, segundo ela, sido atendida. Em determinado momento, Cristina tomou a decisão de se proteger. Chegou até a sair do país e ao voltar ficou afastada do mercado de trabalho, o que acontece até hoje. A TV Globo nega a versão da jornalista e tentou a todo momento desqualificar a repórter.

Você acha que o Prêmio Esso recebido por Tim Lopes acabou selando a sentença de morte do jornalista?
M.A.J. – Tim Lopes foi o primeiro ganhador deste prêmio na categoria de telejornalismo. Ao receber o prêmio, em dezembro de 2001, a emissora em que trabalhava o apresentou publicamente em todos os noticiários. Uma das condições para quem faz jornalismo investigativo é se manter no anonimato. Quando sua imagem foi conhecida, a condição de jornalista investigativo deveria ser deixada de lado. Mas ele continuou e foi escalado para ir à Vila Cruzeiro, supostamente para cobrir um baile funk, onde, segundo a Globo, se praticava sexo explícito. A Globo diz que Tim Lopes apresentou a pauta, enquanto a viúva Alessandra Wagner garante que os planos dele eram deixar de lado as reportagens arriscadas, como a que foi escalado para fazer. O livro mostra tudo isso e apresenta também algumas contradições nos depoimentos de diretores da Globo, que uma hora falavam uma coisa e depois, outra. Quem ler com atenção os depoimentos e entrevistas vai verificar facilmente que muita coisa que foi dita não resiste a uma mínima análise. Posso dar um exemplo. Um dos diretores da Globo chegou a afirmar que um turista de Cuiabá viu a hora em que Tim Lopes foi "preso" pelos traficantes no baile funk, dando a entender até que teria filmado o momento. Pois bem: ele teria procurado a Globo e depois desapareceu como por encanto. Então, onde está este personagem que poderia ser uma figura-chave para o esclarecimento definitivo do caso? Ninguém sabe, ninguém cobrou a presença. Ficou tudo por isso mesmo. Por que então a TV Globo não apresentou essa testemunha que poderia ajudar a elucidar o episódio?
Há outros casos como esse apresentado no livro. Uma chefe de reportagem da regional carioca disse que Tim se apresentava na favela com um nome fictício de Ricardo. Já um dos diretores garantiu que Tim estava na favela como jornalista e a serviço da comunidade carioca. Quem ler Dossiê Tim Lopes – Fantástico/Ibope verá que outras tantas contradições existem, mas faltou talvez vontade política para se aprofundar o caso. Tanto se fala em jornalismo investigativo mas, nesse caso, perdeu-se uma grande oportunidade para a prática desse gênero.

Como surgiu a ideia de escrever o livro?
M.A.J. – Desde o início acompanhei o caso e justamente tive a atenção despertada pelo procedimento incomum da direção da Globo. No primeiro ato público dos jornalistas cariocas, antes mesmo de se confirmar a morte de Tim Lopes, um dos jornalistas contestou o que se colocava nos discursos tirando qualquer responsabilidade da TV Globo no caso. Não precisava ser nenhum gênio, ou super repórter, para perceber que havia algo errado. Este mesmo jornalista, Osvaldo Maneschy, foi praticamente impedido de falar numa assembleia sindical. Cristina Guimarães foi "linchada" e apresentada como maluquete ou porra-louca, quando o único "crime" que cometia era o de contar o que tinha acontecido com ela e questionar uma verdade que isentava a Globo de culpa. Pouco a pouco fui aprofundando o tema. Colhi vários depoimentos e li muita coisa sobre o caso Tim Lopes. Silenciar ou deixar correr sem reunir as informações que obtive seria um verdadeiro desserviço ao jornalismo. Jornalistas que procuram estar bem com as suas consciências não podem omitir esses fatos, mesmo que encontrem dificuldades para divulgá-los.

No final do ano passado, logo após a polícia ter retomado o Complexo do Alemão, a mãe de Tim Lopes declarou, em reportagem publicada pelo Terra:

"Foi uma injustiça muito grande o que fizeram com meu filho. mandaram-no para a favela se virar sozinho, sabendo do risco que corria."

A presidenta do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro Suzana Blass, na mesma reportagem do Terra, disse que "A chefia de reportagem da TV Globo não avaliou os riscos antes de permitir que Tim viesse para o Alemão. Foi muito ingênua, não teve a dimensão do perigo".

E agora, o que o Sindicato tem a dizer sobre o incidente com o Globocop? Ou será preciso uma nova morte?

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Milhares de ex-traficantes pedindo emprego à polícia no Rio. Você acredita nisso?

A manchete da primeira página de O Globo deste domingo diz: “PM ajuda ex-traficantes a buscar emprego formal”.

Na reportagem nos informam que a chegada das UPPs às comunidades tem levado traficantes a pedirem ajuda à Polícia Militar para que consigam emprego. Segundo o Comando de Polícia Pacificadora, “são dezenas de ex-soldados do tráfico que diariamente pedem aos policiais uma oportunidade de trabalho”.

Fiz uma continha básica. São 13 UPPs em funcionamento (o Rio tem mais de mil favelas). Peguei os dias em que foi instalada cada uma e, usando um script, calculei há quantos dias cada uma estava funcionando. Somei os treze números e dividi por treze para calcular a média (com grave distorção, pois algumas foram inauguradas recentemente).

Resultado: 363,85 dias de média. Quase um ano. Multiplicando por apenas uma dezena (embora a reportagem fale em dezenas por dia, dei um descontão de pelo menos 50%, já que, para falarmos em “dezenas”, obrigatoriamente teríamos de contar com mais de 20), chegamos ao número de 3638 (O 0,5 que falta seria talvez o Meio Quilo, mas esse já morreu...) traficantes e/ou soldados do tráfico arrependidos procurando a PM atrás de emprego. Vários deles – sempre segundo a reportagem de O Globo – seguindo conselhos da mãe.

Corri atrás do fato, distribuí vários jornalistas desempregados pelas UPPs e, num furo de reportagem, o blog conseguiu flagrar o diálogo entre um traficante arrependido e um policial da PM. Como na reportagem de O Globo, os nomes não serão revelados e você só acredita se quiser, ou puder.

O arrependido começa:

- Seu poliça...
- …
- Desde que vocês pacificaram aqui que eu tô desempregado... Eu embalava os bagulho, vigiava a parada, trocava [tiros] com vocês...
- (põe a mão na arma)
- Pô, desculpa aí, foi mal... Não precisa ficar nervoso. Não esculacha que eu agora tô pacificado...
- Tu quer o quê?
- Um emprego...
- Que que tu sabe fazer?
- Aquilo que eu já disse.
- Mas isso não serve mais aqui. Tem estudo? Aguenta um saco de cimento?
- Pô, seu poliça, pedi pra num esculachar...
- Foi mal...
- Tô topando qualquer parada. É que a minha mãe mandou.
- Ah, e tu obedece a mamãezinha, é?
- Pô, eu pedi...
- Desculpa, não esculacho mais... E só agora tua mãe te mandou arrumar emprego, é?
- Não, ela sempre me deu bons conselho.
- Vem cá. E por que tu não fez como todo mundo e foi procurar emprego por aí, nos classificados, nas lojas, restaurantes, obras, e vem procurar logo a polícia?... Tu sabe quanto ganha um PM? Sabe que a PM do Rio tem um dos piores salários do Brasil? Se eu soubesse de emprego arrumava pra mim, mané...

Pano rápido.

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Luta pela manipulação das massas entre Globo e Record continua



Já publiquei aqui, mas vale o repeteco, agora que a briga Record X Globo está cada vez mais em evidência.
Esta reportagem do Jornal Nacional é devastadora. Em quase nove minutos, ela vai à garganta do bispo Macedo e sua Igreja Universal do Reino de Deus (a imagem do bispo barbado ajoelhado diante dos dólares é sensacional) . Ainda se dá ao luxo de utilizar um ex-membro da cúpula da Igreja para identificar cada um deles, dando nome aos bois que pastam as verdes do rebanho do Senhor.
Mas eu penso cá comigo, como ficaria a Globo se a Record resolvesse hoje em dia contra-atacar e fizesse uma reportagem em tudo semelhante a essa, tendo a Globo como alvo?
A guerra entre as Organizações Globo e a Igreja Universal (dona da TV Record), que agora começa a esquentar, foi resumida num ato-falho revelador do pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, tempos atrás:
“A Globo está nos atacando com medo de perder para nós o domínio da manipulação das massas."
A respeito da cobrança de dízimo pela Universal, recebi o seguinte comentário de um leitor, que assina azevedooyk:

Gosto da Universal e analiso que os comentários contrários são na maioria de leigos influenciados por outros que são ignorantes sobre as coisas de Deus e muito apegados ao dinheiro por isso não admitem que outras pessoas façam algo motivado pela fé sobrenatural que produz resultados, lamentável que entre muitos uma quantidade são de uns que se dizem conhecer a palavra de Deus e ainda comentam que Deus não precisa de dinheiro ora meu amigo nestes termos você poderia dizer por que Jesus teve que passar por todo aquele sacrifício não poderia Deus num passe de mágica fazer que fosse diferente, olha em toda a escritura se fala de ofertas e dizimo e todos os grandes homens de fé entre eles Abraão, Davi, Salomão, Jacó que inclusive quando nada tinha no momento fez um desafio de fé em que daria o dizimo de tudo se Deus o atendesse e Deus o fez um homem rico, enfim todos os grandes homens de destaque tinham grande fé em Deus e eram ricos, e a Igreja Universal cresce porque ensina-nos a crê que somos filho do Rei e como tal temos que viver e é por isso que darmos as nossas ofertas e devolvemos o dizimo de tudo o que ganhamos para custear a obra de Deus inclusive custeando a boa vida de nossos Bispos e Pastores porque o trabalhador é digno de seu salário, um bom Médico, psicólogo, entre outros não são também custeados pelos seus pacientes ou não é, pois é somos mais de 8 milhões que diariamente espalhados em vários paises freqüentamos os cultos abençoados da Igreja Universal, se o Bispo Macedo ficasse preocupado com o que muitos falam mal e não tivesse coragem de pregar o que prega a Igreja não deveria nem ter o nome de Universal pois não passaria de uma das tantas igrejas que pregam em nome do Rei Jesus mas não cresce e Eu como muitos principalmente no exterior não teríamos conhecido as maravilhas de Deus, para encerrar pergunto quem custeava o Senhor Jesus aqui na terra em seus 3 anos de pregações e ensinamentos ou que pensam vocês que Ele fazia para pagar as despesas tinha até ente os doze um que era o tesoureiro pois cuidava do dinheiro, até mesmo na hora do milagre da multiplicação do pães e peixes alguém teve que doar para que depois o milagre fosse realizado, enfim Deus em Si não precisa de dinheiro mas no Reino do Céus porque aqui na terra para pregarmos e tornar Deus conhecido até seu filho Jesus precisou, todos os trabalhos religiosos são custeados pelos fies é assim na igreja católica na batista na assembléia de Deus e etc. Quem sabe a que custo é a Igreja Católica esta potência, apareceu do nada? Não amigo custou preço alto e muito, parte de seus fies e parte é só conhecendo a fundo a história, tem material farto sobre o assunto e bem negativo, Eu conheço, todavia nunca fiz prejulgamento. Como vivemos num mundo que caminha para a consciência da globalização capitalista é inteligente saber que sempre foi assim para tudo é preciso dinheiro é bobagem dizer o contrário e até para estes vestidos de humildade dizendo Deus não precisa de dinheiro digo-lhes alguém com fé custeou para que mesmo erroneamente Você tomasse ciência da existência de Deus, Jesus Cristo ou outros credos a qual Você pertença. Finalizando sobre a ciência da palavra de Deus é ao contrário que devemos praticar, o materialista precisa vê para crê, assim como precisa receber para pouco doar ou nada dá, Nós da Universal cremos antes e vemos as maravilhas de Deus, doamos ofertas e devolvemos os dízimos porque é dando que se recebe e crendo que somos abençoados grandemente por Deus. Deixe de lado o preconceito e venha fazer parte dessa família.

Para contrabalançar, assista aqui, na íntegra, ao documentário Além do Cidadão Kane, produzido pela BBC, e, misteriosamente, até hoje inédito no Brasil. Ele desnuda a Rede Globo, desde sua criação, e mostra os bastidores da Central Globo de Manipulação.



Postada no blog em 7 de outubro de 2007.
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A régua que usa Augusto Nunes quando afirma que 'Os idiotas estão por toda parte'

Augusto Nunes acordou, olhou-se no espelho e descobriu que estava ali, à sua frente, o plot de sua coluna. No banheiro mesmo, sentou-se e perpetrou a obra: Os idiotas estão por toda parte.

Como Jabor, refugiou-se em Nelson Rodrigues, o pai de todos os reacionários, mas que era um escritor e teatrólogo genial. Assim, eles pensam que são da mesmo time. Não são.

Em seu texto, Nunes desce o pau em Lula e Dilma (eu precisava dizer isso?), afirma que os oito anos do governo Lula foram a Era da Mediocridade, e, num malabarismo verbal, diz que se orgulha de fazer parte dos "40 milhões de brasileiros que continuam enxergando as coisas como as coisas são e contando o caso como o caso foi".

Esquece-se Nunes que seu candidato, Serra, não pensa como ele. Identificou-se em grande parte da campanha como um continuador do governo Lula. E muitos que votaram em Serra, certamente o fizeram por isso.

Se no horário eleitoral Serra obrasse o texto de Augusto Nunes levaria uma surra nas urnas maior do que a que lhe foi aplicada por uma candidata que chegou à presidência sem disputar uma única eleição.

Mas os colunistas da mídia oposicionista escrevem para eles mesmos. Nisso, reproduzem aquela histórica cena de 2006, quando FHC, Serra e um outro tucano do bico grande, de que não me recordo o nome agora (Tasso?), pensavam decidir o futuro do país em um jantar num restaurante de luxo de SP. O raio de influência deles era tão pequeno que nem a candidatura Serra conseguiram emplacar (Alckmin foi o candidato).

Por isso, quando Augusto Nunes diz que os idiotas estão por toda parte é porque ele e seu grupo pensam que o mundo se resume a eles.

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Aniversário do político que bateu de frente com Roberto Marinho e o Império da Globo

Hoje, o ex-governador Leonel Brizola completaria 89 anos. Nada como recordá-lo em dois momentos que até hoje nos lavam a alma, quando vemos tantos políticos acocorados diante das Organizações Globo.

Direito de resposta de Brizola contra Roberto Marinho e a Rede Globo:



Brizola arrasa O Globo em 50 segundos:



Veja também:

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O que é politicamente correto ou incorreto, em uma lição

Politicamente correto é respeitar a pessoa como aquilo que ela efetivamente é: um ser humano, integral e único como cada um de nós. Tratá-la como gostaríamos de ser tratados. Mesmo que essa pessoa seja o Serra.

O resto é politicamente incorreto. O que todo mundo, uma vez ou outra, é. (Mas não é certo, tá Zezinho? (e dizer que este Zezinho é o Serra é politicamente incorreto, embora certo. Ô gente!)).

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Julian Assange, do WikiLeaks, vai responder a perguntas dos internautas brasileiros. Faça a sua

A jornalista Natalia Viana, divulgadora oficial do WikiLeaks no Brasil, conseguiu uma entrevista exclusiva com Julian Assange, criador do WikiLeaks. Ele vai responder a 10 perguntas, escolhidas entre as que forem enviadas ao blog da Natalia.

É uma grande oportunidade, e também um privilégio, já que Assange não concedeu entrevista a nenhum dos jornalões (Oooops! A Natalia Viana me corrigiu: Assange deu uma entrevista ao Estadão. Confira no link para não repetir perguntas) ou emissoras da mídia oposicionista. É também uma forma de ele mostrar seu apoio à internet como meio de comunicação e a você e a mim, que não temos voz na mídia convencional.

Tem uma pergunta para o Assange? Então, vá ao blog da Natalia, leia a postagem em que ela diz quais as instruções e torça para que a sua esteja entre as 10 escolhidas.

Atenção: Esta postagem não aceita comentários nem perguntas para o Assange. Todas as dúvidas e perguntas devem ser feitas no blog da Natalia. Participe. Sexta, 21, é o último dia para as perguntas.

Para fazer sua pergunta à Personalidade do Ano da Time, é só clicar aqui.

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BBB 11 tá chaaato? Assista Boninho e seus amigos jogando ovos nas 'vagabundas'

Antes de assistir ao vídeo, que tal ler isso aqui Boninho, tapinha vale para levantar a audiência, né?



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El Pais segue desinformando sobre Brasil e governo da presidenta Dilma

Quem ontem se indignou com a reporcagem mentirosa de El Pais, especialmente a versão caluniosa de que a presidenta Dilma e seus ministros riam da desgraça no Rio de Janeiro, hoje vai perceber que nada mudou no jornal espanhol. Os comentários e cartas dos brasileiros não tiveram efeito algum.

E não mudou porque o correspondente do jornal do grupo Prisa (Opus Dei) no Brasil só se informa sobre nosso país pela Rede Globo. Juan Arias, como se pode ver em sua biografia, é um escritor de livros religiosos ou com temáticas "espirituais", entre eles Paulo Coelho: el peregrino de Compostela. Acompanhou o papa João Paulo II pelo mundo, escrevendo crônicas de suas viagens. Ao mesmo tempo em que é correspondente no Brasil.

Há anos mente sobre nossa realidade no El Pais, pois sua base de informação é a imprensa oposicionista, especialmente a Rede Globo.

Hoje é só mais um dia.

La presidenta de Brasil, Dilma Rousseff, envió ayer al Ejército a la región montañosa del Estado de Río de Janeiro, arrasada por unas inundaciones que han provocado la muerte de más de 600 personas. La medida se ha tomado entre críticas crecientes al Gobierno por su lenta respuesta al mayor desastre natural que ha sufrido el país. [aqui]

Que lentidão? Dilma só não foi no primeiro dia à região Serrana porque esperou a chegada do governador Sergio Cabral, que estava no exterior.

Mas isso é problema do El Pais. O nosso aqui tem nome e endereço: Rede Globo, Jardim Botânico. Não é possível que não vá ser tomada medida alguma contra a edição criminosa do Jornal Nacional.

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Rede Globo, JN, Kamel, Quosque tandem abutere patientia nostra ?

Até quando uma concessão pública vai agredir o país e zombar dos brasileiros manipulando as notícias para alimentar sua oposição a um governo democraticamente eleito?

Quem primeiro denunciou a mais nova cafajestagem (a palavra é esta mesmo) do Jornal Nacional foi o Weden, no Nassif. Mais adiante, também no Nassif, vi que o jornal espanhol El Pais comprou a montagem de Kamel, que manipulou texto e imagens, dando a entender que a presidenta Dilma e seus ministros estariam rindo da tragédia das enchentes no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro.

Editei a reporcagem do JN, mantendo apenas o trecho da manipulação (veja a seguir).

Agora, o Eduardo Guimarães fez uma postagem em seu blog sobre o assunto, com uma carta ao El Pais e o link para que façamos o mesmo.

Veja o trecho infame do JN:



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Classe mérdia tem uma solução para tudo: 'Basta tirá-los dali'

Mendigos nas ruas? - Basta tirá-los dali. Menores consumindo crack? - Basta tirá-los dali. Prostitutas na calçada? - Basta tirá-las dali. Excesso de carros nas ruas? - Basta tirá-los dali. Sem terra invadindo terras improdutivas? - Basta tirá-los dali. Sem teto invadindo prédios desocupados? - Basta tirá-los dali. Moradores em áreas de risco? - Basta tirá-los dali. Favelas? - Basta tirá-los dali.

E colocar onde?

Isso não querem saber: acham que políticos foram eleitos para isso. Querem que eles façam o serviço sujo.

Os últimos acontecimentos no Rio e em SP mostram que à direita e à esquerda muitos querem a solução simplista da classe mérdia: - Basta tirá-los dali. Mesmo que para isso seja necessário chamar a polícia.

Ou seja: mendigos, sem-teto, sem terra, prostitutas, drogados, todos são caso de polícia.

Não são não. Polícia é para quem precisa de polícia. Eles precisam é de política com P maiúsculo: política social, inclusão. Cidadania. Não temos que tirá-los dali. Temos que incluí-los aqui.

Somos humanos; isso, em suma, é o que somos.

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Maiores responsáveis por enchentes agora se preparam para lucrar com elas

Governadores e prefeitos, como sempre, acusam-se. É a regra. Ou foi o governo anterior. Ou o prefeito. Nenhum deles tem culpa de nada. Se não apontam alguém de carne e osso, culpam os céus. Foi São Pedro. Ou a chuva.

Mas, não importa. Todos sabemos quem são os culpados. Eles apenas aparecem na TV para cumprir a parte que lhes cabe no jogo: dizer que farão o que já deveriam ter feito.

Mas, no fundo, no fundo, eles sorriem satisfeitos. As verbas chegam como as chuvas, torrenciais, abundantes. Um bi para SP, outro tanto para o RJ.

Alegando o caráter emergencial, contratarão empreiteiras, estudos de solo junto a ONGs amigas, tudo superfaturado, pois não há tempo para licitação.

Depois, o que é desviado vai para suas contas no exterior, fazer caixa para futuras campanhas, outro tanto para pagar páginas inteiras nos jornais e anúncios na TV, mostrando que o governo do estado ou a prefeitura tal estão trabalhando pelo povo. E as reportagens somem das primeiras páginas. Não geram mais chamadas nos telejornais.

Até o ano que vem.

No ano passado, o morro do Bumba, em Niterói, construído sobre um lixão, desabou, matando dezenas de pessoas. A situação hoje, segundo o Jornal do Brasil, é a seguinte:

No Morro do Bumba, em Niterói, onde, em abril do ano passado, 48 pessoas morreram depois de que a comunidade, erguida no terreno onde funcionava um lixão foi devastada por um deslizamento de terra, a situação dos desabrigados ainda é crítica.

– Quem não perdeu sua casa no deslizamento, como meu filho, voltou para o morro. Os abrigos são insalubres, o aluguel social não é pago, e a indenização prometida pelas casas ameaçadas ainda não foi vista. Não há outra solução – disse a presidente da associação de Moradores do Bumba, Norma Sueli Pacheco.

O presidente da Associação das Vítimas do Morro do Bumba, Francisco Ferreira, acusou a prefeitura de Niterói.

– Os moradores do Bumba levados para a antiga sede do 4º G-CAM estão sem luz. O descaso é absurdo. O município diz que faz, mas, sequer nos recebe para conversar. Dos quase 11 mil que têm direito ao aluguel social, menos de um terço tem recebido.

Alvo de acusações, a prefeitura de Niterói não respondeu ao Jornal do Brasil .

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Por que o governo da presidenta Dilma se acovardaria, professor Comparato?

O professor Fábio Konder Comparato deu uma entrevista ao Portal Vermelho, onde defendeu a regulação da mídia e falou sobre as três ações diretas de inconstitucionalidade por omissão (ADO) propostas por ele, contra o Congresso Nacional, que até hoje não regulamentou os artigos da Constituição de 1988 que tratam da comunicação.

A entrevista foi merecidamente repercutida na blogosfera. No entanto, o grande destaque, tanto no Portal Vermelho, quanto nas postagens, foi dado a um trecho da entrevista, ao meu modo de ver completamente infeliz:

Vermelho: Que expectativa o senhor tem em relação ao novo governo, no que diz respeito às comunicações?
Comparato: Eu espero que o governo da presidente Dilma Rousseff não se acovarde, nem diante do oligopólio empresarial de comunicação de massa, nem perante os chefes militares, que continuam a defender abertamente os assassinos, torturadores e estupradores de oponentes políticos, durante o regime castrense de 1964 a 1985.

A manchete do Vermelho foi “Comparato: Que o governo Dilma não se acovarde diante da mídia”. Os blogs ou a repetiram ou fizeram pequenas variações, mas sempre mantendo o “não se acovarde”.

Por que o “não se acovarde”? De um gago, a gente espera que ele não gagueje quando for falar. De um sujeito de memória ruim, que ele se recorde do discurso que vai pronunciar. De um tímido, que ele consiga se comunicar. Etc. Por que esperar de uma mulher que aos 19 anos pegou em armas contra a ditadura instalada no país que hoje, presidenta da República, seu governo não se acovarde?

A Ley de Medios tão esperada por nós pode até não sair, mas duvido que seja por covardia do governo Dilma. Quem já bateu de frente com ela sabe disso. Não é, senador Agripino Maia?



Mais uma vez: Deixem a mulher trabalhar!

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Estados Unidos queimam 1,5 trilhão de dólares com sua máquina de guerra. Obama gasta mais do que Bush

Lá, não tem esse negócio de democrata ou republicano. Obama, que subiu ao poder representando a esperança de milhões de cidadãos do mundo, "propôs um orçamento militar 6% maior do que Bush havia feito em seu último ano de governo".

Os Estados Unidos são os Senhores da Guerra

Tem gente que diz que os EUA estão perdendo a guerra do Iraque. Depende do ponto de vista. A guerra já custou US$ 1 trilhão (noves fora centenas de milhares de vidas), grande parte alimentando a indústria bélica americana, os barões do petróleo e os empreiteiros.

Eles declaram uma guerra e a indústria começa a trabalhar, fabricando bombas, armas dos mais diversos tipos, carros de combate, aviões, helicópteros, uniformes. Bombardeiam e detonam o país, que fica a reduzido a escombros. Em seguida vendem equipamentos militares para seus aliados locais se manterem no inferno que criaram e enviam seus empreiteiros para reconstruírem o país que anteriormente destruíram.

O mesmo acontece no Afeganistão, para onde enviaram dinheiro, armas e toda a para(in)fernália de guerra - até para os mujahedin, financiando ninguém menos que Bin Laden.

Idem na Colômbia, aonde foram teoricamente para acabar com o tráfico de drogas, mas este, simplesmente, aumentou. Junto com os lucros americanos na venda de armas, helicópteros, aviões de combate, expertise, desfolhantes. Eles entram com os equipamentos, a Colômbia com os mortos.

O mesmo acontece agora nas guerras da África. São 25 países que vivem na miséria, provocada por guerras fratricidas, onde até crianças são utilizadas nos combates. Pois os americanos, embora condenem a utilização das crianças, embora acusem desrespeito aos direitos humanos etc., aumentaram a venda de armas na região, que saltou de US$ 400 milhões, em 2005, para inacreditáveis US$ 18 bilhões, em 2007. [esta postagem é de abril de 2008]

Veja também:

» Vídeo: A guerra do Vietnam como você nunca viu

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A presidenta Dilma, a ministra de Direitos Humanos e o general

A presidenta Dilma Rousseff foi clara em seu discurso de posse, quando definiu a missão de seu governo: erradicação da miséria e universalização dos direitos humanos.

No dia seguinte, a nova ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, em seu discurso de posse (aqui, na íntegra, em pdf), detalhou as políticas de direitos humanos do governo Dilma, de onde retiro os trechos a seguir:

As tarefas colocadas para o Brasil no cenário internacional
de Direitos Humanos, o reconhecimento e a importância
alcançada pelo nosso país, entretanto, trazem consigo
responsabilidades de igual tamanho. Lembro aqui que os
compromissos assumidos e os tratados firmados em termos
de Direitos Humanos foram feitos pelo Estado Brasileiro, e é
por ele – entre todos os poderes e entes federativos – que
devem ser efetivados.

Nesse sentido também nos pronunciamos acerca da recente
definição da Corte Interamericana de Direitos Humanos,
quando a definição que o Estado brasileiro tem uma dívida
histórica, no que diz respeito aos desaparecidos na Guerrilha
do Araguaia.

Com total tranquilidade e unidade de pensamento e ação no
Poder Executivo estaremos desenvolvendo ações que
respondam às indicações desse organismo que integramos.
Por outro lado, caberá também, é claro, aos demais poderes
da Republica, no exercício de suas funções constitucionais e
preservada a independência e harmonia que nos caracteriza,
analisarem as questões apresentadas pela Corte
Interamericana.

O que nos deve fazer refletir quanto ao tema do Direito à
Verdade e à Memória, passados quase 50 anos do inicio do
período de exceção no Brasil, é que é chegada a hora de
agirmos com objetividade.

O sentimento democrático que perpassa toda a sociedade
brasileira e cada uma de nossas instituições, todas agindo
com objetivos em comum, todas atuando para o
fortalecimento do estado democrático de direito, define por si
a possibilidade clara de um encontro entre gerações.
Por isso mesmo devemos dar seguimento ao processo de
reconhecimento da responsabilidade do Estado por graves
violações de Direitos Humanos, com vistas à sua não repetição,
com ênfase no período 1964-1985, de forma a
caracterizar uma consistente virada de página sobre esse
momento da história do país.

Devemos isso às familiares daqueles que foram mortos ou
estão desaparecidos, devemos aos que viveram aquele
período e empenharam suas vidas generosamente porque
acreditavam na liberdade e na democracia. Eles nos
trouxeram até aqui.

Devemos ao Brasil e podemos constituir uma experiência
própria e pactuada. E é necessário que essa agenda seja
cumprida porque dessa forma nos irmanaremos plenamente
para o que o Brasil dos nossos dias exige de nós.
Nesse sentido, faço um apelo à Câmara dos Deputados,
poder de onde venho, e ao Senado Federal, com os quais
quero manter uma relação de muita proximidade e respeito.
Que façamos um bom e democrático debate e possamos
aprovar o Projeto de Lei que cria a Comissão da Verdade.

Faço questão de reforçar que não queremos aqui fazer um
embate entre parlamentares contra ou a favor da medida,
mas resgatar a nossa história e contá-la de forma completa.
Somente conhecendo os fatos e reconhecendo os erros que
conseguiremos escrever novas e melhores páginas da nossa
história.

A hora é de avançar, de fazer ainda mais e melhor. A
presidenta Dilma assumiu como compromisso prioritário da
sua gestão a luta para que nosso país supere a miséria.
Essa é uma meta que só será alcançada a partir de uma
ampla mobilização nacional.

(...) Mas não faremos nada sozinhos. Tenho a plena consciência
que o trabalho só funciona efetivamente quando somamos
esforços. Quero manter um diálogo permanente e uma
parceria com os ministérios, em especial com a Secretaria de
Políticas para as Mulheres, a Secretaria de Promoção de
Políticas para a Igualdade Racial e a Secretaria Nacional de
Juventude, para que atuemos de forma integrada no
enfrentamento de todo o tipo de violação de direitos. E
quero, de forma muito especial, ressaltar a maior e mais
importante parceria que é com a sociedade brasileira. A
Secretaria de Direitos Humanos está de portas abertas para
dialogar com os movimentos sociais, com as entidades e
com todos os cidadãos e cidadãs brasileiras que queiram
somar esforços nessa corrente de direitos. Os novos e
antigos sujeitos sociais, ligados aos mais diversos temas,
prestam inestimável trabalho ao avanço destes direitos. As
conferências nacionais, estaduais e municipais relativas às
mais variadas temáticas de direitos humanos, cada vez mais
apontam os rumos das políticas públicas deste país. O
controle social exercido é vital para o aprimoramento da
democracia. Desta forma, parabenizar a esses aguerridos
guerreiras e guerreiros que, incansáveis em suas lutas, têm
auxiliado sobremaneira a difusão, a garantia e a proteção
dos Direitos Humanos, aqui e no resto do mundo é tarefa
que se impõe.

Na segunda-feira, o general José Elito de Carvalho Siqueira, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), deu declarações à imprensa que deixaram nossa mídia oposicionista e golpista com um leve sorrisinho irônico no canto da boca. O general afirmou que a existência de desaparecidos políticos durante a ditadura militar não deve ser motivo de vergonha, mas tratado como “fato histórico”.

No mesmo dia em que as polêmicas declarações do general foram publicadas, a presidenta Dilma o chamou a sua sala:

A presidente Dilma Rousseff repreendeu hoje o general José Elito de Carvalho Siqueira, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), por dizer em entrevista, na segunda-feira, que não é motivo de vergonha para o País o desaparecimento de presos políticos durante a ditadura militar (1964-1985). Foi o primeiro "puxão de orelha" de ministro do novo governo.

Escolhido para comandar os seguranças e arapongas do governo, José Elito pediu desculpas a Dilma pela declaração polêmica, segundo fontes do Planalto. Ao longo do dia, ele já tinha recebido recados de assessores de que Dilma não gostou do comentário sobre as vítimas do regime militar. Ao ser recebido à noite pela presidente, ele chegou a jogar a culpa na imprensa, afirmando que sua declaração foi "mal interpretada". A presidente aceitou a desculpa. [Fonte: Estadão]

Já disse aqui que muita gente pensa em tutelar a presidenta Dilma. A mídia oposicionista e golpista gostaria que ela adotasse a agenda do candidato Serra, que foi derrotada nas urnas. Outros querem que ela faça omeletes sem quebrar ovos, como parecia propor outra derrotada, Marina Silva. Há ainda quem ache que a única missão de Dilma é...prender Daniel Dantas.

A presidenta já disse, e deixou claro no discurso de posse, ao que veio. O general parece que não ouviu nem leu o discurso. Agora já entendeu.

Mais uma vez: "Deixem a mulher trabalhar".

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Três propostas de Comparato. Sem a primeira, as outras duas são arapucas

Em artigo publicado na CartaCapital, o professor e jurista Fábio Konder Comparato defende uma “progressiva introdução de um autêntico regime republicano e democrático entre nós”.

Para alcançar esse desiderato, é preciso transformar a mentalidade dominante, moldada na passiva aceitação do poder oligárquico e capitalista. O que implica um esforço prolongado e metódico de educação cívica.

Concomitantemente, é indispensável introduzir algumas instituições de decisão democrática em nossa organização constitucional. Três delas me parecem essenciais com esse objetivo, porque provocam, além do enfraquecimento progressivo do poder oligárquico, a desejada pedagogia política popular.

A primeira e mais importante consiste em extinguir o poder de controle, pelo oligopólio empresarial, da parte mais desenvolvida dos nossos meios de comunicação de massa. É graças a esse domínio da grande imprensa, do rádio e da televisão, que os grupos oligárquicos defendem, livremente, a sua dominação política e econômica.

(...) As outras duas medidas institucionais de instauração da democracia entre nós são: 1. A livre utilização, pelo povo, de plebiscitos e referendos, bem como a facilitação da iniciativa popular de projetos de lei e a criação da iniciativa popular de emendas constitucionais. 2. A instituição do referendo revocatório de mandatos eletivos (recall), pelos quais o povo pode destituir livremente aqueles que elegeu, sem necessidade dos processos cavilosos de impeachment.

O artigo foi amplamente repercutido na blogosfera. Mas falta, a meu ver, um foco maior no item primeiro das propostas do professor. É verdade que ele afirma que esse é o mais importante. Mas isso é pouco. Ele é fundamental.

Fica claro que sem que a primeira condição seja plenamente cumprida, as demais ficam prejudicadas e podem se transformar numa arapuca. Sem que haja uma profunda e democrática reforma, semelhante à Ley de Medios na Argentina, os plebiscitos e o recall podem, por exemplo, levar a um terceiro turno das eleições, com a mídia oposicionista trabalhando a todo vapor para destituir um presidente democraticamente eleito pelo povo nas urnas. Como aconteceu, por exemplo, com Collor, que foi colocado e apeado do poder pelo colegiado Organizações Globo, Veja, Estadão.

Sem a quebra do oligopólio midiático, as duas outras propostas são como entregar o ouro aos bandidos.

A parte isso, fica uma constatação: estamos nos primeiríssimos dias do governo da primeira mulher a ocupar a presidência do Brasil. Direita e esquerda buscam tutelar Dilma, como se ela não houvesse apresentado uma proposta ao país, que foi consagrada nas urnas.

No dia da posse, Dilma defendeu os pontos centrais de sua administração: o combate à miséria e a universalização dos direitos humanos.

A presidenta nem esquentou a cadeira ainda. Temos que ter em mente que o adversário imediato é a mídia oligopólica e oposicionista. Ley de Medios e banda larga neles.

Ah, e "deixem a mulher trabalhar".

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Mídia oposicionista quer sequestrar Dilma, e Gilberto Carvalho morde a isca

Alguém pode pedir para o ex-chefe de gabinete do presidente Lula e atual secretário-geral da presidenta Dilma, Gilberto Carvalho, parar de dar entrevistas? Será que só ele não percebe que está sendo instrumentalizado pela mídia de oposição para sequestrar a presidenta Dilma?

Quantas entrevistas Carvalho deu nos oito anos do governo Lula? Pois só agora foram ao menos duas, uma para O Globo e outra publicada hoje na Folha. Ambas batendo na mesma tecla, a possibilidade da volta de Lula, caso o governo Dilma não dê certo.

O objetivo da mídia oposicionista é claro: sequestrar a presidenta Dilma Rousseff, fazê-la refém, para que ela haja de acordo com seus [da mídia] interesses, que foram derrotados nas urnas.

Em entrevista publicada na Caros Amigos, a professora Marilena Chauí denuncia a forma de agir da mídia:

Quando se percebeu que a possibilidade de vitória da Dilma era grande, e havia as pesquisas de opinião sobre o governo e sobre o próprio Lula, a mídia, e quem começou isso foi a própria Globo com uma clareza... Ela começou a produzir a figura mítica do Lula. E é através da mitificação da figura do Lula que se vai, agora, falar da Dilma. Então, eu diria que é preciso fazer operar juntos o tratamento dado à Dilma com a mudança no tratamento dado ao Lula: “Isso é o Lula, isso é o mito do Lula, ela não vai poder, porque isso é o Lula que é capaz.” Isso é o analfabeto beberrão. Durante oito anos era o analfabeto beberrão, que agora é o mito político inigualável que ninguém é capaz de alcançar. Mas, ao lado disso, você tem o que? Durante oito anos, nós tivemos que aguentar que era um problema o Lula aparecer nos lugares os mais diferentes e improvisar. Tinha mania de improvisar os discursos e aí dizia muita bobagem. Quanta bobagem ele disse por causa de improvisar. Então, Dilma ganha e vai à televisão, leva um discurso e lê. O que você vê nos comentadores da televisão, nos comentadores do rádio e no dia seguinte nos jornais? “Ah, não tem a capacidade de improviso do Lula, ela precisa ler, coitada, tudo dela é preparado... Você vê, ela teve que vir preparada, ela não é capaz de improvisar.” Eu tinha vontade de atravessar os fios eletrônicos e bater nas pessoas, porque chegou num grau de perversidade, num sentido psicanalítico do termo. No nível do discurso, não dá mais, porque quando você vira na direção da perversão, a primeira característica da perversão é a de que ela é impermeável ao discurso. O grande problema da terapia psicanalítica na hora em que ela é impermeável ao discurso, porque a psicanálise opera no nível da linguagem. E você tem um evento que está ou aquém ou além do discurso. Então, a perversidade e a perversão dos comentários sobre o fato de ela ter o discurso escrito foi tal que eu falei: Já temos aqui o que serão os próximos quatro anos. Os próximos quatro anos vão ser um inferno como foram os oito do Lula, e sobretudo os quatro primeiro anos do Lula. Vai ser um inferno e não tem jeito.

E o Gilberto Carvalho joga na mesma direção. Hoje, na entrevista à Folha (aqui, no Blog do Favre), ele diz:

Qual é [a área que o preocupa]? É a política?
A política, na medida em que não temos o peso definidor da figura do Lula, a capacidade de sedução que ele exerceu. A Dilma não tem naturalmente essa relação. Vamos ter que construir.

O sr. disse, em entrevista, que, se houvesse dificuldades, o Lula poderia voltar. Levou bronca?
Falei a coisa mais óbvia. Acho que o governo da Dilma será de muita competência. Se Deus quiser, faremos um belíssimo governo e ela será reeleita. É evidente que, se não der certo, temos um curinga. Estou dizendo para a oposição: “Calma. Não se agitem demais. Temos uma carga pesada. Não brinca muito que a gente traz. É ter o Pelé no banco de reservas”.

Que dificuldade pode existir?
Tenho até medo de falar e se tornar uma profecia ruim. Mas digamos que haja uma dificuldade na gestão, na economia, algum acidente, por exemplo, na economia do mundo.

A presidenta Dilma não precisa de tutela. Ela foi eleita com nossos votos por ser quem é. Esse negócio de ameaçar com volta de Lula é machismo. Tentam fazer com ela o mesmo que com Lula em seu primeiro governo, quando diziam que ele precisava ser auxiliado, ouvir os tucanos para não trazer o caos ao país.

Mas a mídia que apostou contra Lula e agora tenta sequestrar Dilma vai quebrar a cara mais uma vez. Basta ver sua história de vida para perceber que ela não foge à luta.

Os saudosos de Lula, especialmente Gilberto Carvalho, devem aprender a lição de Oswald de Andrade: “O meu relógio anda sempre para a frente. A História também.”. Se na eleição de 2006, o mote foi “Deixa o homem trabalhar”, agora é “Deixa o homem descansar”.

A presidenta do Brasil é Dilma Rousseff.

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