'Nenhum pacto pode ser sequer discutido se não se respeitar os mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras que votaram em mim'




A presidenta Dilma recebeu nesta quinta-feira no Palácio do Planalto o apoio de representantes de mulheres de movimentos sociais e sindicais, no evento contra o impeachment intitulado Encontro com Mulheres em Defesa da Democracia.

No Encontro, a presidenta disse que aceita um pacto social, Mas deixou claro que "Nenhum pacto, mas nenhum pacto mesmo, pode ser sequer discutido se não se respeitar os mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras que votaram em mim".

Entre as participantes estão integrantes da Marcha das Margaridas, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Marcha Mundial da Mulheres, da Marcha das Mulheres Negras, da Federação Nacional de Trabalhadoras Domésticas (Fenatraf), e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

Ministras também participam do evento como Tereza Campello, do Desenvolvimento Social; Izabela Teixeira, do Meio Ambiente; e a secretária especial de Política para Mulheres, Eleonora Menicucci. Participaram ainda a senadora Gleisi Hoffmann (PT-RS) e a deputada Benedita da Silva (PT-RJ). [Fonte: Agência Brasil]

A seguir, um trecho do discurso de Dilma, que retirei o blog do jornalista Mario Marona:


"Eu nunca me opus a pactos que podem oferecer saídas para situações de crise. Aliás, acredito que o Brasil, hoje, precisa de um grande pacto. O Brasil já superou momentos difíceis fazendo pactos, mas nenhum pacto ou entendimento prosperará se não tiver com premissa o respeito à legalidade e à democracia. 

A primeira premissa deve ser a defesa da vontade popular manifesta pelo voto. Nenhum pacto, mas nenhum pacto mesmo, pode ser sequer discutido se não se respeitar os mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras que votaram em mim. É preciso ainda mais: devem ser respeitados, também, os milhões que não votaram em mim, mas que participaram das eleições, que acreditaram nas eleições e que honram e acreditam nas regras da democracia. Eles também têm de ser respeitados porque o que está em questão é respeitar as regras democráticas previstas na Constituição. 

"Tentar derrubar uma presidente eleita sem que tenha cometido crime de responsabilidade, que justifique o impeachment, é um insulto a todos os eleitores. É um insulto aos 110 milhões de brasileiras e brasileiros que reconhecem a eleição direta como maneira certa e legal de eleger os governantes. É isso que caracteriza o golpe. Não será apenas o governante eleito que estará sendo destituído, mas a própria eleição que estará sendo desmoralizada como método de escolha. Ficará para sempre uma nódoa e uma ameaça para todos e sempre haverá os que dirão: “ah, não gosta do presidente, é? Derrube-o”. 

"Nós precisamos, sim, de um pacto, eu quero um entendimento nacional, tenho certeza que vocês querem um entendimento nacional. Eu quero o entendimento nacional porque governo para todos os 204 milhões de cidadãs e cidadãos. 

"Desde que assumi o segundo mandato, desde a primeira hora, busco, busquei e buscarei consensos capazes de nos fazer superar toda e qualquer crise. Mas o entendimento, ou o pacto, têm como ponto de partida algumas condições: primeira condição - e todas as demais têm peso similar: respeito ao voto; o fim das “pautas-bombas” no Congresso, pautas que não contribuem para o País; unidade pela aprovação de reformas; a retomada do crescimento econômico; a preservação de todos os direitos conquistados pelos trabalhadores e pelo povo brasileiro; e a necessária, imprescindível e urgente reforma política. Esse é o pacto que eu busco: trabalhar para superar a crise, voltar a crescer e agir para entregar ao meu sucessor um Brasil muito melhor, no dia 1º de janeiro de 2019."

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