O senador mineiro, presidente do PSDB e candidato derrotado à presidência da República Aécio Neves deu carta branca para que o partido procure o senador Delcídio Amaral para que ele compareça à Comissão de Ética do Senado, ainda antes do julgamento do pedido de impeachment da presidenta Dilma.
O objetivo é conseguir que Delcídio, aproveitando as novas configurações políticas, livre a cara de Aécio e centre suas acusações em Lula e Dilma, especialmente nesta, para piorar sua situação na votação do impeachment.
Com o aval do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), a oposição decidiu patrocinar a ida na próxima terça-feira (26) do ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral (sem partido-MS) ao Conselho de Ética da Casa para confrontá-lo publicamente em relação às acusações que o parlamentar fez sobre o principal líder tucano.
A estratégia, que vem sendo negociada nos bastidores entre membros do PSDB e pessoas ligadas a Delcídio, é que o ex-líder do governo recue no colegiado das afirmações feitas por ele em delação premiada contra Aécio e, se possível, aproveitar para que ele faça acusações públicas contra a presidente Dilma Rousseff às vésperas da votação do afastamento dela pelo Senado.
Até Estadão reconhece citações de Aécio na Lava Jato
O nome do senador Aécio Neves (PSDB-MG), um dos principais líderes da oposição ao governo Dilma, foi citado durante as investigações da Operação Lava Jato por quatro delatores. O doleiro Alberto Youssef disse ter ouvido do ex-deputado José Janene (que morreu em 2010) que Aécio dividiria a arrecadação de propina de uma diretoria de Furnas com o PP. Em julho de 2015, o operador de valores Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, disse - em depoimento ligado à sua delação premiada - ter levado R$ 300 mil a um diretor da UTC no Rio e que o dinheiro seria destinado ao senador do PSDB. Os dois casos foram arquivados pelo ministro do STF Teori Zavascki por insuficiência de informações.
Em fevereiro deste ano, o lobista Fernando Moura, em depoimento ao juiz Sergio Moro, disse ter ouvido relato de uma suposta divisão de propina proveniente da estatal Furnas entre o PT e Aécio. Em sua delação premiada, o ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral disse que o tucano - na época governador de Minas - atuou para maquiar as contas do Banco Rural durante CPI dos Correios. Aécio já rechaçou todas as citações a seu nome.[Fonte: Estadão]
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