Gilmar Mendes só não se filiou ao PSDB porque FHC achou que ele seria mais útil ao partido no Supremo
Pelo menos é o que se deduz de reportagem da Folha de 2002, que traça um perfil de Gilmar Mendes e fala de sua intenção de filiar-se ao PSDB e concorrer em seu estado, Mato Grosso.
Mendes sempre esteve do lado de lá da força, na defesa dos dois Fernandos, Collor e FHC. E, depois, como ministro do STF, em defesa dos tucanos e em oposição aos governos populares, em especial a Lula, a quem parece dedicar ódio especial.
Mendes é um antigo colaborador do governo federal, conhecido pela defesa veemente de suas teses e por provocar polêmicas com membros do Judiciário no cargo de advogado-geral.
Membro do Ministério Público Federal, assumiu o papel de defensor do ex-presidente Fernando Collor de Mello durante o processo de impeachment, em 1992. Na época, Mendes era o chefe da Assessoria Jurídica da Presidência.
No governo FHC, Mendes foi subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil. Assumiu a Advocacia Geral da União em 31 de janeiro de 2000, em substituição a Geraldo Quintão, que tinha sido nomeado ministro da Defesa.
Aos 46 anos, Mendes é respeitado por FHC e é amigo do ministro do STF Nelson Jobim. Mas é duramente criticado por antigos procuradores e enfrenta resistências nos tribunais, por causa dos embates que travou em defesa do governo, e já se desentendeu com dirigentes da Ordem dos Advogados do Brasil e da Associação dos Magistrados Brasileiros.
Como se vê, o estilo barraqueiro de Gilmar Mendes não é de agora e exatamente por isso deve ter sido escolhido por FHC para o Supremo. O ex-presidente tucano deve ter avaliado onde a presença de Gilmar seria mais importante para o partido, no Mato Grosso como candidato do PSDB, ou no STF como ministro, para ajudar a defender seu governo das ações que fatalmente aconteceriam, especialmente pelas privatizações. Levou sua decisão a Gilmar e ele a acatou.
Após receber garantias de que seria indicado para o Supremo, Mendes desistiu de se filiar ao PSDB de Mato Grosso. A filiação seria para se candidatar nas próximas eleições. [Fonte: Folha]
Podem ser feitas muitas acusações a Gilmar Mendes, menos a de não honrar a camisa e defender o partido de seu coração.
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