Depois da PEC 55, Renan vai votar projeto que pune abuso de autoridade e cita Moro como exemplo

Aproveitando seus últimos dias como presidente do Senado, Renan Calheiros está botando sua pauta em dia. Já entregou a encomenda da PEC 55, que foi responsável pela saída exótica do STF que o deixou permanecer à frente da presidência mesmo sendo réu (o que é proibido pela Constituição) apenas para votá-la.

Agora, Renan quer cumprir o compromisso número dois, o de punir o abuso de autoridade constantemente praticado por alguns juízes e promotores, que se acham acima das leis.

A guerra vai ser feia, não apenas com o Judiciário mas também com os promotores que querem carta-branca para agir e buscam jogar a sociedade contra o projeto, dizendo que o que eles pretendem é livrar a cara dos corruptos.

Mas a votação é um compromisso de Renan com vários de seus colegas atingidos por juízes, promotores ou apenas por delatores que têm seus depoimentos vazados. E também é uma questão pessoal.

Renan diz que a hora é agora para conter os abusos. E dá como exemplo de quem os pratica o juiz Sérgio Moro:

"Quando o juiz Sérgio Moro esteve aqui perguntei se o artigo que ele escreveu há 12 anos e que ele dizia que tinha um paralelo com o Brasil, se ele mantinha aqueles pontos de vista, um deles dizia que era preciso vazar delação para a imprensa amiga para minar a credibilidade do sistema político. Neste patamar é muito difícil priorizar a democracia, robustecê-la, fortalecê-la, e esse tem sido o papel do Senado”.