Folha diz que brasileiros estão menos pessimistas como quem diz que morto não reclama da vida



Interpreta a Folha índices de seu Datafolha [grifos meus]:
Os brasileiros estão um pouco menos pessimistas em relação à sua própria situação econômica e à do país, em comparação com as expectativas de dezembro do ano passado.
Pesquisa Datafolha realizada nos dias 26 e 27 de abril registra queda de 41% para 31% na porcentagem dos que acham que a economia brasileira vai piorar.
A parcela de quem prevê progressos oscilou de 28% para 31% e os que acham que tudo ficará como está são 35%, ante 27% no fim do ano passado.
O Datafolha ouviu 2.781 pessoas em 172 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. 

Na tentativa de justificar a verba publicitária que está recebendo aos borbotões do governo golpista, a Folha força uma barra, como se fosse possível estar menos pessimista uma população que só vê a situação do país piorar.

Mês a mês o índice de desemprego bate recorde: 12, depois 13, agora 14 milhões de desempregados.

Nas fábricas, ninguém produz, ninguém encomenda.

No comércio, ninguém compra.

Basta reparar nos números da pesquisa. O número dos que acham que vai piorar diminuiu. Mas não será o efeito Tiririca, de que pior do que está não fica? Parece que sim. É só olhar o número dos que acham que tudo vai ficar como está, que saltou de 27% para 35%. Dentro da margem de erro de 2%, são os que saíram da posição de que a situação pioraria e migraram para o conformismo/desespero de que "não é possível que vá piorar ainda mais", "espero que não", "deus me livre".

Isso fica evidente na rejeição ao golpista, que teria diminuído ou estacionado, caso o pessimismo houvesse realmente diminuído. Mas isso não aconteceu. A rejeição a Temer cresceu.

É como se 5 pessoas tivessem reclamado da PM. A PM vem e mata dois. A Folha registra que diminuiu o número de críticas à PM.

Morto não reclama da vida.

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