Medalha de ouro é para os fracos. O negócio é ter barras de ouro, e Nuzman tinha 16 quilos delas na Suíça


Suar e batalhar por uma medalha olímpica é coisa para atletas. O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, preso ontem numa operação da Polícia Federal, foi atleta de vôlei até os 31 anos. Mas nunca conseguiu uma medalha como atleta. Apenas como dirigente.

Mas até ontem isso não serviu como frustração para ele. Se não teve sua medalha de ouro, Nuzman conseguiu juntar 16 quilos de ouro em barras num banco na Suíça. Equivalentes a mais de duas mil medalhas de ouro olímpicas.

Agora vai ter que explicar na PF e diante de procuradores e juízes, como conseguiu colecionar tanto ouro, se sempre garantiu trabalhar para o COB sem salário, apenas por amor ao esporte.


O homem que comanda o esporte brasileiro há mais de duas décadas sempre teve orgulho de dizer que, por isso, "não recebia um centavo". No entanto, no pedido de prisão, o Ministério Público diz que, nos últimos 10 anos, Nuzman teve um "crescimento patrimonial de 457%". A investigação revelou, inclusive, que ele mantinha 16 quilos de barras de ouro depositadas na Suíça.
Os 16 quilos seriam suficientes para a produção de 2.388 medalhas de ouro como as distribuídas nos Jogos do Rio – cada uma tinha, segundo o COB, cerca de 6,7 gramas de ouro.
"As declarações de imposto de renda de Carlos Nuzman não registram remuneração recebida do Comitê Olímpico Brasileiro ou do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos 2016. Por outro lado, Nuzman justifica a origem de seu patrimônio a partir do recebimento de valores de pessoas físicas e do exterior. Contudo não há explicações sobre quem efetivamente lhe remunerou", afirma o MPF. [Fonte: Folha]

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