Dilma: 'O golpe foi dado para executar um programa de governo que não foi eleito pela população brasileira, contra o povo, a soberania e os direitos sociais'



Numa entrevista ao Tijolaço, a ex-presidenta Dilma fez uma análise da situação do país sob golpe. O Brito divulgou em seu blog a entrevista em partes. Vou fazer o mesmo aqui, destacando uma trecho de cada uma delas e remetendo ao Tijolaço, onde você pode conferir a íntegra.

Porque o golpe não é o ato inaugural, apenas. Tem o ato inaugural! É o impeachment sem crime de responsabilidade; que, de forma absurda – e de forma evidente, não é? –, cometeu um crime contra a Constituição, contra a sociedade brasileira e contra o país. Então, este é o ato inaugural. Agora, o golpe é um processo. E, a gente podia, até, dizer que é uma peça em três atos. O primeiro ato é este: é a inauguração do golpe com o impeachment. Mas tem o segundo ato: por que o golpe foi dado? O golpe foi dado para executar um programa de governo que não foi eleito pela população brasileira. Porque jamais o seria. Porque tira direitos da população; compromete a soberania do país; e fere a democracia. Então, é um golpe contra o povo, contra a soberania e contra os direitos sociais, econômicos e, sobretudo, civilizatórios do país. Então, você tem a segunda etapa do golpe – que é o segundo ato –, que tem uma reforma trabalhista; uma emenda constitucional que reduz os gastos em Educação e Saúde a um crescimento insignificante para as carências do Brasil (este crescimento é por 20 anos: um crescimento só em termos reais). Agora, no resto das atividades que o Estado brasileiro tem que prover – como saneamento, transporte, habitação, ciência e tecnologia (que é o nosso futuro) –, para isto tem até queda real, queda nominal. Porque você não garante, sequer, o crescimento nominal. Então, você tem uma situação gravíssima, neste segundo ato: perdas de direitos sociais, que é retrocesso; venda do país (o pré-sal extremamente comprometido); e a abertura do país para venda das terras férteis; abre os céus do país  sem nenhuma contrapartida. Aprovam um decreto que abre, claramente – deixando ele idêntico ao caráter da reforma trabalhista –, quando destroem a fiscalização sobre o trabalho análogo à escravidão. O que mostra que mesmo que eles voltem atrás, eles vão prosseguir nesse caminho. Então a terceira etapa do golpe é para quê? Porque não dá para vender a Petrobras – agora. Não dá para vender, para alienar a Eletrobras, agora. Não dá para não aplicar esse absurdo, que é deixar vender as empresas públicas, e todos os patrimônios públicos, sem licitação nem controle. Não dá, porque precisa… precisa de um mínimo de legitimidade, que esse governo não tem. Então, o que eles querem?...

Para Dilma, o terceiro ato seria impedir que Lula participe da disputa eleitoral de 2018 ou até mesmo cancelar a eleição: "se impedirem esta eleição – ou se criarem casuísmos para que ela ocorra nós – nós teremos um aprofundamento do golpe". 

Confira lá no Tijolaço.







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