'28 anos de falcatruas', escreve Haddad sobre esquema do gabinete de Jair Bolsonaro denunciado na Folha


Reportagem de Ranier Bragon e Camila Mattoso publicada domingo na Folha mostra que o esquema das rachadinhas, que pode levar à cadeia o senador Flávio Bolsonaro, tem origem no gabinete do pai, Jair Bolsonaro, em seus 28 anos como deputado federal.

Em seu perfil no Twitter, o candidato do PT na eleição presidencial de 2018, Fernando Haddad, não deixou por menos:
28 anos de falcatruas: Reportagem ajuda a desvendar suposto esquema criminoso de Bolsonaro de desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito.
Os repórteres examinaram documentos relativos a esses 28 anos de funcionamento do gabinete de Jair Bolsonaro e revelam na reportagem uma movimentação incomum, rocambolesca.
A análise dos documentos relativos aos 28 anos em que Jair Bolsonaro foi deputado federal, de 1991 a 2018, mostra uma intensa e incomum rotatividade salarial de seus assessores, atingindo cerca de um terço das mais de cem pessoas que passaram por seu gabinete nesse período.
O modelo de gestão incluiu ainda exonerações de auxiliares que eram recontratados no mesmo dia, prática que acabou proibida pela Câmara dos Deputados sob o argumento de ser lesiva aos cofres públicos.
E mostram mais: que funcionários do Jair foram contrabandeados para o gabinete do filho Flávio:
Nove assessores de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) que tiveram o sigilo quebrado pela Justiça na investigação sobre “rachadinha” (desvio de dinheiro público por meio da apropriação de parte do salários de funcionários) na Assembleia Legislativa do Rio foram lotados, antes, no gabinete do pai na Câmara dos Deputados.
Ao menos seis deles estão na lista dos que tiveram intensa movimentação salarial promovida por Jair Bolsonaro quando era deputado federal.
É o caso da assessora Marselle Lopes Marques, que ficou cerca de um ano e meio lotada no gabinete de Bolsonaro, em 2004 e 2005.
Ela ingressou com um dos menores salários, R$ 261 (valores da época). Três meses depois, foi mudada de cargo e dobrou a remuneração. Com um ano, passou a ganhar o maior contracheque entre todos os assessores, R$ 6.011. Três meses depois, o salário foi cortado em 90%.
Nomeada posteriormente no gabinete de Flávio, no Rio, Marselle é uma das investigadas no suposto esquema de “rachadinha” na Assembleia.
A reportagem desce a detalhes, mostra outros casos, mas todos no mesmo sentido: a movimentação intensa no gabinete tem toda a pinta de desvio da verba para o deputado, a famosa rachadinha.

A oposição vai pedir ao Ministério Público uma investigação, a partir dos fatos descritos na reportagem, que podem levar a um processo contra Jair Bolsonaro, que só poderá ser aberto quando ele deixar a presidência o que, para o bem do Brasil, deveria acontecer o mais rapidamente possível. 




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