42 brasileiros ficaram R$ 177 bilhões mais ricos durante a pandemia. E querem mais


Enquanto assistimos diariamente ao triste espetáculo de pessoas pelas ruas das cidades pedindo dinheiro para comer, amontoadas sobre papelões e outras camas improvisadas, há quem esteja achando a pandemia uma maravilha: 42 brasileiros tiveram suas fortunas aumentadas em US$ 34 bilhões, aproximadamente R$ 177 bilhões, segundo a ONG Oxfam.

Porque a pandemia não atinge igualmente a todos. Há os que diariamente se postam nas filas da Caixa atrás do auxílio emergencial que não veio ou ficou retido ou sei lá que burocracia inventada para humilhá-los.

Há os que controlam o fluxo da miséria e pedem mais ao governo, como a reforma tributária de Bolsonaro-Guedes, que dá imposto menor aos bancos. Para eles, a pandemia é um paraíso.
Os números são um contraste à situação da maior parte da população, que sofre com o aumento da pobreza provocada pela pandemia. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre março e maio, 7,8 milhões de pessoas perderam o emprego no País. Além disso, 522,7 mil micro e pequenas empresas no País fecharam as portas na primeira quinzena de junho. 
No relatório chamado “Quem Paga a Conta? – Taxar a Riqueza para Enfrentar a Crise da Covid na América Latina e Caribe”, a ONG apresenta dados, análises e propostas para evitar o desmantelamento dos serviços públicos da região. Umas das saídas, de acordo com o documento, é o imposto sobre grandes fortunas. “É impensável abordar a recuperação econômica diante dessa crise sem romper com o tabu da sub-tributação da riqueza”, destaca o relatório, frisando que o FMI incluiu essa medida em suas recomendações para responder à crise. 
Outra proposta seria taxar ganhos extras das corporações, uma vez que nem todas as empresas vão sofrer os impactos da crise da covid-19. Setores como o farmacêutico, grandes cadeias de distribuição e logística, telecomunicações ou a economia digitalizada vivem períodos de alto rendimento, aponta o relatório. O imposto consistiria em uma sobretaxa extraordinária, aplicado sobre a parcela dos lucros considerada extraordinária e resultante da crise. Esse tributo seria temporário.
A ONG também propões criar um imposto digital que consiga alcançar plataformas de streaming e de vendas online. O isolamento social fez com que esses serviços tivessem um grande incremento na região. “No entanto, as grandes plataformas digitais vivem em uma total anomalia fiscal. Quando o sistema fiscal internacional foi desenhado, há quase cem anos, ninguém podia antecipar a evolução desses modelos empresariais de corporações digitais, às quais os vazios do sistema fiscal internacional nessa matéria permitiram operar sem tributar praticamente nada nos países onde geram suas receitas”, diz o relatório.[Estadão]
Alguém vê a mínima chance de isso acontecer durante o governo Bolsonaro?

Enquanto Bolsonaro continuar presidente o país continuará a sofrer os reflexos perversos da pandemia, a começar pela infecção de milhões e a morte de mais de 85 mil, por enquanto, e a destruição de empregos e empresas.

Sob Bolsonaro o país não sai da crise, porque ele é a crise.



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