Nobel da Paz vai para jornalistas independentes, enquanto Assange segue preso político dos EUA em presídio do Reino Unido

O Nobel da Paz deste ano foi concedido aos jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov por seus esforços em defender a liberdade de expressão, segundo o Comitê norueguês:
"[Os laureados] são representantes de todos os jornalistas que defendem este ideal em um mundo em que a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas", afirmou Berit Reiss-Anderson, presidente do conselho do Nobel. [G1]
Perdeu uma oportunidade o comitê norueguês de corrigir seu vizinho comitê sueco, responsável pelos Nobel de Física, Química, Literatura. Foi a Suécia o primeiro país a iniciar a perseguição jurídica a Julian Assange com uma muito conveniente e agora arquivada acusação de estupro contra o líder dos WikiLeaks. O arquivamento foi não apenas por falta de provas, mas até da acusação mesmo, pois a suposta estuprada jamais denunciou Assange por isso.
 
Sem tirar os méritos dos jornalistas laureados, por que ao menos não incluir o nome de Assange entre eles?
 
Assange mostrou ao mundo a face do terror praticado por Estados Unidos e aliados com torturas e assassinatos de inocentes e até crianças.
 
Que liberdade de expressão é esta que mantém Assange prisioneiro na Inglaterra sem que tenha cometido crime algum, ao contrário, por ter denunciado a prática de crimes de guerra?
 
Como comemorar o prêmio aos dois jornalistas, enquanto Assange apodrece na cadeia, mantido vivo como um zumbi para que sirva de exemplo a todos os jornalistas do mundo sobre o que lhes espera caso denunciem os crimes de guerra dos EUA e aliados?
 
Como justificar ainda a prisão de Assange, se a única testemunha contra ele, Sigurdur Thordarson, declarou recentemente que mentiu em seu depoimento, pressionado e acobertado pelo FBI, e está preso agora em seu país, Islândia, "um hacker pedófilo condenado por abusar sexualmente de nove crianças, tendo sido absolvido de cinco outros casos por falta de provas"?
 
Parabéns a Maria Ressa e Dmitry Muratov, mas infelizmente o prêmio está manchado por essa ignomínia que é a prisão de Julian Assange, perseguido há dez anos por divulgar verdades "inconvenientes".
 
#FreeAssange






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