A revista IstoÉ foi à Junta Comercial de São Paulo verificar quem afinal é o verdadeiro dono da rádio Disney e verificou que Paulo Henrique Cardoso, filho do ex-presidente FHC, que se dizia controlador da rádio, com 71% das ações, é na verdade um laranja da Disney. Porque da empresa que controla a Rádio Disney, PHC detém apenas 1,4%. Os 98,6% restantes pertencem à ABC Venture Corp, uma subsidiária da Disney. Como a legislação brasileira proíbe que grupos estrangeiros possuam mais de 30% de empresa de comunicação, a rádio está ilegal e o filho do ex-presidente foi usado como laranja da Disney.
A imagem a seguir é uma reprodução da IstoÉ e foi retirada do site da Fenapef, onde está publicada a reportagem completa.
Vamos ver se a Anatel e a PF vão dar à Rádio Disney o tratamento que dão às rádios comunitárias, que são perseguidas, fechadas, têm equipamentos confiscados e seus donos processados.
Vamos ouvir também o que têm a dizer pai (FHC) e filho (PHC) sobre a ação feita para burlar a lei brasileira.
Desde, é claro, que a documentação exibida pela IstoÉ e o conteúdo da reportagem sejam verdadeiros, como parecem ser.
A morte do cinegrafista da Band e o assédio moral a que são submetidos repórteres e cinegrafistas
A morte do cinegrafista da Band Gelson Domingos (foto acima), que levou um tiro de fuzil quando cobria uma operação policial no Rio, acendeu a luz amarela nas redações. Em busca do furo, da audiência, emissoras estariam arriscando a vida de seus funcionários?
Não sei como é na Band ou em outras emissoras de TV, mas na Globo, repórteres e cinegrafistas sofrem assédio moral, segundo denunciou Cristina Guimarães (12 anos de Rede Globo, sendo seis deles no “Jornal Nacional”, depois de passar pelos núcleos do “Fantástico” e do “Globo Repórter”) em depoimento na ABI (Associação Brasileira de Imprensa), publicado pelo Direto da Redação, em 17 de julho de 2002, que reproduzo a seguir. Nele, é possível verificar o assédio e a pressão a que são submetidos os repórteres da casa e também o crédito que a Rede Globo dá à palavra de seus funcionários (em destaque num box):
Repórter acusa a Rede Globo
A jornalista Cristina Guimarães, da Rede Globo de Televisão, prestou depoimento em sessão especial do Conselho da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) no último dia 9 de julho sobre a ação trabalhista que move contra a emissora sob o argumento de que esta não lhe deu proteção de vida quando passou a ser ameaçada por narcotraficantes da Rocinha depois de fazer a matéria “Feira das Drogas” veiculada no “Jornal Nacional” em agosto de 2001. Naquela ocasião Cristina trabalhou em parceria com o repórter Tim Lopes - assassinado mês passado na favela de Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão – e com ele dividiu o Prêmio Esso de Jornalismo do ano passado. Cristina trabalhou 12 anos na emissora, sendo seis deles no “Jornal Nacional”, depois de passar pelos núcleos do “Fantástico” e do “Globo Repórter”.
Atualmente Cristina está afastada do dia-a-dia da profissão, vive escondida fora do Rio de Janeiro e depende da ajuda da família e dos amigos para se manter. Segundo ela, as ameaças dos narcotraficantes da Rocinha começaram pouco depois da matéria “Feira das Drogas” ir ao ar. Ela pediu providências aos seus chefes na Globo mas como nada foi feito, segundo ela, apesar de reiteradas gestões, decidiu se afastar da emissora e processá-la. Ela relatou que por causa da matéria “Feira das Drogas” foram identificados e presos 18 traficantes na Rocinha e 11 no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio.
Equipada com uma micro-câmera Cristina Guimarães filmou traficantes vendendo drogas publicamente dentro das favelas da Rocinha e da Mangueira; dando continuidade a série de reportagens veiculadas no “Jornal Nacional” que começou com uma matéria de Tim Lopes mostrando a “Feira das Drogas” no Complexo do Alemão. Agora no início de junho, no mesmo Complexo do Alemão, numa outra reportagem investigativa – esta sobre sexo e drogas em bailes funk – Tim Lopes foi aprisionado, torturado e morto pelos traficantes da quadrilha de Elias Maluco.
CRISTINA GUIMARÃES - Vou tentar ser o mais clara possível. A minha estória começa no dia 08 de agosto de 2001 quando a Márcia Monteiro chegou para mim, na redação da TV Globo, e perguntou se havia visto a matéria do Tim Lopes sobre a venda de drogas no Morro do Alemão. Disse que sim, que era uma coisa que todos já conheciam, a feira das drogas, e era um trabalho muito arriscado tentar mostrar isso ao público, já que era tão comum. Ela me disse que queria que eu fizesse outras matérias, que continuasse a reportagem sobre as feiras de drogas. Disse a ela que seria muito perigoso porque os traficantes já sabiam que aquilo tinha sido denunciado, que eles estariam com o pé atrás e com certeza com muito mais olheiros. Ela olhou para a redação e disse que a única pessoa que poderia fazer, além do Tim, seria eu. E já que o Tim estava de férias... Expliquei a ela que teria que fazer uma cirurgia no dia 13 de agosto e como o Tim tinha tido uma semana para fazer a matéria, eu só teria três dias, portanto seria bem complicado. Na verdade, eu estava com medo...
- ...Nós, jornalistas, temos a obrigação de dizer a verdade... De passar a verdade... A verdade é que na hora, qualquer dos produtores e jornalistas na redação, estaria sofrendo perigo porque já havia sido mostrada a feira. Mas ela me disse que não, que eu era a pessoa mais competente para fazer isso e que ela e o César (Seabra) estariam me mandando fazer a matéria. E que eu teria que fazer a mesma coisa que o Tim fez. O Tim levou uma semana para fazer o Morro do Alemão: ele fazia as imagens, voltava, mostrava para o César e para Márcia. Se não estivessem boas, ele voltava lá e fazia novamente. Essa era a minha obrigação. Por isso eu entrei três vezes na Mangueira e duas vezes na Rocinha.
No mesmo dia 8 pedi um motoqueiro ou um motorista para que pudesse ver se estava acontecendo a feira; e o C... foi comigo, ele foi designado para ir comigo. Nós demos uma volta pela Mangueira e vimos que a feira continuava. Voltei para a redação e disse que só faria a matéria se fosse com um motoqueiro, porque de carro era muita ‘bandeira’. Não é fácil, não tenho cara de favela... Mas na hora do nosso trabalho a gente não pensa nisso... Eu marquei para o dia 9 começar a matéria Era até o dia de jogo do Brasil. Saí da redação por volta das 14, das 14h40m, com um motoqueiro que estava com medo, o G..., porque o motoqueiro que tinha sido designado para sair comigo era o P... . Mas o P... começou a chorar, dizendo que não iria, que ele conhecia as pessoas da Mangueira, que era um perigo para mim e para todo mundo depois da matéria feita pelo Tim... Mas o G... foi obrigado a ir comigo. Montei a micro-câmera – que monto e desmonto, assim, todo o equipamento, toda a base... Porque... As quatro vezes que estive no Irã-Iraque... Fazendo... Eu montava o equipamento de telecomunicação da Mendes Júnior... E montava também os equipamentos de telecomunicação da Odebrecht... Então eu estive duas vezes no Iraque, estive duas vezes no Iraque no acampamento, pela empresa Micro Mídia – que era uma contratada da Mendes Junior e da Odebrecht. Falei com eles novamente que era muito perigoso, mas eu iria. Já que não tinha mais ninguém na redação para fazer. As duas pessoas do ‘Jornal Nacional’ que faziam investigação éramos eu e o Tim. Esporadicamente saía (inaudível)... Nós entramos na favela na hora do jogo do Brasil e eu parei em um botequim, numa birosca, a 30 metros da boca. Em frente a escola municipal que existe na Mangueira. Fiquei fazendo lá a “feira das drogas”, durante duas horas e meia e, na saída, como estava muito apavorada e nervosa - eu e o G... resolvemos parar em um bar em frente a UERJ, para fazer hora para que a Márcia não mandasse que voltássemos de novo. Chegamos na redação por volta das oito horas, o “Jornal Nacional” já estava no ar, e mostrei o que nós tínhamos feito. E a Márcia disse que precisava de outra... De outra... Favela... Precisava de mais imagens porque nas imagens que eu tinha feito os traficantes estavam muito distantes. Que eu tinha que ir até a “boca”.
No dia seguinte, marquei para sair às 14 horas, mas o G... não apareceu. Ele passou mal e depois soube que ele foi até obrigado a assinar advertência por não ter ido trabalhar. Quem foi escalado foi o K... , Z... K... . Nós voltamos na favela da Mangueira, subimos novamente, mas só que desta vez subimos com a moto do K... . Paramos em frente a birosca, ficamos tomando cerveja até que eu criei uma coragem que não sei de onde tirei, que hoje também não tenho, para chegar até a ‘boca’. É nesse momento, que até está editado na matéria, que o traficante me expulsa do local, dizendo que na “boca” não se pode beber. Nós... Nesse momento... Eu e o Z... pensamos que íamos morrer. Estávamos no meio da “boca” e o cara olha para você e diz que na “boca” não pode beber e grita desce! Desce! Você já se imagina defunto, ou alguma coisa parecida. Nós descemos, voltamos para a birosca a 30 metros, eu permaneci na favela mais duas horas e meia para não dar bandeira. Para que os traficantes não ficassem desconfiados de nosso movimento. Paramos novamente no boteco em frente a UERJ, nosso ponto de encontro, liguei para a Márcia Monteiro. E ela mandou um motoqueiro resgatar a fita. Esse motoqueiro era o P... , levou a fita para a redação e eles me cobraram a outra favela. Porque sem outra favela não tinha matéria! Que o Tim já tinha feito o Alemão! Que eu tinha que fazer duas! Para mostrar que a venda continuava! (...) Eu ia para a Cidade de Deus, porque sabia que lá teria outra “feira”. Mas o K... argumentou que se fossemos para a Cidade de Deus, ficaria muito escuro - já estava escurecendo - que fossemos então para a Rocinha. (...) Assim que entrei na Rocinha, vimos eles. Eles ficam exatamente na Via Ápia, ali na entrada. Nós paramos a moto em frente a sorveteria, fizemos as imagens todas... Passou-se a negociação... Eu fui comprar uma meia para poder disfarçar... Sentei no bar, fiquei mais duas horas e pouco na Rocinha. Quando chegamos na emissora o “Jornal Nacional” já tinha terminado. Eu levei a micro-câmera... A micro-câmera é uma caneta, mas o gravador é pequenininho, fica dentro de uma pochete onde tem um visor. Eu entrei na redação, pedi para o K... esperar e fui até o César Seabra e a Márcia Monteiro, mostrar as imagens. Eles acharam que as imagens estavam muito escuras e que eu teria que fazer de novo. Era sábado, eu estava de plantão e até estrilei: Eu até estou de plantão, mas o que já tem já vale! Vocês já tem tudo! Já vale! Não posso ficar assim me expondo dessa maneira! Eles me disseram: “Não, não, não esquenta a cabeça. Você já derrubou tanta gente vai ter medo agora de um traficantezinho. Amanhã você volta, você pega as sete e depois, quando terminar, você volta que no domingo eu te dou folga. Você vai operar na segunda”.
Pois bem, retornei a emissora às sete da manhã de sábado, dia 11 de agosto. E fiz tudo que tinha que fazer. Fui para... Esperei o K... chegar, ele se atrasou porque também estava com muito medo - já que a esposa dele e a sogra moravam na Rocinha... Mas voltamos... Voltamos a Rocinha e ele me deixou em frente a sorveteira... E desta vez nós entramos pela Marques de São Vicente, não pela auto-estrada Lagoa-Barra. Ele me deixou bem em frente a Via Ápia, porque não tinha movimento. E até estranhou porque não tinha venda... Nós estávamos estranhando porque não tinha venda... Quarenta minutos depois, vi a favela inteira correr para o asfalto e fui para o asfalto também, ver o que era. Era uma batida com um carro importado onde tinham duas meninas muito nervosas porque tinham batido ali, em frente Rocinha. E a polícia estava lá. O Z... voltou, me encontrou e avisou que a polícia estava cercando a favela.. E disse para sairmos pelo outro lado, sair pelo valão. Fomos em direção ao valão. Nesse meio tempo vem a sogra, a esposa dele e a policia. Nós entramos num boteco perto do valão e liguei imediatamente para o Marcelo Moreira. Mais ou menos entre três e meia e quatro horas da tarde. Avisei: Marcelo a policia está aqui, não tem “feira”, está muito perigoso porque... Isto aqui vai dar merda, desculpem o termo. Ele me respondeu: “Não, você tem que terminar isso, sem as duas favelas não adianta, não vai ter matéria”. Eu respondi: Olha, vou operar, cara, o que já tem (de imagens) - já é o suficiente. Ele respondeu de novo: “Não, não. Fique aí que a policia vai sair e vai recomeçar a “feira”. Fiquei. Avisei ao motoqueiro, muito zangada, que teríamos que ficar mais tempo lá. Nós ainda rodamos a favela durante um bom tempo, agora com a esposa do K... que fiz de escudo, pois estava grávida. Ficou parecendo que ela era minha amiga já que era moradora... Era! não é mais! Voltamos para a sorveteria em frente ao ponto de venda de drogas e ficamos lá até oito horas da noite. Retornei a redação extremamente zangada. Larguei o equipamento na UTJ e a fita na mão do Marcelo (Moreira) dizendo que era aquilo que se tinha, não poderia fazer mais. Porque ia operar. E fui embora.
Só retornei a emissora no dia 12 de setembro, no auge do atentado contra o World Trade Center. E assim que entrei naquele corredor imenso, o A... , que é assistente de estúdio e mora na Rocinha, me empurrou para a parede e disse: “Cristina, quero falar contigo: vocês pegaram muito pesado e os traficantes já botaram em cima da mesa um monte de dinheiro para nós, moradores da Rocinha, dizermos quem fez as imagens. Por conta do que você fez, 15 pessoas já foram presas”. Entrei na redação, fui direto na Márcia Monteiro, minha chefe. E disse: “Márcia, minha cabeça está a prêmio, os meninos, o A... , me disse agora que negou, na Rocinha, que conhecesse quem fez a matéria. Disse que tinha vindo uma equipe de São Paulo e que ele desconhecia o assunto.” Ela disse para que eu não esquentasse a cabeça, e argumentou: “Você já fez tantas matérias de denúncia, porque vai ficar medo agora?” Naqueles dias, naquela coisa do World Trade Center, todo mundo estava preocupado com aquela matéria (“Feira das Drogas”).
Recomecei a trabalhar, continuei fazendo minhas matérias, produzindo minhas matérias. Mais ou menos um mês depois, fiz uma outra matéria de denúncia – a de um garoto, assistido da Defensoria Pública, contra o coronel Lenine. Que ele, garoto, fazia o pagamento de propinas do Celsinho da Vila Vintém para o coronel Lenine. Fui sem equipamento na Defensoria porque só queríamos saber a verdade, se o garoto estava falando sério ou não. Entrei na Defensoria Pública, estavam todos sentados, os defensores, o garoto ficou olhando para o meu rosto o tempo todo. Depois de meia hora ele perguntou se poderia falar comigo. Eu disse que sim. A defensora que trata das crianças presenciou tudo e outros defensores também. “Tia, você estava na Rocinha, com uma bermuda azul marinho e dois celulares? Eu falei que você era ‘bandeira’ e a sua cabeça está tão a prêmio, quanto a minha. Só falo com você porque estamos mortos e você é uma mulher de coragem.” Naquele dia ficamos até as cinco horas da manhã na emissora. Não sei se vocês se lembram, mas o Lenine foi exonerado, depois voltou. Aquela bagunça toda... Cheguei na redação, chamei a Márcia e disse que ia tomar providências, porque o garoto tinha me dito isso. A Márcia Monteiro disse: “Não, não tem problema!” E fiquei cada vez mais apavorada.
No dia 20 fui para Belém fazer uma matéria para o “Fantástico” sobre prostituição infantil. Eu e o Fernando Molica. No meio dessa coisa até me ligaram porque estavam escrevendo a matéria ‘Feira das Drogas” para o Prêmio Esso... Quando voltei, no dia 25, eu estava de plantão. Voltei dia 24 de outubro porque nos dias 25 e 26 estava de plantão na redação.
No dia 25 a tarde eu abri a “Folha de São Paulo”, na Revista da TV, e havia uma nota dizendo que um funcionário da Rede Globo havia sido seqüestrado para dizer quem tinha feito as imagens da matéria “Feira das Drogas”. Não conheço esse menino, nunca o vi, mas cheguei na segunda-feira e perguntei ao Ricardo Rodrigues e a Márcia Monteiro. Primeiro ao Ricardo: “Você viu isso aqui?” E ele: “Ah! Cristina, eu vi sim. Tanto que saiu no JB e no Dia”. Falei com a Márcia, mas ela disse que era invenção, que esse menino no mínimo tinha dado um “banho” no tráfico - que ele estava inventando a história... Eu já não estava mais em condições de saber o que era verdade e o que era mentira... E como é que esse garoto, se tivesse mesmo dado um “banho” tráfico, continuava sendo funcionário da Rede Globo já que outros foram mandados embora por ficarem pegando “baseadinhos”?
O tempo passou e comecei a ficar em estado de choque... Porque você fala com uma pessoa que é da sua chefia, fala com outro, que também é da chefia. e ninguém te dá ouvidos? Acha que só porque você fez duzentas e tantas matérias, ou porque você é isso, ou aquilo, que você vai se defender? Que você pode, que a TV Globo pode tudo? Pode? Ao sermos jornalista é muito importante passarmos a verdade... Mas não somos heróis! Ninguém aqui é dono da verdade ou super herói! Esse rapaz foi seqüestrado a 50 metros da porta da TV Globo! Eu tenho aqui o depoimento dele, porque logo depois que entrei na Justiça do Trabalho... Eu não estou pedindo indenização... Não estou pedindo nada! Estou pedindo os meus direitos porque não fui protegida! Até hoje eu não sou protegida! Não estou pedindo nada mais do que acho que seja meu direito! O direito de uma pessoa que ficou sabendo que a sua vida está em jogo através da nota em um jornal de outro Estado! (pausa, voz embargada).
Bem, depois de tantas iniciativas e tentativas para que alguém me escutasse – eu procurei a minha advogada - e exatamente do escritório dela, mandei um e-mail para o Schoreder(Diretor de Jornalismo da Rede Globo) que está aqui e que quero que depois vocês leiam. Nele descrevi tudo o estava me acontecendo. E ele respondeu, pedindo desculpas de estar numa reunião de acionistas, de não me responder antes, mas que seria marcada uma reunião com outro departamento para tomar ciência do meu assunto...
Muito triste eu fiquei, felizmente outras pessoas me ouviram e eu consegui me afastar (inaudível)... É muito doloroso para mim dizer que me afastei do que eu mais gostava de fazer... (pausa) Eu amo ser jornalista! Mas não vou ser mais... (voz embargada) (pausa) Desculpem (pausa)... Não posso mais contar a verdade porque as pessoas me chamam de maluca... Fui embora, tive o apoio do governo americano e inclusive está no site americano toda essa minha história confirmada.
Quando eu soube no dia 2, quando uma repórter do JB ligou para mim, que o Tim tinha desaparecido... Não dá para ter idéia... Se vocês pudessem pensar 30 segundos o que se passou na minha cabeça... Não dá para ter idéia... Eu me senti... Durante algum tempo - eu me senti muito culpada... Porque, eu podia ter gritado mais... Talvez se eu tivesse ido para a porta da TV Globo... Talvez não tivesse acontecido tudo isto... O Tim sabia de tudo isso porque ele recebeu os documentos. É muito triste para mim saber que nós jornalistas - pessoal que trabalha na televisão, no rádio - viramos reféns também... Reféns de uma verdade que está ai... Eu agora aguardo a sentença do juiz do trabalho, não moro mais no Rio – e se depender de mim, nem mais no Brasil eu quero ficar... Sou uma pessoa disposta a contar isto porque esta é a minha verdade... E quando você tem uma verdade, você morre por essa verdade. E mais triste ainda você fica quando vê que um amigo seu morreu (pausa)...[Leia a íntegra no Direto da Redação]
Nota da Anistia Internacional afirma que Freixo foi convidado para dar palestras na Europa, não fala em 'exílio' e elogia proteção do governo do Rio ao Deputado
Nota assinada pela Anistia Internacional e pela Front Line Defenders (uma Fundação Internacional criada para proteger os defensores dos Direitos Humanos no mundo) informa que o Deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) foi convidado "para viajar à Europa a fim de falar sobre a expansão das milícias, faz parte de uma campanha internacional que já dura alguns anos".
Ao final, reconhecem o esforço do governo do Rio de Janeiro na proteção ao Deputado e pedem medidas mais efetivas contra as milícias:
O original do documento em inglês e sua versão para o português (em pdf) encontram-se no site da Front Line Defenders.
Pela nota fica claro que a notícia de que o Deputado teria aceitado abrigo da Anistia Internacional para um exílio no exterior é, como diria Mark Twain, "um tanto exagerada".
Infelizmente. Porque se por um lado o governo oferece proteção a Freixo (o que é reconhecido na nota e até pelo Deputado), por outro faz vista grossa com os milicianos, como provam as recentes fugas de dois deles - um acusado de ser o homem que teria recebido a encomenda de assassinar Marcelo Freixo por R$ 400 mil.
O governador do Rio Sérgio Cabral tem notórias relações com milicianos, como prova este vídeo em que o governador confraterniza com dois deles.
Há quem veja em toda essa história de "exílio" uma forma de Freixo se cacifar para a eleição do ano que vem como o principal opositor a Eduardo Paes na disputa à prefeitura do Rio. Pode ser. Afinal, político não gosta de espaço vazio. E Freixo é político.
Mas existe também na atitude de Freixo uma forma de aumentar o preço de sua morte, torná-lo um defunto muito caro. Só que as milícias são ricas. E Freixo sabe disso. Tanto que em uma entrevista ao JB disse que uma das milícias investigadas faturava R$ 170 mil por dia, apenas com a exploração das cooperativas de vans.
A esses dois motivos junta-se um terceiro, que é o declarado pelo Deputado: sua denúncia contra as milícias e a pouca atenção (às vezes cumplicidade) entre milícias e prefeitura e governo do estado, como afirmou na mesma entrevista ao JB:
A ameaça à vida do Deputado Marcelo Freixo é real. Milicianos e banda podre das polícias não costumam perdoar. Como provou recentemente o covarde assassinato da juíza Patrícia Accioly.
Portanto, faz bem o Deputado em por a boca no trombone, bater tambor no Brasil e no exterior, pra ver se o estado se move e ataca as milícias e a banda podre.
Como aponta a nota da Anistia Internacional e da Front Line Defenders, só uma ação conjunta de município, estado e governo federal pode fazer frente ao poder das milícias. Estado e município estão devagar, quase parados.
Talvez o fato político gerado pelo "exílio" de Marcelo Freixo deflagre a ação que junte as três instâncias para combater efetivamente as milícias, que já se espalham pelo Brasil. Antes que seja tarde.
"Com tal propósito, a Front Line Defenders e a Anistia Internacional convidaram Marcelo Freixo a visitar a Europa em apoio a sua campanha, para encontrar-se com autoridades e ativistas de direitos humanos a fim de captar apoios que fortaleçam essa ação internacional."
Ao final, reconhecem o esforço do governo do Rio de Janeiro na proteção ao Deputado e pedem medidas mais efetivas contra as milícias:
"A Front Line Defenders e a Anistia Internacional reconhecem que as autoridades estaduais têm continuamente fornecido proteção armada ao Deputado, e que tal proteção está sendo atualmente reforçada. Entretanto, está na hora de as autoridades federais, estaduais e municipais implementarem as recomendações pendentes da CPI das Milícias, a fim de garantir que todos os cidadãos do Rio de Janeiro possam viver com mais paz e segurança."
O original do documento em inglês e sua versão para o português (em pdf) encontram-se no site da Front Line Defenders.
Pela nota fica claro que a notícia de que o Deputado teria aceitado abrigo da Anistia Internacional para um exílio no exterior é, como diria Mark Twain, "um tanto exagerada".
Infelizmente. Porque se por um lado o governo oferece proteção a Freixo (o que é reconhecido na nota e até pelo Deputado), por outro faz vista grossa com os milicianos, como provam as recentes fugas de dois deles - um acusado de ser o homem que teria recebido a encomenda de assassinar Marcelo Freixo por R$ 400 mil.
O governador do Rio Sérgio Cabral tem notórias relações com milicianos, como prova este vídeo em que o governador confraterniza com dois deles.
Há quem veja em toda essa história de "exílio" uma forma de Freixo se cacifar para a eleição do ano que vem como o principal opositor a Eduardo Paes na disputa à prefeitura do Rio. Pode ser. Afinal, político não gosta de espaço vazio. E Freixo é político.
Mas existe também na atitude de Freixo uma forma de aumentar o preço de sua morte, torná-lo um defunto muito caro. Só que as milícias são ricas. E Freixo sabe disso. Tanto que em uma entrevista ao JB disse que uma das milícias investigadas faturava R$ 170 mil por dia, apenas com a exploração das cooperativas de vans.
A esses dois motivos junta-se um terceiro, que é o declarado pelo Deputado: sua denúncia contra as milícias e a pouca atenção (às vezes cumplicidade) entre milícias e prefeitura e governo do estado, como afirmou na mesma entrevista ao JB:
Freixo: Há uma tolerância, ainda hoje, muito maior por parte do poder público com as milícias do que com outros grupos criminosos. Deveria ser igual. Vou te dar um exemplo: As UPPS (Unidades de Polícia Pacificadora), que representam um projeto interessante, não atingem as milícias. Elas são todas em área de tráfico de drogas.A não ser no Batan. Se você questionar alguém do governo, vai falar isso. Mas o Batan era uma área de milícia, mas tem um efeito simbólico. Foi lá que repórteres do Jornal O Dia foram barbaramente torturados. Então, o Batan é uma resposta simbólica.
Esse episódio pode ser considerado um divisor de águas?
Sim. Só aprovei a CPI por causa disso. A CPI esperou um ano e meio para ser aprovada. Para você ver como a milícia tem força no Parlamento. Então, são 58 propostas concretas que não envolvem só ação policial. Por exemplo: transporte alternativo. O Deco está preso, inclusive, porque controlava o transporte alternativo. Onde a milícia se estabelece, controla o transporte alternativo. É um lucro absurdo. Só para se ter uma ideia, uma das milícias em que conseguimos a quebra de sigilo, tivemos acesso as contas da cooperativa de vans. O faturamento era de R$ 170 mil por dia. Só com o transporte alternativo.Então, se a prefeitura do Rio de Janeiro não fizer alguma coisa, as milícias continuam agindo. Entreguei um relatório nas mãos do prefeito (Eduardo Paes/PMDB) e, até hoje, a prefeitura continua não regulamentando o transporte alternativo, fazendo a licitação por cooperativa, e não uma licitação individual, como a gente propôs.
O senhor está dizendo que há uma omissão do poder público?
É mais do que omissão. É conivência, porque a milícia acaba sendo interessante para alguns projetos políticos. Todo miliciano é base do governo. O Deco era base do Eduardo Paes. O Deco era do PR, mas votava tudo com o prefeito, porque tem favores da prefeitura no seu domínio e retribui à prefeitura com votos.Esse escândalo que envolve crime, polícia e eleição é o que mais alimenta a milícia. Precisa ser debatido largamente. Não é um problema policial. É um problema político.
O senhor destacou a infiltração de milicianos na política. Há, na sua opinião, partidos que favorecem esse processo?
Claro. Essa é uma radiografia muito interessante. Nenhum deles é eleito pelo partido da milícia. Na época do (ex-prefeito) César Maia (DEM), quase todos eram candidatos pelo Democratas ou pelo PMDB, que era o partido do governador.
A ameaça à vida do Deputado Marcelo Freixo é real. Milicianos e banda podre das polícias não costumam perdoar. Como provou recentemente o covarde assassinato da juíza Patrícia Accioly.
Portanto, faz bem o Deputado em por a boca no trombone, bater tambor no Brasil e no exterior, pra ver se o estado se move e ataca as milícias e a banda podre.
Como aponta a nota da Anistia Internacional e da Front Line Defenders, só uma ação conjunta de município, estado e governo federal pode fazer frente ao poder das milícias. Estado e município estão devagar, quase parados.
Talvez o fato político gerado pelo "exílio" de Marcelo Freixo deflagre a ação que junte as três instâncias para combater efetivamente as milícias, que já se espalham pelo Brasil. Antes que seja tarde.
Agressão a jornalista da Globo não é a primeira. Outros já foram agredidos, até pela própria Globo
Ontem, a jornalista da Rede Globo Monalisa Perrone foi agredida covardemente por uns idiotas (não vou dar o link, como sempre faço, porque não vou divulgá-los aqui), enquanto fazia seu trabalho. A emissora já anunciou que vai processá-los, no que faz muito bem. Mas daí a dizer que o ataque é um atentado à liberdade de imprensa já é demais.
A não ser que a Rede Globo também considere como atentado à liberdade de imprensa os tópicos a seguir, todos retirados aqui do blog, em que a emissora é acusada de agredir ou deixar agredir seus repórteres:
A não ser que a Rede Globo também considere como atentado à liberdade de imprensa os tópicos a seguir, todos retirados aqui do blog, em que a emissora é acusada de agredir ou deixar agredir seus repórteres:
1.
Ontem, 2 de junho, foi o dia do 9º aniversário da morte de Tim Lopes. Tim arriscou a vida para fazer aquela que seria sua última e inconclusa reportagem, pois foi barbaramente assassinado por traficantes na Vila Cruzeiro, comandados por Elias Maluco.
9 anos da morte de Tim Lopes, um repórter, um jornalista investigativo
O fato é que Tim Lopes subiu o morro, quando não deveria fazê-lo, porque havia recebido um Prêmio Esso por uma reportagem investigativa na mesma Vila Cruzeiro. Sua imagem apareceu e ele ficou marcado pelos marginais. A Rede Globo o deixou ir assim mesmo. (Continuar lendo)
2.
Ainda outro dia, fiz uma postagem aqui que dizia que Cinco meses antes da morte de Tim Lopes, repórter da Globo denunciou ameaças na Folha. Diretor da Globo duvidou.
Em depoimento na Associação Brasileira de Imprensa, jornalista denuncia assédio e pressão que sofrem repórteres da Rede Globo
O tal diretor era da Central Globo de Comunicação, Luís Erlanger: (Continuar lendo)
3.
Ontem, numa reportagem de Maria Luisa de Melo para o Jornal do Brasil, a repórter Cristina Guimarães afirmou, contundente: "Se dependesse da Globo, eu estaria morta". Como Tim Lopes - seu colega de reportagem e de Prêmio Esso. (Continuar lendo)
Cinco meses antes da morte de Tim Lopes, repórter da Globo denunciou ameaças na Folha. Diretor da Globo duvidou
4.
Juiz do TST diz que Rede Globo fraudou contrato de trabalho de jornalistaA jornalista Cláudia Cruz, que trabalhou como repórter e apresentadora (RJTV) na Globo do Rio, entrou com ação no Ministério do Trabalho solicitando que fosse reconhecido seu vínculo empregatício com a Rede Globo. No período em que trabalhou na emissora, Cláudia Cruz teria sido obrigada, segundo afirma, a “abrir uma empresa pela qual forneceria sua própria mão-de-obra”. (Continuar lendo)
5.
Sindicato dos Jornalistas: Na TV Globo a mais-valia vale maisFoi o que descobri lendo a seguinte notícia, publicada no site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do município do RJ (SJPMRJ): (Continuar lendo)
6.
Jornalistas do Globo agora batem ponto. Jornalão chia
No dia 1° de abril, jornalistas de O Globo passaram a assinar o ponto, uma antiga reivindicação da categoria, que o jornalão das Organizações Globo teve que atender, muito a contragosto, como se pode ver pelo texto aí acima, que é uma reprodução de parte da coluna Por dentro do Globo do dia 2 de abril. (Continuar lendo)
Orlando Silva pede demissão. Mídia golpista vence mais uma. Quem será o último ministro, antes de Dilma?
As corporações midiáticas apostaram tudo na derrubada do ministro. Orlando Silva bateu pé e se defendeu. O PC do B o apoiou. Mas o PIG repicou, e o ministro caiu. Mesmo que a situação estivesse mais favorável a ele hoje que na sexta-feira, quando a presidenta o confirmou no cargo.
De lá pra cá, o que aconteceu? O STF mandou o Procurador-Geral trazer provas contra o ministro, além de recortes de jornais e revistas (sic). A Veja, que apresentaria provas, nada mostrou. O policial denunciante (mais sujo do que pau de galinheiro, acusado ou suspeito de ene malfeitos - até de assassinato) também disse à Polícia Federal que não tinha provas contra o ministro a quem acusara. Hoje à tarde faltou a um depoimento na Câmara com a cínica alegação de que o pedido de demissão do ministro (que não havia sido feito) esvaziaria seu depoimento.
Mas a mídia insistiu. Sábado, domingo, segunda, terça, hoje: nas primeiras páginas dos jornais, na TV, emissoras de rádio, nas revistas, nos portais, o ministro ia (tinha que) cair. Era questão de dias, horas.
Agora à noite, o ministro capitulou. O PC do B, que iria até o fim com ele, aceitou o arreglo, e a mídia corporativa vence mais uma. Batem, e conseguem do governo o que querem (como esse fajuta PNBL e o silêncio sobre a Ley de Medios).
Só não conseguem ainda vencer-nos nas urnas. Mas, até quando? Quantos ministros irão cair até que eles cheguem ao alvo:
Desde maio este blog afirma que o alvo é Dilma.
Leia também:
Lucia Hippolito para Kadafi: 'Vá pro alto de um prédio, se atire lá de cima e não chateia, ou vai pro meio da praça e ateia fogo às vestes'
Eu não sei o que toma essa mulher. Ou por quem ela se toma. Mas a atitude arrogante, de quem se acha livre para dizer o que quer que seja, na hora e onde quiser, mostra apenas o desprezo que os contratados pelas corporações miditáticas têm pela Constituição. Ou dona Lucia Hippolito não teria dito o que disse na CBN, emissora de rádio das Organizações Globo, sobre a morte do líder líbio (que, primeiramente, foi ditador; depois, líder; e finalmente ditador sanguinário), Muamar Kadafi.
Li as barbaridades de dona Hippolito no Blog do Gadelha. Gadelha é meu amigo há mais tempo que boa parte de meus leitores têm de vida. Mesmo assim, estranhei. Pensei: não é possível.
Gadelha é, como eu, um fã de pimenta. Mais do que isso. Ele é um fanático, a ponto de ter livros sobre o tema, enquanto eu me dedico apenas a provar. Então, pensei: teria Gadelha achado a pimenta mágica, o santo daime da capsaicina, e isso o fez delirar? Leia o que ele publicou em seu blog:
Mas fui conferir no site da CBN e era isso mesmo, como você pode conferir a seguir.
Agora, a foto de Kadafi morto. Dona Hippolito está satisfeita?
Li as barbaridades de dona Hippolito no Blog do Gadelha. Gadelha é meu amigo há mais tempo que boa parte de meus leitores têm de vida. Mesmo assim, estranhei. Pensei: não é possível.
Gadelha é, como eu, um fã de pimenta. Mais do que isso. Ele é um fanático, a ponto de ter livros sobre o tema, enquanto eu me dedico apenas a provar. Então, pensei: teria Gadelha achado a pimenta mágica, o santo daime da capsaicina, e isso o fez delirar? Leia o que ele publicou em seu blog:
Na quinta, estava dirigindo e – como faço sempre – ouvindo a CBN, quando me tornei testemunha de verdadeira barbárie relacionada à questão líbia. A âncora Lucia Hippolito chamou Sérgio Besserman e apresentou, como destaque do dia, a possível captura de Kadafi. Nada mais apropriado, já que era o que se discutia na mídia internacional. Infelizmente, o que se ouviu em seguida foi uma sucessão de barbaridades, despropósitos, mau gosto, algo difícil de acreditar que estivesse sendo perpetrado por duas figuras relevantes em nosso mundo informativo, político e cultural. Lucia Hippolito começou ridicularizando Kadafi por conta de suas roupas extravagantes (como se essa fosse a maior de suas extravagâncias!). Mas essa bobagem não foi nada, diante do que veio a seguir. Besserman mostrou-se indignado sabem com o quê? Não admitia que Kadafi (que, segundo ele, já deveria saber há meses que seria derrotado) não tivesse se entregado há mais tempo para evitar tantas mortes na Líbia!!! Dá pra acreditar? As cenas que correm o mundo revelando os detalhes da morte de Kadafi será que respondem a Besserman? Lucia Hippolito sugeriu que ele, Kadafi, deveria ter-se matado. Besserman concordou, lembrando o suicídio de Allende!!! Lucia Hippolito diz que Kadafi deveria ter-se queimado em praça pública, se lançado do alto de algum lugar – e isso tudo dito aos risos. Afinal de contas, segundo eles, Kadafi somente fez o mal...
Como pode a CBN permitir algo assim? Por mais que Kadafi tenha tido ações extremamente condenáveis (como ajudar os Estados Unidos na tortura de presos políticos), ele também teve papel positivo para seu povo. Evitou a sangria das riquezas do petróleo que, antes, jorravam para o exterior, combateu o analfabetismo, fortaleceu e projetou o seu país no continente e no mundo. Independente disso, não se combate a barbárie com mais barbárie. A dupla de jornalistas deveria mirar-se no exemplo de Dilma que, opondo-se ao oportunismo belicoso de Obama e outros dirigentes ocidentais, demonstrou serenidade e visão de estadista, ao afirmar que “não é possível comemorar a morte de qualquer líder” e concluir que “não se faz apedrejamento moral de ninguém”.
Mas fui conferir no site da CBN e era isso mesmo, como você pode conferir a seguir.
Agora, a foto de Kadafi morto. Dona Hippolito está satisfeita?
Museu do Amanhã do Oligopólio Globo é como placa de fiado de buteco: Só Amanhã
Bancado com dinheiro público vindo do governo do estado e da prefeitura do Rio, o Museu do Amanhã da Fundação Roberto Marinho (do Oligopólio Globo) é um projeto, ainda apenas um projeto, e não se sabe até quando somente um projeto, que já triplicou de preço, desde que foi anunciado, como revela a Folha:
Além de receber R$ 24 milhões do governo do Rio, verba desviada do combate às enchentes, o projeto levou R$ 130 milhões da prefeitura, e ainda não colocou um tijolo em pé. Detalhe: há mais de um ano.
O Museu deveria ficar pronto em 2012. Pulou para 2013. E há quem fale em 2014. Ou 15. Assim como deve aumentar ainda mais o orçamento original. Porque o arquiteto é exigente. Segundo a mesma reportagem da Folha:
E se o arquiteto resolver fazer o mesmo com o Museu do Rio e mandar montar a cobertura na Espanha? Não é pouca coisa. Repare como deve ficar o Museu do Amanhã, segundo a prefeitura do Rio:
Mas, ele hoje está assim, segundo o Google Maps:
Pela imagem, o Museu está mais para Espiridião Amim do que para Álvaro Dias - segundo meu capilômetro caseiro. E já há quem veja o Museu numa placa de botequim:
"A estimativa de custo para a construção do Museu do Amanhã, projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, triplicou em apenas um ano."
Além de receber R$ 24 milhões do governo do Rio, verba desviada do combate às enchentes, o projeto levou R$ 130 milhões da prefeitura, e ainda não colocou um tijolo em pé. Detalhe: há mais de um ano.
O Museu deveria ficar pronto em 2012. Pulou para 2013. E há quem fale em 2014. Ou 15. Assim como deve aumentar ainda mais o orçamento original. Porque o arquiteto é exigente. Segundo a mesma reportagem da Folha:
"Servidores [da prefeitura do Rio] foram a Milwaukee (EUA) para analisar o museu de arte da cidade, também projetado por Calatrava e com estrutura semelhante ao museu carioca.
- Descobriram que a cobertura foi trazida da Espanha de avião. Foi montada e testada na Espanha, colocada num avião e levada para lá [Milwaukee]."
E se o arquiteto resolver fazer o mesmo com o Museu do Rio e mandar montar a cobertura na Espanha? Não é pouca coisa. Repare como deve ficar o Museu do Amanhã, segundo a prefeitura do Rio:
Mas, ele hoje está assim, segundo o Google Maps:
Pela imagem, o Museu está mais para Espiridião Amim do que para Álvaro Dias - segundo meu capilômetro caseiro. E já há quem veja o Museu numa placa de botequim:
O Globo de hoje desmente O Globo de ontem e o de anteontem
O jornalismo de resultados de O Globo vai de mal a pior. E cada vez mais rápido.
Reportagem na página 4, publicada no Globo de hoje, desmente reportagem de ontem (que foi manchete de primeira página) e de quebra outra de anteontem. Nem deu tempo para o jornal virar embrulho de peixe (nos tempos de antanho) ou forro pra cocô de passarinho, cachorro ou preá.
A de ontem dizia que o governo da presidenta Dilma não havia liberado nenhum tostão para obras de prevenções de enchentes no Rio. Hoje, o jornalão se desmente:
Mas um erro de zero pra R$ 52,3 milhões até que foi coisa pouca, se compararmos ao cometido na edição de anteontem do Globo. Lá, havia a informação de que o programa Minha Casa Minha Vida só havia liberado R$ 3,5 milhões até o momento para a construção de casas. Agora, a informação correta:
Fica aí, "de grátis", um bom slogan para o jornalão do Oligopólio Globo: O Globo escreve hoje o desmentido de amanhã.
Reportagem na página 4, publicada no Globo de hoje, desmente reportagem de ontem (que foi manchete de primeira página) e de quebra outra de anteontem. Nem deu tempo para o jornal virar embrulho de peixe (nos tempos de antanho) ou forro pra cocô de passarinho, cachorro ou preá.
A de ontem dizia que o governo da presidenta Dilma não havia liberado nenhum tostão para obras de prevenções de enchentes no Rio. Hoje, o jornalão se desmente:
"O Palácio do Planalto informou nesta segunda-feira que o repasse de recursos para ações de defesa civil no Rio de Janeiro chega a R$ 52,3 milhões em 2011."
Mas um erro de zero pra R$ 52,3 milhões até que foi coisa pouca, se compararmos ao cometido na edição de anteontem do Globo. Lá, havia a informação de que o programa Minha Casa Minha Vida só havia liberado R$ 3,5 milhões até o momento para a construção de casas. Agora, a informação correta:
"Nota assinada pelos ministérios do Planejamento, das Cidades e Caixa Econômica Federal diz que os valores pagos para o Minha Casa Minha Vida, em 2011, totalizam o montante de R$ 4,34 bilhões."
Fica aí, "de grátis", um bom slogan para o jornalão do Oligopólio Globo: O Globo escreve hoje o desmentido de amanhã.
Globo reclama verbas contra enchentes, mas embolsou R$ 24 milhões dessas verbas, desviadas para Fundação Roberto Marinho
O jornal O Globo (do Oligopólio Globo) deu manchete e reportagem de página inteira em seu primeiro caderno de hoje criticando o governo federal, que não estaria liberando verbas para prevenção das enchentes de verão, como a última, que atingiu a Região Serrana do Rio, provocando quase 600 mortos e desabrigando dezenas de milhares de famílias.
Mas a preocupação demonstrada hoje por O Globo contrasta com a posição do jornal há aproximadamente um ano, quando o governo do Rio desviou R$ 24 milhões, que deveriam ser usados para a prevenção de enchentes, e os entregou para a Fundação Roberto Marinho (do Oligopólio Globo).
O anúncio foi feito pela comunicação da Secretaria do Ambiente do RJ:
O tal conteúdo do museu de que fala a secretária nós não pudemos apreciar, pois o Museu da Fundação Roberto Marinho ainda não tem um tijolo de pé, embora já tenha recebido mais de R$ 200 milhões do governo do estado e da prefeitura do Rio. Mas que as verbas fizeram falta, fizeram. Pois nem três meses depois, aconteceu a tragédia da Região Serrana.
A Folha de S.Paulo denunciou que o governo do Rio tinha estudos de 2008 que mostravam o alto risco de tragédia na região:
No entanto, o governo Cabral ignorou os estudos e destinou a verba para a Fundação Roberto Marinho, sem que se lesse uma notinha sequer criticando a medida no mesmo O Globo.
Diante da atitude hipócrita do jornal, fica a dúvida:
Com a palavra o leitor.
Essas obras de prevenção são essenciais para evitar ou atenuar tragédias que se repetem todos os anos, como deslizamentos de terra em áreas de risco. No caso do Estado do Rio, foram reservados R$ 7 milhões para apoio a obras preventivas, mas nenhum tostão foi liberado até agora.
Mas a preocupação demonstrada hoje por O Globo contrasta com a posição do jornal há aproximadamente um ano, quando o governo do Rio desviou R$ 24 milhões, que deveriam ser usados para a prevenção de enchentes, e os entregou para a Fundação Roberto Marinho (do Oligopólio Globo).
O anúncio foi feito pela comunicação da Secretaria do Ambiente do RJ:
– Nossos recursos serão usados principalmente na parte de conteúdo do museu. Consideramos o museu uma instituição importante, por tratar de forma lúdica e interativa a questão do desenvolvimento sustentável e do meio ambiente, entre outros temas, numa perspectiva futura. É uma oportunidade que teremos de transmitir para a população, em geral, e para a juventude, em especial, esses conhecimentos que despertam a consciência – afirmou a secretária do Ambiente, Marilene Ramos.
O tal conteúdo do museu de que fala a secretária nós não pudemos apreciar, pois o Museu da Fundação Roberto Marinho ainda não tem um tijolo de pé, embora já tenha recebido mais de R$ 200 milhões do governo do estado e da prefeitura do Rio. Mas que as verbas fizeram falta, fizeram. Pois nem três meses depois, aconteceu a tragédia da Região Serrana.
A Folha de S.Paulo denunciou que o governo do Rio tinha estudos de 2008 que mostravam o alto risco de tragédia na região:
O risco de um desastre na região serrana do Rio de Janeiro, como o que ocorreu nesta semana e já deixou pelo menos 547 mortos, havia sido apontado desde novembro de 2008 em um estudo encomendado pelo próprio governo do Estado, informa Evandro Spinelli.
A situação mais grave, segundo o relatório, foi identificada exatamente em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, cidades com o maior número de mortes em razão das chuvas intensas.
No entanto, o governo Cabral ignorou os estudos e destinou a verba para a Fundação Roberto Marinho, sem que se lesse uma notinha sequer criticando a medida no mesmo O Globo.
Diante da atitude hipócrita do jornal, fica a dúvida:
- estão arrependidos e, sentindo-se culpados, defendem as verbas agora para que a catástrofe não se repita;
- ou só querem mais verbas para que sejam novamente encaminhadas para a Fundação Roberto Marinho
Com a palavra o leitor.
O Globo comete ato falho e diz que socialite lidera movimento 'Todos Juntos PELA Corrupção'
No rasto da recente manifestação "contra a corrupção" (mas que só vê o lado dos políticos corrompidos e nada diz sobre os empresários e lobistas corruptores) em Brasília, o jornal O Globo abriu espaço para a empresária Cristine Maza, que o jornalão apresenta como "uma das organizadoras do evento [contra a corrupção, que deve acontecer no Rio] que já conta com a adesão de cerca de 26 mil pessoas no Facebook".
Só que o jornalão comete um ato falho (mais apropriadamente um lapsus linguae) e afirma que Maza é uma das cinco pessoas por trás do movimento Todos Juntos PELA Corrupção.
Realmente, empresários costumam se beneficiar da corrupção, mas O Globo não precisava escancarar, né?
Confira a imagem abaixo, retirada da página de O Globo na internet (Aviso: o mesmo erro está na versão impressa do jornal, na página 4 do primeiro caderno [conferi]).
Como se vê, o movimento é apenas contra os políticos, não quer a participação deles, mas O Globo se (e os) traiu quando disse que estão juntos PELA corrupção. Ou seja, a favor dela.
A página original na internet, você pode conferir aqui. Mas, caso eles corrijam o lapso revelador, aqui está um print dela: Todos Juntos PELA Corrupção.
Agora, se você está realmente CONTRA a corrupção...
Está sendo organizado pelo Eduardo Guimarães e o MSM um Ato Contra a Corrupção da Mídia, no dia 17 de setembro, sábado que vem,no Masp, em São Paulo. Clique aqui ara aderir ao evento no Facebook.
A corrupção é um dos problemas do Brasil, mas só existe corrupção porque existem corruptores.
Quando as corporações midiáticas apoiam manifestações contra a política e os políticos, elas repetem o papel que tiveram em 1964 e que levou o país à ditadura.
Por isso, quem luta contra a corrupção tem que lutar contra todos os envolvidos no problema: corruptos, corruptores e a mídia que ataca uns e acoberta outros.
Só que o jornalão comete um ato falho (mais apropriadamente um lapsus linguae) e afirma que Maza é uma das cinco pessoas por trás do movimento Todos Juntos PELA Corrupção.
Realmente, empresários costumam se beneficiar da corrupção, mas O Globo não precisava escancarar, né?
Confira a imagem abaixo, retirada da página de O Globo na internet (Aviso: o mesmo erro está na versão impressa do jornal, na página 4 do primeiro caderno [conferi]).
Como se vê, o movimento é apenas contra os políticos, não quer a participação deles, mas O Globo se (e os) traiu quando disse que estão juntos PELA corrupção. Ou seja, a favor dela.
A página original na internet, você pode conferir aqui. Mas, caso eles corrijam o lapso revelador, aqui está um print dela: Todos Juntos PELA Corrupção.
Agora, se você está realmente CONTRA a corrupção...
Está sendo organizado pelo Eduardo Guimarães e o MSM um Ato Contra a Corrupção da Mídia, no dia 17 de setembro, sábado que vem,no Masp, em São Paulo. Clique aqui ara aderir ao evento no Facebook.
A corrupção é um dos problemas do Brasil, mas só existe corrupção porque existem corruptores.
Quando as corporações midiáticas apoiam manifestações contra a política e os políticos, elas repetem o papel que tiveram em 1964 e que levou o país à ditadura.
Por isso, quem luta contra a corrupção tem que lutar contra todos os envolvidos no problema: corruptos, corruptores e a mídia que ataca uns e acoberta outros.
Coincidências entre governos britânico e brasileiro nos casos Veja e News of the World
As semelhanças entre os casos Veja e News of the World não ficam apenas no comportamento criminoso dos veículos. As reações dos governos brasileiro e britânico apresentam coincidências impressionantes.
Tony Blair, primeiro-ministro britânico por dez anos, só criticou a imprensa de lá no final do mandato, quando afirmou que ela agia "como uma besta feroz".
Comportamento semelhante teve o presidente Lula, que também sofreu nas mãos da "besta feroz", mas só enviou o projeto de Franklin Martins de regulação da mídia no final de seus oito anos de governo. E também só a partir daí adotou uma crítica mais incisiva às corporações midiáticas.
O substituto de Blair, Gordon Brown, acha que registros médicos, bancários e fiscais de sua família foram invadidos. Como se não bastasse, Rebekah Brooks (na época Wade e editora do Sun, do mesmo grupo do News of the World) lhe telefonou para dizer que o jornal ia revelar que o filho dele, de apenas 4 anos, tinha fibrose cística. Ainda assim, um tempo depois, Brown foi ao casamento de Rebekah.
Exatamente como Dilma (sucessora de Lula, como Brown de Blair) foi à festa dos 90 anos da Folha, que publicara em sua primeira página uma ficha criminal falsa da então candidata.
David Cameron, que veio a suceder Brown como primeiro-ministro, foi além "e contratou Andy Coulson, ex-editor do News of the World, como seu assessor de comunicações".
No final do ano passado, um dos nomes cogitados para presidir o Banco Central sob o governo Dilma era o de Fábio Barbosa. Coincidentemente, Barbosa assume este mês a presidência executiva da Abril (Veja), com plenos poderes (inclusive editoriais).
E se Fábio Barbosa vier a procurar a presidenta e propor um acordo do tipo vamos esquecer o passado e pensar no futuro? Dilma vai topar e empurrar com a barriga, com medo da mídia, como os primeiros-ministros ingleses, ou vai aproveitar a oportunidade do flagrante criminoso da reportagem desta semana sobre Dirceu para romper esse triste histórico de coincidências e determinar que a Ley de Medios é para já?
Tony Blair, primeiro-ministro britânico por dez anos, só criticou a imprensa de lá no final do mandato, quando afirmou que ela agia "como uma besta feroz".
Comportamento semelhante teve o presidente Lula, que também sofreu nas mãos da "besta feroz", mas só enviou o projeto de Franklin Martins de regulação da mídia no final de seus oito anos de governo. E também só a partir daí adotou uma crítica mais incisiva às corporações midiáticas.
O substituto de Blair, Gordon Brown, acha que registros médicos, bancários e fiscais de sua família foram invadidos. Como se não bastasse, Rebekah Brooks (na época Wade e editora do Sun, do mesmo grupo do News of the World) lhe telefonou para dizer que o jornal ia revelar que o filho dele, de apenas 4 anos, tinha fibrose cística. Ainda assim, um tempo depois, Brown foi ao casamento de Rebekah.
Exatamente como Dilma (sucessora de Lula, como Brown de Blair) foi à festa dos 90 anos da Folha, que publicara em sua primeira página uma ficha criminal falsa da então candidata.
David Cameron, que veio a suceder Brown como primeiro-ministro, foi além "e contratou Andy Coulson, ex-editor do News of the World, como seu assessor de comunicações".
No final do ano passado, um dos nomes cogitados para presidir o Banco Central sob o governo Dilma era o de Fábio Barbosa. Coincidentemente, Barbosa assume este mês a presidência executiva da Abril (Veja), com plenos poderes (inclusive editoriais).
E se Fábio Barbosa vier a procurar a presidenta e propor um acordo do tipo vamos esquecer o passado e pensar no futuro? Dilma vai topar e empurrar com a barriga, com medo da mídia, como os primeiros-ministros ingleses, ou vai aproveitar a oportunidade do flagrante criminoso da reportagem desta semana sobre Dirceu para romper esse triste histórico de coincidências e determinar que a Ley de Medios é para já?
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