Sepúlveda Pertence, que abandonou defesa de Lula via O Globo, fez Brizola perder registro do PTB porque perdeu o prazo


Deu no Globo que o ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence [imagem] abandonou o cargo de defensor de Lula por não concordar com os demais advogados do presidente. Pertence teria enviado um bilhete a Lula informando-o da decisão por intermédio de seu filho.

Lula não precisaria passar por mais esse desgaste, se o velho Leonel Brizola estivesse vivo. Brizola, certamente o alertaria sobre Pertence, que o fez perder o registro do histórico PTB, simplesmente porque perdeu o prazo para recorrer ao Supremo. Confira:
Para que a História não esqueça: Leonel Brizola chega do exílio de 15 anos que a Ditadura lhe impôs e tenta refundar o PTB que ele ajudara a fundar em 1945. Nesse ínterim, aparece Ivete Vargas, sobrinha-neta de Getúlio, e pleiteia o mesmo direito. Brizola e Ivete vão à Justiça para ver quem fica com a sigla. Brizola contrata um advogado que despontava como grande jurista: Sepúlveda Pertence. Tudo aparentemente corria bem. Em 1980, com ajuda do general Golbery do Coutto e Silva, Ivete ganha a ação no TSE e fica com a legenda do PTB, porque Pertence perdeu o prazo para recorrer ao Supremo no processo.
Brizola, esbravejando em seu apartamento, dizia: “Afinal, a quem pertence Pertence”? No final do governo de Sarney, Sepúlveda Pertence era nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal. Eu agora pergunto, repetindo Brizola: “A quem pertence Pertence”? [Fonte: Tribuna da Internet]

Clique aqui e passe a receber notificações do Blog do Mello no seu WhatsApp
Você vai ser direcionado ao seu aplicativo e aí é só enviar e adicionar o número a seus contatos

Assine a newsletter do Blog do Mello

Fila de desempregados cria formigueiro humano no centro de São Paulo

Fila de pessoas à procura de emprego no Anhangabaú, SP

Anhangabaú, centro de São Paulo, ontem. Imagem: Folha. Um Feirão do Emprego, promovido pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo, levou mais de 5 mil pessoas ao centro da cidade. O desespero fez com que algumas pessoas chegassem à fila ainda na noite de domingo.

É mais um retrato do Brasil sob golpe. Hoje, a Folha dá mais, e piores, números aos desempregados. A expectativa da criação de um milhão de empregos em 2018, criada por vários "especialistas" no final do ano passado, miou. Agora já se fala em 20% disso, 200 mil. Se chegar a tanto.

Mas, era só tirar a Dilma...

Clique aqui e passe a receber notificações do Blog do Mello no seu WhatsApp
Você vai ser direcionado ao seu aplicativo e aí é só enviar e adicionar o número a seus contatos

Assine a newsletter do Blog do Mello

Uma carta manuscrita de Lula para quem o apoia, luta por sua liberdade e quer vê-lo novamente presidente do Brasil

Carta manuscrita de Lula a seus apoiadores

Agradeço a cada um e a cada uma que tem se esforçado para defender a minha liberdade e sei que poderei contar com todos vocês até o último dia de minha vida. Não me calarão. Vocês são minha voz.
Muito obrigado pelo carinho. Muito obrigado pela luta.
Com carinho,
Um abraço
Lula
12/07/2018

Clique aqui e passe a receber notificações do Blog do Mello no seu WhatsApp
Você vai ser direcionado ao seu aplicativo e aí é só enviar e adicionar o número a seus contatos

Assine a newsletter do Blog do Mello

Brasil sob golpe mata crianças. Mortalidade infantil sobe pela 1ª vez em 26 anos

Temer

Número de crianças brasileiras que morrem antes de completar o primeiro ano de vida aumentou pela primeira vez em 2016. Nos últimos 26 anos. Mesmo 2016 sendo um ano atípico, com uma diminuição do número de nascimentos, graças à epidemia de zika. Ou seja, a tendência é de piora nos números de 2017. Dados mostram que 20 estados tiveram alta na mortalidade infantil em 2016.

Aumento de desemprego, miséria, desnutrição, mortalidade infantil, violência, casos de sarampo e outras doenças que estavam extintas. Tudo isso faz parte do pacote do Brasil sob golpe, que retira dinheiro dos programas sociais, de geração de emprego e renda, de saúde da população, para beneficiar os rentistas.

A Fundação Abrinq relaciona a piora dos indicadores infantis ao corte de verbas e contingenciamento de orçamentos de programas como o Bolsa Família e a Rede Cegonha, de apoio às mães na gestação e puerpério.
(...) “Políticas de proteção social não podem sofrer cortes nem ajuste orçamentário para o equilíbrio das contas públicas. Isso impacta muito na sobrevivência das famílias pobres e extremamente pobres”, diz Denise Cesario, gerente executiva da Fundação Abrinq.
Segundo ela, o reajuste do Bolsa Família não tem levado em conta a inflação do período. Entre 2015 e 2016 teria sido de R$ 3 bilhões, mas ficou em R$ 1 bilhão. Neste ano, a dotação era de R$ 28,7 bilhões, mas, após contingenciamento, ficou em R$ 26,5 bilhões. [Fonte: Folha]
Some-se a isso a extinção do programa Farmácia Popular, a falta de medicamentos nos postos de saúde, redução no Mais Médicos...

Mas, era só tirar a Dilma...

Clique aqui e passe a receber notificações do Blog do Mello no seu WhatsApp
Você vai ser direcionado ao seu aplicativo e aí é só enviar e adicionar o número a seus contatos

Assine a newsletter do Blog do Mello

O fim e o início, um belo poema de Wislawa Szymborska




Depois de toda guerra
alguém tem que fazer a faxina.
As coisas não vão
se ajeitar sozinhas.
Alguém tem que tirar
o entulho das ruas
para que as carroças possam passar
com os corpos.
Alguém tem que abrir caminho
pelo lamaçal e as cinzas,
as molas dos sofás,
os cacos de vidro,
os trapos ensanguentados.
Alguém tem que arrastar o poste
para levantar a parede,
alguém tem que envidraçar a janela,
pôr as portas no lugar.
Não é fotogênico
e leva anos.
Todas as câmeras já foram
para outra guerra.
Precisamos das pontes
e das estações de trem de volta.
Mangas de camisas ficarão gastas
de tanto serem arregaçadas.
Alguém de vassoura na mão
ainda lembra como foi.
Alguém escuta e concorda
assentindo com a cabeça ilesa.
Mas haverá outros por perto
que acharão tudo isso
um pouco chato.
De vez em quando alguém ainda
tem que desenterrar evidências enferrujadas
debaixo de um arbusto
e arrastá-las até o lixo.
Aqueles que sabiam
o que foi tudo isso,
têm que ceder lugar àqueles
que sabem pouco.
E menos que pouco.
E finalmente aos que não sabem nada.
Alguém tem que deitar ali
na grama que cobriu
as causas e consequências,
com um matinho entre os dentes
e o olhar perdido nas nuvens.



Clique aqui e passe a receber notificações do Blog do Mello no seu WhatsApp
Você vai ser direcionado ao seu aplicativo e aí é só enviar e adicionar o número a seus contatos

Assine a newsletter do Blog do Mello

Aliança Cármen Lúcia e Rede Globo traz extrema miséria de volta ao Brasil

Cármen Lúcia com um dos Marinho e diretor de O Globo


Nos governo Lula-Dilma, o Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU. Com o golpe jurídico-midiático, sacramentado na parceria da presidente do STF Cármen Lúcia com um dos Marinho e o diretor de Redação de O Globo [imagem], o Brasil está voltando para lá. É o que informa economista Francisco Menezes, pesquisador do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e da ActionAid Brasil.

Segundo Menezes, nos três últimos anos 10 milhões de brasileiros foram colocados na situação de extrema pobreza. E os números de extrema pobreza e fome são estatisticamente muito próximos. [Leia reportagem da Pública com o economista]

E não é um "efeito colateral indesejável", como dizem as bulas de remédios. Não é obra do acaso. É fruto de ação consciente. Porque, quando se reduzem direitos trabalhistas, programas sociais, verbas para educação, saúde, ciência. Quando se vendem empresas, como a Petrobras, que vem sendo fatiada criminosamente. Quando se interrompem obras, e estaleiros são desativados. Quando se privilegia o mercado financeiro em detrimento da atividade econômica produtiva, a miséria é um projeto de governo e não obra do acaso.

Eles estão no poder, no Brasil sob golpe: Rede Globo e suas coirmãs. "Com o Supremo, com tudo". Com a ministra Cármen não colocando em julgamento as duas ADCs que acabariam com a prisão em segunda instância e devolveria Lula à liberdade e às urnas, onde pode trazer, através do voto popular, o Brasil de volta aos brasileiros. O que nos foi retirado pelo golpe, que Cármen Lúcia e Rede Globo tão sinistramente representam e simbolizam.


Clique aqui e passe a receber notificações do Blog do Mello no seu WhatsApp
Você vai ser direcionado ao seu aplicativo e aí é só enviar e adicionar o número a seus contatos

Assine a newsletter do Blog do Mello

Somente em SP, 109 concorreram com registros indeferidos. 60 reverteram sentença após as eleições. Por que só Lula não?

Faixa em manifestção, onde se lê que eleição sem Lula é fraude

Tempo estimado de leitura: 30 segundos

Estudo feito a pedido do PT mostra que nas três últimas eleições 109 candidatos disputaram os votos dos eleitores, mesmo com suas candidaturas indeferidas, apenas no estado de São Paulo. 60 deles conseguiram reverter a situação, segundo o Tribunal Regional Eleitoral.

Por que não dar a Lula o mesmo direito? Lula é considerado pela população o melhor presidente da História do Brasil. Lidera com folga todas as pesquisas de intenção de voto para presidente da República, algumas indicando sua vitória em primeiro turno.

Segundo o advogado Luiz Fernando Pereira, que fez o estudo para o PT, “se eliminarem o Lula precocemente, o ex-presidente não terá a chance de reverter a inelegibilidade. Chance que deram a todos em São Paulo”. [Fonte: Painel, Folha]

Eleição sem Lula é fraude.

Clique aqui e passe a receber notificações do Blog do Mello no seu WhatsApp
Você vai ser direcionado ao seu aplicativo e aí é só enviar e adicionar o número a seus contatos

Assine a newsletter do Blog do Mello

Culpa dos acontecimentos deste domingo é da presidente do STF ministra Cármen Lúcia

Toga Toga Strip Club

Tempo estimado de leitura: 1 minuto e 10 segundos

Desde dezembro estão à espera de julgamento pelo STF duas ADCs (Ações Diretas de Constitucionalidade), que, resumidamente, acabam com a prisão em segunda instância. Já há maioria de 6 a 5 no STF sobre o assunto. Mas Cármen Lúcia, que não quer respeitar o que determina a Constituição, simplesmente não pauta a votação das ADCs.

O ministro Marco Aurélio de Mello, que liberou as ADCs para votação, denunciou e estranhou as manobras da ministra, inclusive no exterior, a uma emissora de TV portuguesa.

Se as ADCs fossem votadas, a Constituição voltaria a ser respeitada e a prisão só poderia ocorrer após esgotaram-se todos os recursos da defesa, em última instância, e não a partir da segunda instância como hoje.

Com isso, Lula estaria solto e não haveria necessidade do habeas corpus acolhido pelo desembargador Favreto nem haveria o striptease público de Moro e seus colegas do TRF-4, que denunciei ontem no Facebook:
Como diria nosso presidente Lula, "nunca antes na história deste país (e do mundo)", um juiz e dois desembargadores abandonaram suas férias NUM DOMINGO para impedir a liberdade de um idoso, que mais de 30% do povo quer eleger POR VOTO DIRETO presidente do país.

Clique aqui e passe a receber notificações do Blog do Mello no seu WhatsApp
Você vai ser direcionado ao seu aplicativo e aí é só enviar e adicionar o número a seus contatos

Assine a newsletter do Blog do Mello

Sobrenatural de Almeida tira Brasil da Copa. Bélgica 2 a 1

Nelson Rodrigues
Nelson Rodrigues

Tempo estimado de leitura: 1 minuto e 40 segundos

Sobrenatural de Almeida é um personagem do nosso maior dramaturgo, o escritor e jornalista Nelson Rodrigues. Seu aparecimento é sinal de azar, e foi o que aconteceu ontem no jogo entre Brasil e Bélgica, que nos tirou da Copa. Se a sorte estivesse ao nosso lado ou, ao menos, se não fosse o Hazard...

Explico por que ontem não era o dia da seleção brasileira:

Aos sete minutos de jogo, escanteio a favor do Brasil. Neymar bate, Miranda raspa a cabeça na bola, que bate no joelho de Thiago Silva e caprichosamente bate na trave do goleiro belga Courtois, que não tinha o que fazer. Não entrou por falta de sorte.

Seis minutos após, aos 13, o escanteio era para a Bélgica. Também do lado esquerdo do campo. De Bruyne bateu, a bola raspou na cabeça do quarto zagueiro da Bélgica Kompany (como antes raspara na do nosso quarto zagueiro, Miranda), bateu no ombro de Fernandinho e... entrou. Sorte da Bélgica.

As duas jogadas foram quase iguais, mas os resultados, totalmente diferentes. Se a bola de Thiago Silva tivesse entrado e a de Fernandinho não...

Foi aí, por conta do Sobrenatural de Almeida que o jogo se decidiu. O Brasil jogava melhor. Após o quase gol de Thiago Silva, quase fez outro com Paulinho. Mandava no jogo, quando aconteceu o gol contra. Graças a ele, Fernandinho sumiu no jogo, o Brasil teve que jogar contra o prejuízo e acabou se abrindo para o segundo gol, aos 31.

Há outra frase no futebol: "Tem dia que não é o dia". E ontem foi esse dia. Não foi o dia de Neymar, Philipe Coutinho, Paulinho, William, Fernandinho... Coisas do Sobrenatural de Almeida. Coisas do futebol.


Clique aqui e passe a receber notificações do Blog do Mello no seu WhatsApp
Você vai ser direcionado ao seu aplicativo e aí é só enviar e adicionar o número a seus contatos

Assine a newsletter do Blog do Mello

FENAJ acusa Globo de censura e violação de direitos e garantias estabelecidos na Constituição


Nota oficial da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ):

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), entidade máxima de representação da categoria, vem a público denunciar e repudiar a censura prévia que o Grupo Globo estabeleceu para os seus jornalistas contratados.  A pretexto de estabelecer “diretrizes para o uso de redes sociais”, o Grupo Globo atenta contra a liberdade de expressão dos jornalistas, impedindo, sob ameaça, os profissionais de se manifestarem em redes sociais, as que existem e que as vierem a existir.
As “diretrizes” do Grupo Globo afrontam os direitos e garantias fundamentais da Constituição Cidadã de 1988. O artigo 5º da Constituição Federal, em seus incisos IV, VIII e IX, assegura que é livre a manifestação do pensamento, que ninguém será privado de direitos por convicção filosófica ou política e que é livre a atividade intelectual, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.

Já em seu artigo 220, que trata da Comunicação Social, a Constituição Federal também expressa que a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição.

Pelas novas “diretrizes”, os jornalistas do grupo empresarial não podem compartilhar mensagens que revelem posicionamentos políticos, partidários ou ideológicos, mesmo em grupos em que se exige a confiança absoluta em seus participantes.

Nas redes sociais, os jornalistas devem se abster de expressar opiniões políticas, promover e apoiar partidos e candidaturas, defender ideologias e tomar partido em questões controversas e polêmicas que estão sendo cobertas jornalisticamente pelo Grupo Globo.

Os jornalistas, chamados de comentaristas, analistas ou colunistas de opinião, devem ter uma atuação na rede social que não permita a percepção de que são militantes de causas e que fazem parte da luta político-partidária ou de ideias. A eles, como a todos, é vedado apoiar candidatos ou partidos, dentro e fora de eleições.

Os jornalistas do Grupo Globo também ficam impedidos de fazer publicidade, mesmo que indiretamente, ao citar ou se associar a nome de hotéis, marcas, empresas, restaurantes, produtos, companhias aéreas etc. Isso também não deve acontecer em contas (em redes sociais) de terceiros, e o jornalista deve zelar para evitar tais ocorrências.

Não satisfeito em cercear a liberdade de expressão, a livre manifestação do pensamento e privar o direito do jornalista de manifestar suas convicções políticas, o Grupo Globo também amordaça os seus colaboradores não-jornalistas. Proíbe os profissionais de outras áreas de atuação de declarar voto ou fazer propaganda para candidatos ou partidos no material produzido especificamente para os veículos para os quais trabalham.

Ao impor as novas “diretrizes”, incorporadas aos “Princípios Editoriais”, datados de 2011, o Grupo Globo amordaça os seus profissionais, estabelecendo a censura prévia. As “diretrizes” aparecem como “recomendações”, mas fica evidente que quem não segui-las será responsabilizado e sofrerá consequências.

“As regras são válidas para todos os jornalistas do Grupo Globo e devem ser rigorosamente observadas. As chefias diretas ficam com a incumbência de implementá-las, torná-las uma realidade e, em caso de faltas por parte de jornalistas, dividir os episódios com a direção de redação do veículo, que decidirá então se é o caso de levá-los à apreciação do Conselho Editorial do Grupo Globo”, estabelecem as “diretrizes”.

Em carta aos jornalistas, João Roberto Marinho tenta justificar o injustificável, afirmando que o objetivo da medida é garantir a isenção, princípio basilar do Jornalismo. Paradoxalmente, Marinho esquece que a isenção jornalística nunca foi a marca do Grupo Globo que, inclusive, já veio a público pedir desculpas por ter apoiado a ditadura civil-militar.  E, provavelmente, terá de vir a público no futuro pedir desculpas pelo apoio ao golpe político de 2016.

A FENAJ não admite o estabelecimento da servidão intelectual e, junto com os Sindicatos de Jornalistas do país, vai procurar as medidas legais cabíveis, tanto na Justiça do Trabalho quanto na Justiça comum, para pôr fim à censura prévia estabelecida e devolver a dignidade aos jornalistas do Grupo Globo.

Brasília, 4 de julho de 2018.
Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ
Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais
Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco
Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro
Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal
Sindicato dos Jornalistas de São Paulo


Clique aqui e passe a receber notificações do Blog do Mello no seu WhatsApp
Você vai ser direcionado ao seu aplicativo e aí é só enviar e adicionar o número a seus contatos

Assine a newsletter do Blog do Mello

Lula: 'Se não querem que eu seja Presidente, a forma mais simples de o conseguir é ter a coragem de praticar a democracia e me derrotar nas urnas'

Lula

Da masmorra da república lava jato de Curitiba, o presidente Lula protesta:

"Meus amigos e minhas amigas,

Chegou a hora de todos os democratas comprometidos com a defesa do Estado Democrático de Direito repudiarem as manobras de que estou sendo vítima, de modo que prevaleça a Constituição e não os artifícios daqueles que a desrespeitam por medo das notícias da Televisão.

A única coisa que quero é que a Força Tarefa da Lava Jato, integrada pela Polícia Federal, pelo Ministério Público, pelo Moro e pelo TRF-4, mostrem à sociedade uma única prova material de que cometi algum crime.Não basta palavra de delator nem convicção de power point. Se houvesse imparcialidade e seriedade no meu julgamento, o processo não precisaria ter milhares de páginas, pois era só mostrar um documento que provasse que sou o proprietário do tal imóvel no Guarujá.

Com base em uma mentira publicada pelo jornal O Globo, atribuindo-me a propriedade de um apartamento em Guarujá, a Polícia Federal, reproduzindo a mentira, deu início a um inquérito; o Ministério Público, acolhendo a mesma mentira, fez a acusação e, finalmente, sempre com fundamento na mentira nunca provada, o Juiz Moro me condenou. O TRF-4, seguindo o mesmo enredo iniciado com a mentira, confirmou a condenação.

​Tudo isso me leva a crer que já não há razões para acreditar que terei Justiça, pois o que vejo agora, no comportamento público de alguns ministros da Suprema Corte, é a mera reprodução do que se passou na primeira e na segunda instâncias.

Primeiro, o Ministro Fachin retirou da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal o julgamento do habeas corpus que poderia impedir minha prisão e o remeteu para o Plenário. Tal manobra evitou que a Segunda Turma, cujo posicionamento majoritário contra a prisão antes do trânsito em julgado já era de todos conhecido, concedesse o habeas corpus. Isso ficou demonstrado no julgamento do Plenário, em que quatro do cinco ministros da Segunda Turma votaram pela concessão da ordem.

Em seguida, na medida cautelar em que minha defesa postulou o efeito suspensivo ao recurso extraordinário, para me colocar em liberdade, o mesmo Ministro resolveu levar o processo diretamente para a Segunda Turma, tendo o julgamento sido pautado para o dia 26 de junho. A questão posta nesta cautelar nunca foi apreciada pelo Plenário ou pela Turma, pois o que nela se discute é se as razões do meu recurso são capazes de justificar a suspensão dos efeitos do acordão do TRF-4, para que eu responda ao processo em liberdade.

No entanto, no apagar das luzes da sexta-feira, 22 de junho, poucos minutos depois de ter sido publicada a decisão do TRF-4 que negou seguimento ao meu recurso (o que ocorreu às 19h05m), como se estivesse armada uma tocaia, a medida cautelar foi dada por prejudicada e o processo extinto, artifício que, mais uma vez, evitou que o meu caso fosse julgado pelo órgão judicial competente (decisão divulgada às 19h40m).

Minha defesa recorreu da decisão do TRF-4 e também da decisão que extinguiu o processo da cautelar. Contudo, surpreendentemente, mais uma vez o relator remeteu o julgamento deste recurso diretamente ao Plenário. Com mais esta manobra, foi subtraída, outra vez, a competência natural do órgão a que cabia o julgamento do meu caso. Como ficou demonstrado na sessão do dia 26 de junho, em que minha cautelar seria julgada, a Segunda Turma tem o firme entendimento de que é possível a concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário interposto em situação semelhante à do meu. As manobras atingiram seu objetivo: meu pedido de liberdade não foi julgado.

Cabe perguntar: por que o relator, num primeiro momento, remeteu o julgamento da cautelar diretamente para a Segunda Turma e, logo a seguir, enviou para o Plenário o julgamento do agravo regimental, que pela lei deve ser apreciado pelo mesmo colegiado competente para julgar o recurso?

As decisões monocráticas têm sido usadas para a escolha do colegiado que momentaneamente parece ser mais conveniente, como se houvesse algum compromisso com o resultado do julgamento.São concebidas como estratégia processual e não como instrumento de Justiça. Tal comportamento, além de me privar da garantia do Juiz natural, é concebívelsomente para acusadores e defensores, mas totalmente inapropriado para um magistrado, cuja função exige imparcialidade e distanciamento da arena política.

Não estou pedindo favor; estou exigindo respeito.

Ao longo da minha vida, e já conto 72 anos, acreditei e preguei que mais cedo ou mais tarde sempre prevalece a Justiça para pessoas vítimas da irresponsabilidade de falsas acusações. Com maior razão no meu caso, em que as falsas acusações são corroboradas apenas por delatores que confessaram ter roubado, que estão condenados a dezenas de anos de prisão e em desesperada busca do beneplácito das delações, por meio das quais obtêm a liberdade, a posse e conservação de parte do dinheiro roubado. Pessoas que seriam capazes de acusar a própria mãe para obter benefícios.​

É dramática e cruel a dúvida entre continuar acreditando que possa haver Justiça e a recusa de participar de uma farsa.

Se não querem que eu seja Presidente, a forma mais simples de o conseguir é ter a coragem de praticar a democracia e me derrotar nas urnas.

Não cometi nenhum crime. Repito: não cometi nenhum crime. Por isso, até que apresentem pelo menos uma prova material que macule minha inocência, sou candidato a Presidente da República. Desafio meus acusadores a apresentar esta prova até o dia 15 de agosto deste ano, quando minha candidatura será registrada na Justiça Eleitoral.

Luiz Inácio Lula da Silva​

Curitiba, 3 de julho de 2018"


Clique aqui e passe a receber notificações do Blog do Mello no seu WhatsApp
Você vai ser direcionado ao seu aplicativo e aí é só enviar e adicionar o número a seus contatos

Assine a newsletter do Blog do Mello