Escolha de Marta para o Ministério da Cultura neste momento pode jogar a prefeitura de São Paulo no colo de Russomano

Não teria nada contra (nem a favor) a indicação da senadora Marta Suplicy para o Ministério da Cultura. Mas não agora. Só depois das eleições.

A escolha de Marta neste momento é uma das maiores burrices que vejo o governo cometer.

Ela passa a atrair manchetes e repórteres para ela, quando o foco é a eleição de Haddad, que vai ser pautado (quem duvida disso?) por essa desastrada escolha.

Em vez de falar de sua candidatura, Haddad vai ter que se explicar. Dizer que não foi um prêmio em troca do apoio dela a ele. Explicar que ela continua na campanha (mas como, se virou ministra?) e nada mudou.

Essa indicação (Marta ainda não foi nomeada) é tudo o que não deveria acontecer agora, quando a candidatura Haddad se deparou com a surpreendente e perigosíssima escapada de Russomano, com um perfil popular, messiânico e agora também com a mídia antipetista trabalhando a seu favor, exatamente como Collor em 1989.

Como no futebol, na política também se perde ou se ganha por pequenos detalhes. A escolha de Marta agora (repito, agora, e não depois das eleições) pode ter colocado Russomano na cadeira de prefeito da maior e mais importante cidade do país.


Agora que Paes já está reeleito prefeito do Rio por WO, é hora de dar importância ao voto para vereador

Charge do Latuff
Não gosto de Paes, não confio em Paes nem em seu padrinho político, o governador Sergio Cabral.

Cabral ainda tem a virtude (se esta é a palavra) de saber trabalhar os bastidores da política como poucos aqui no Rio. Paes, nem isso. É um marionete nas mãos de Cabral. Sabe que só está onde está graças ao governador, e como também sabe que não pode alçar voos maiores, agradece, reza e pede a bênção a Cabral para todos os seus atos.

No entanto, não se pode ignorar que as opções de esquerda no Rio estão fragmentadas e parecem se satisfazer com isso. Quando a fragmentação não é entre partidos, é intra - como acontece (e, diga-se de passagem, sempre aconteceu) com o PT do Rio.

Por isso, Paes conseguiu uma imensa coligação (talvez a maior do Brasil) em torno de seu nome. E ainda teve a sorte de contar com a incompetência dos que lhe fazem oposição:

  • Freixo. O candidato do Psol é candidato de si mesmo e de seu partido. Ignorou completamente as condições em que ocorrem as eleições no Brasil, onde tempo de televisão, coligações etc são fundamentais, e partiu para uma candidatura solo. Sem tempo de TV, sem apoio, Freixo, na realidade, é candidato a ser candidato a federal em 2014. A candidatura à prefeitura é só uma etapa nesse processo.
  • Rodrigo Maia. A chapa Rodrigo Maia-Clarissa Garotinho é uma daquelas aberrações que só são possíveis na política e no futebol. Achar que somar duas rejeições e colocar o mais fraco da dupla na cabeça de chapa levaria à prefeitura, é delírio.
  • Otávio Leite. O candidato tucano (como se a tucanisse já não o afastasse de possibilidade de vitória), foi vice de Cesar Maia, e é político sem voto, vice - como ele mesmo afirma - sem poder algum. É outra candidatura sem expressão.
  • Aspasia. A candidata do PV faz campanha para Eduardo Paes.
  • Os demais (Cyro Garcia (PSTU), Antonio Carlos (PCO), Fernando Siqueira (PPL), cumprem apenas seu papel - uns, ideológicos; outros, sei lá por quê.

Portanto, fica claro, que a vitória de Paes no primeiro turno, disparado, é fruto não apenas da coligação Paes-Cabral-governo federal, mas da incompetência da oposição, que não se apresentou para a disputa, perdendo, portanto, por WO.

E você, como eu, que só vai votar em Paes (ou anular o voto) por falta de alternativa? E você que vai votar em qualquer dos outros candidatos, mesmo sabendo da derrota anunciada, o que fazer?

É hora de partir para divulgar candidatos a vereador que sirvam para moderar o poder de Paes, que façam frente à sua coligação massacrante.

Temos que escolher candidatos que não representem a si mesmos, mas a propostas e reivindicações populares, que possam nos defender do governo quase imperial de que Paes poderá usufruir.

Nunca foi tão importante a eleição para a Câmara Municipal do Rio como agora. É o voto que nos interessa.


Leitora da Folha se espanta ao descobrir que PSDB é o partido campeão dos fichas-sujas. Ué!

É no que dar viver sequestrado da realidade por Folha, Estadão, Veja e Organizações Globo. Uma leitora da Folha, que, pelo que lê diariamente no jornal, deveria achar que o PT era o partido mais corrupto e ficha-suja do Brasil, ao contrário do PSDB, que seria o mais limpinho, surpreendeu-se com reportagem recente da própria Folha que mostra exatamente o oposto: que o PSDB é o partido com o maior número de fichas-sujas do Brasil.

Surpreendeu-me o levantamento apresentado pela Folha cruzando candidatos impedidos pela Lei da Ficha Limpa e partidos políticos. O PMDB tem fama de fisiológico e o PT está enroscado com o julgamento do mensalão, mas quem lidera o ranking dos "fichas-sujas" é o PSDB, que por esses dias tem destacado a questão da honestidade e moral em suas campanhas. Que ironia.- Fabiana Tambellini. [Fonte]

Muito se fala, e se condena (eu também condeno), o uso do sequestro de pessoas como arma na luta política. Mas pouco se fala num outro sequestro, mais sutil, aquele em que não se sequestra a pessoa da realidade, mas se sequestra a realidade da pessoa, como escrevi aqui:


Quem acompanha o Brasil pelos jornalões, pelas emissoras de TV – em especial pela Rede Globo – tem sua realidade sequestrada. Sem um mínimo de senso crítico, essa pessoa acredita que está diante da verdade, que o que lhe afirmam Veja, Folha, Estadão, O Globo, a Rede Globo, é um retrato fiel da realidade.

Aí se desenvolve a síndrome de Estocolmo, quando a vítima se identifica e/ou tenta conquistar seu sequestrador (e basta ler os comentários nos pitblogs para entender o que digo).

Por mais que se tente mostrar a essas pessoas que a realidade lhes foi sequestrada, elas resistem, defendem seus pitblogueiros e seus veículos do coração. Isso acontece mesmo que a realidade os desminta, como nos casos do trágico acidente de Congonhas, do caos aéreo patrocinado e agora da falsa epidemia de febre amarela, que provocou uma absurda correria da população aos postos de vacinação para se prevenir de uma epidemia que só existia na mídia.

A cegueira é tão grande, que levou a enfermeira Marizete Borges de Abreu, de 43 anos, a se vacinar duas vezes contra a febre amarela, ainda que ela não fosse viajar para uma das áreas de risco, ainda que ela tivesse restrições físicas (lúpus - caso em que a vacina não deve ser tomada), ainda que ela soubesse (como enfermeira) que não se deve tomar mais de uma dose da vacina por vez (outra dose só em dez anos).

Com sua realidade sequestrada pela mídia, Marizete vacinou-se duas vezes num prazo de uma semana e veio a falecer, vítima de falência múltipla dos órgãos.

Por isso, quando se fala de sequestro, deve-se salientar que ambas as formas de sequestro são condenáveis, mas a população desinformada pela mídia corporativa só toma conhecimento de uma, enquanto é manipulada pela outra.

Folha desembarca de candidatura Serra e agora vai de Russomano

No coração da Folha
sai Serra e entra Russomano
Ainda não é casamento, nem namoro, mas já se vê uma amizade collorida (com ele dobrado mesmo, como em Collor), um aceno, um flerte, um piscar de olhos entre o jornalão paulista e Russomano, que parece também ter aderido à rejeição em massa ao tucano José Serra.

Repare na reportagem de Nelson de Sá como o início do amor é lindo (menos para o Serra, é claro):

À primeira vista, Celso Russomanno e seu marqueteiro, Ricardo Bérgamo, parecem até concordar com o paralelo com Fernando Collor. Um de seus curtos programas --e os de Collor também eram-- chegou a lançar o nome do candidato na tela com "nn" coloridos, um verde, outro azul. Collor e o marqueteiro Chico Santa Rita, como se sabe, lançaram em 1989 os "ll" em verde e amarelo.

Mas os protagonistas são muito diferentes. Collor, com ira divina, empunhava o estandarte da vingança. Já Russomanno promete conciliação e justiça, soa ponderado, agradável até. Logo de cara, ecoou em sua propaganda o bordão que vem desde o programa "Aqui Agora", quando ele dizia resolver os conflitos com soluções razoáveis para "ambas as partes".

A novidade é que agora ele quer agradar a todas as partes. Por exemplo, declara que "táxi também é um transporte coletivo", portanto, "também deve ser subsidiado". Aliás, "vamos ver de que forma atender a todos os segmentos", como os caminhoneiros, também "transporte coletivo", pois "transportam cheios de mercadoria". Aliás, "sabe quem fez a lei do Dia do Caminhoneiro? Eu".

Sobre o transporte coletivo de fato, "vamos melhorar com ônibus de piso baixo", pois hoje ele é "inimigo dos idosos". Também com "motor atrás, para que o ruído não seja grande", e "ar condicionado". Em outro programa, "vamos ajudar os professores com melhores salários". Também "pagando mais ao médico do que ele ganha no hospital particular" etc.

A lista de promessas é apresentada em meio às pessoas mais pobres, em cenas gravadas de madrugada em pontos de ônibus ou escolas, como Russomanno fazia no SBT e na própria Record. Conversa com elas, dialoga, enquanto a locução bate que é "homem do povo que defende as pessoas", "que fala língua que eu entendo".

Mas com tão pouco tempo, se comparado a José Serra, Fernando Haddad e até Gabriel Chalita, sua ascensão não se explica só por propaganda. O presidente de sua legenda, Marcos Pereira, que antes foi vice-presidente da Record, tem uma explicação melhor, que supostamente ouviu de Lula: para ter chances, um candidato precisa de partido forte, muito dinheiro ou rede de televisão. Com dois, já dá para vencer. [Fonte]

Será que vai dar em casamento ou é só um relacionamento por interesse, para tentar a todo custo evitar uma vitória do PT na capital paulista?

Os que tentam um racha entre Dilma e Lula quebram a cara. Dilma: ‘Ninguém tem o direito de questionar minha fidelidade’

Desde o início do mandato da presidenta Dilma, oposição e mídia corporativa (se não são a mesma coisa) tentam procurar brechas e provocar fendas e rachas na relação entre a presidenta e o ex-presidente Lula. Em vão.

Agora, foi a vez do ex-presidente FHC, aquele de quem todos os candidatos tucanos fogem como o diabo da cruz, avançar o sinal e tentar provocar um desgaste na relação Lula-Dilma, acusando o ex-presidente de ter deixado uma "herança pesada" para Dilma.

Achou que as recentes conversas com a presidenta o autorizavam a tanto. Recebeu uma dura, pronta e firme resposta de Dilma, em nota que publiquei e comentei aqui.

Mas a presidenta resolveu ir além e repicou o tema ontem, diante de jornalistas:

(...) Dilma lembrou que tinha construído uma boa relação com Fernando Henrique, mas achou impróprio ter sua fidelidade ao governo Lula posta em dúvida.

— Olha, ninguém tem o direito de questionar meu caráter ou minha fidelidade ao governo do qual fiz parte durante oito anos como ministra das Minas e Energia e chefe da Casa Civil. Fazer crítica ao governo, pode, mas questionar minha posição, não! Sempre que acontecer isso, minha posição será muito clara: vou dizer que ninguém pode questionar minha fidelidade aos nossos governos — disse Dilma. [íntegra aqui]

Como não têm nada a fazer, vão continuar tentando. E perdendo tempo. E a aprovação aos governos Lula-Lula-Dilma aumentando. Quem não lê essa linha do tempo perde o caminho e acaba como José Serra, falando sozinho.

Alguém leu na mídia corporativa se era ou não Aécio o bebum do vídeo? Eu não li e fui ao Cervantes para confirmar

Posso estar enganado, mas, tirando as postagens, facebookadas e tuitadas não li uma linha sobre o vídeo que se espalhou na internet outro dia, onde um suposto Aécio Neves aparecia trocando as pernas e dando gorjeta de R$ 100 aos garçons do Cervantes, um restaurante que tem como carro chefe seus sanduíches, no que seria a boca do lixo de Copacabana.

Afinal, era ou não Aécio?

Hoje, como passei por lá e frequento o Cervantes há décadas, embora não seja assíduo, resolvi confirmar a história. Conversei com uns conhecidos e, sim, era Aécio no vídeo e etc.

Como acho que o problema do Aécio não é o que ele faz à noite no Rio (desde que não dirija de cara cheia), mas o que ele não fez no governo de Minas, que deixou quebrado, posto essa confirmação apenas para aqueles que queriam saber se, afinal, era ou não Aécio no vídeo - coisa que a mídia corporativa não fez, mesmo com tantos repórteres na folha de pagamento.

Será que se as imagens fossem do Lula o comportamento seria o mesmo?

Subida de Russomano no Datafolha põe pá de cal na candidatura Serra e mostra por que Lula escolheu Haddad e não Marta

A subida de 4 pontos do candidato do PRB Celso Russomano na pesquisa Datafolha para a prefeitura de São Paulo põe fim às aspirações do eterno candidato José Serra. A disputa ficou agora entre Russomano e Haddad, o candidato do PT, de Lula e da presidenta Dilma.

Curioso, é que quando coloquei aqui em fevereiro deste ano que o apoio de Alckmin à candidatura Serra era uma armadilha para sua vingança pessoal, não imaginava que esta campanha refletisse a anterior, de 2008, quase que inteiramente.

Repare no gráfico abaixo, a posição dos candidatos este ano e a de Marta, Alckmin e Kassab há quatro anos. Marta com boa vantagem na frente (como Russomano agora) e Alckmin descendo ladeira abaixo (de 31 para 22), exatamente como Serra agora (de 30 para 21). Kassab crescia constantemente, como Haddad agora.




Olhando mais atentamente a pesquisa daquela época (repito, feita no mesmo período desta) é possível identificar a raiz da opção do presidente Lula por não apoiar Marta. Repare nas simulações do segundo turno dos dias 4 e 5 de setembro de 2008, quando Marta liderava com 18 pontos de vantagem sobre Alckmin:

Se a disputa ocorresse hoje, 47% dos eleitores paulistanos votariam em Marta, percentual idêntico ao dos que dariam seu voto a Geraldo Alckmin, no caso de um confronto entre os dois. Na pesquisa da semana passada, ambos atingiam 46%.

Contra Kassab, Marta teria 50% do total de votos, ante 43% que dariam seu voto ao atual prefeito. Semana passada, a petista obtinha 49% e o democrata, 41%.

A simulação de uma disputa entre Kassab e Alckmin mostra resultado idêntico ao do levantamento anterior: 52% votariam no tucano e 34% optariam pela reeleição do candidato do DEM. [Fonte

Contra Alckmin, Marta subiria 7 pontos contra 24 do adversário, uma diferença de 17 pontos. Contra Kassab, Marta subiria 10 e Kassab, 25, uma diferença de 15.

Daí a escolha do presidente Lula por um novo nome, um novo candidato, com perfil mais técnico, para ultrapassar o teto de Marta. Daí a escolha de Haddad.

Quando o Datafolha abrir os dados da campanha, vamos fazer mais observações sobre ela. Por enquanto, uma coisa é certa: Serra não vai para o segundo turno, exatamente como aconteceu com Alckmin em 2008. A menos que haja fato grave contra Russomano.

 







Presidenta Dilma coloca FHC em seu devido lugar, após ele dizer que ela teria recebido herança maldita de Lula

Bem que a presidenta tentou uma relação republicana com o ex-presidente FHC, em cujo governo o Brasil quase quebrou quatro vezes. O homem da privataria, da lista de Furnas, que recebeu dinheiro do mensalão tucano de Minas, como confirmou o capo do esquema, Eduardo Azeredo (leia Azeredo confirma informação do Blog do Mello: Dinheiro do valerioduto tucano irrigou campanha de FHC).

Mas, como na fábula do escorpião e o sapo. a presidenta sentiu na pele o ataque insidioso do homem que se achava o príncipe, mas se viu suplantado por um simples metalúrgico, retirante nordestino.

O despeito, a vaidade ferida (que, no entanto, não se abalou com o chifre que o país sustentou, No Reino da Cornualha, a triste história de Fernandus, de Príncipis a Cornus), fizeram FHC afirmar em artigo que Dilma teria recebido uma herança maldita do ex-presidente Lula.

A presidenta respondeu à altura, com uma nota oficial em que reduz FHC a sua verdadeira dimensão, com uma série de recados nas entrelinhas:

Citada de modo incorreto pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado neste domingo, nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, creio ser necessário recolocar os fatos em seus devidos lugares.
Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.
Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes.
Recebi um país mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes.
Recebi um Brasil mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional. Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista.
Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento. Aprendi com os erros e, principalmente, com os acertos de todas as administrações que me antecederam. Mas governo com os olhos no futuro.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil [Fonte]

Com o ataque traiçoeiro, a presidenta deve finalmente ter entendido que não é possível uma relação republicana com tucanos e com a mídia corporativa, que não são nem agem como adversários, mas como inimigos, não dela, mas do país.

Kassab-Serra-Alckmin fazem São Paulo passar vergonha diante do país com medidas ridículas

O paulista se orgulha de seu estado, que chama de locomotiva do Brasil. O paulistano também enche o peito para elogiar São Paulo, terra de negócios, prosperidade, restaurantes e vida cultural intensa.

No entanto, paulista e paulistano, na hora de votar, pensam pequeno, apostam geralmente em administradores medíocres, e só uma vez ou outra se arriscam em busca de algo novo.

Agora, parece que a realidade caiu sobre as cabeças paulistas e paulistanas. Uma sucessão de serrismo (que abandonou a prefeitura antes de um ano e meio), kassabismo (que tem a administração reprovada por 43% dos paulistanos), e alckmismos (um carola à frente do maior estado brasileiro), têm exposto o estado e a cidade ao ridículo diante do Brasil.

Uma lei estadual definiu que todos os que forem comprar bebidas alcoólicas devem mostrar documento de identidade com foto. Seguindo a cabeça dos Três Patetas Caipiras paulistas, houve caso de uma senhora de 76 anos ter que mostrar documento para provar ser maior de 18 anos.

Mesmo a exigência do documento surpreende quem não conhece a lei. "Me senti rejuvenescida, com 18 anos", brinca Maria Antonieta Rudge do Amaral, de 76. Ela teve o documento solicitado nesta segunda-feira, 6, no supermercado Pão de Açúcar da Avenida Angélica, em Higienópolis, região central. Mas disse não se importar com a anotação de dados. [Fonte]

Em seu excelente blog (que indico sem restrições), Xico Sá elencou os kassabismos que expõem São Paulo ao ridículo:

Então reprisemos, pois, as proibições mais ridiculas proibições do alcaide paulistano. É bom ressaltar que, algumas delas, têm as digitais da co-autoria tucanados tucana -aliados na gestão desta moderníssima aldeia de Piratininga:

I)É proibido mendigo deitar em banco de praça. Os bancos passaram a ter barras de ferros para impedir tal gesto dos feios, sujos e malvados.

II)É proibido, mesmo no verão, se molhar nas fontes e chafarizes públicos. Se é que ainda existem.

III)É proibido comer cachorro quente ou quaisquer comida de rua.

IV) É proibido painel eletrônico ou qualquer outros anúncios, como outdoor etc. No princípio, lindo, mas tempos depois, pergunto: quem cuidou das fachadas ainda mais feias e sujas? Os luminosos além de deixar SP mais iluminada contra os larápios, ainda davam um rápido ar de Tóquio em decadência. Eu achava lindo!

V)É proibido galinha à cabidela (molho pardo), sob pena de multa da vigilância sanitária, em todos os restaurantes da capital gastronômica do país.

VI)É proibido beber na calçada dos bares depois da uma da madruga. Qualquer barulho, multa de R$ 30 mil aos estabelecimentos. Aí o cara começou matar a vocação da cidade como uma das melhores noites do mundo.

VII)É proibido feirante gritar em feira livre. Praticamente proibiu o clássico“moça bonita não paga, mas também não leva”.

VIII)É proibido embrulhar peixe ou qualquer outro produto da feira em jornais –matou a única utilidade mais, digamos, real do jornalismo.

IX) É proibido arte nas ruas. Cantar ou tocar, comer fogo etc.

X) É proibido ser camelô onde passam possíveis compradores. Só pode nos “desertos” da urbanidade.

XI) É proibido,essa é demais em tempos de redes sociais e intagrans etc: fotografar qualquer coisa ou gente em terminais de ônibus.

XII) É proibido saunas, pequenos puteiros ou casas de sacanagem de luxo que não obedeçam a uma legislação digna do Vaticano. [íntegra aqui]

Dá pra entender agora por que cresce a rejeição a Serra (nos mesmos 43% dos que consideram ruim/péssima a administração Kassab) e 80% dos paulistanos querem mudança?

Chega de ridículo. São Paulo merece um administrador que pense grande, como a cidade, como o estado. A primeira tarefa pode ser feita agora nas urnas. A próxima, em 2014.



No julgamento do mensalão, STF decide que, se tem rabo, orelha e pé de porco, é porco. Mesmo que seja feijoada

A pressão da mídia corporativa sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do chamado mensalão do PT é tão intensa, que vários ministros estão com um torcicolo de girafa, de tanto virar a cabeça em busca de uma solução que satisfaça a sede de sangue petista da mídia.

Até o início do julgamento, eram necessárias provas concretas e obtidas de maneira legal para que um réu fosse condenado. Ou então, valeria a máxima, "na dúvida, pró réu".

Agora não. Um dos ministros (Fux?), chegou a dizer nas entrelinhas (porque eles falam por uma linguagem compreensivelmente incompreensível) que o réu não provou sua inocência, invertendo o ônus da prova consagrado na Constituição.

Em sua despedida do STF, o ministro Cezar Peluso definiu assim o processo [destaques meus]:

- Se está provado nos autos um determinado fato, que deve levar a convicção da existência de outro fato, não é preciso indagar se a acusação fez ou não a comprovação do fato. Se esse fato está provado, a acusação não precisa fazer prova da existência de comportamento ilícito. O fato provado é o indício. Isso é importante por que no sistema processual, a eficácia dos indícios é a mesma das provas diretas e históricas representativas. Não existe nenhuma hierarquia entre as provas. [Fonte]


Ou seja, se tem rabo de porco, orelha de porco, pé de porco, barriga de porco, lombo de porco, costela de porco, é porco. Mesmo que seja feijoada.

Entre as dúvidas que ficam, uma se destaca: A mesma interpretação será usada no mensalão tucano de Minas,  que aconteceu sete anos antes e ainda nem entrou na fila de julgamento? Que foi desmembrado, quando esse não foi?

Ou, sem a pressão da mídia, as excelências excelentíssimas do STF dirão que pé, orelha, rabo de porco não bastam para provar que algo seja porco ou feijoada:

- É lixo, lixo, lixo -  como afirmou o principal acusado na Privataria Tiucana, José Serra.


Derrota de Serra em SP pode ser o golpe fatal na mídia de esgoto

A mídia corporativa ainda vai durar. Porque ela se adapta e tem gordura, principalmente vinda do exterior, quando necessita de socorro. Mas o esgoto vive do financiamento paulista, dos tucanos paulistas, que compram assinaturas de jornais, revistas, "suplementos educativos" etc.

Agora, com a derrocada de Serra (a dúvida que resta é apenas quanto ao tamanho do vexame), o Chacrinha do esgoto ("vocês querem petralha? olha o mensaleiro ai-ê!") e seus acólitos não terão mais quem lhes banque os processos na Justiça e acabarão em silêncio, como Policarpo, ou fugindo do país, como Diogo Mainardi.

Quando Serra tentou sua última cartada na eleição de 2010, lançando mão de todo tipo de baixaria, e perdeu, sua derrocada estava desenhada, como no vídeo que editei na época, em cima de imagens do Nosferatu de Herzog, que reproduzo a seguir.



Trocando Dilma por Haddad, o vídeo encerra seu ciclo.

Depois de Serra, os acólitos e parasitas que ainda vivem às suas custas e daquilo que representa.