Licença para matar

CarandiruO coronel Ubiratan Guimarães, comandante do massacre do Carandiru, foi absolvido ontem, pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, por 20 votos contra dois. Os desembargadores anularam decisão do júri popular, de 2001, que havia condenado o coronel Ubiratan a 632 anos de prisão.
- "Foi a maior matança considerada mundialmente dentro de um presídio. Contra presos desarmados e já rendidos, a maioria deles mortos dentro das celas" - disse o relator do processo, desembargador Mohamed Amaro.
O pavilhão 9, onde ocorreu o massacre, reunia presos jovens, a maioria condenada por crimes contra o patrimônio e à espera da sentença definitiva da justiça. Que lhes veio ao encontro na tropa comandada pelo coronel Ubiratan:
- "Ficou provado mais uma vez que nós agimos no cumprimento de nosso dever legal. Eu sempre acreditei na Justiça. Nós, policiais, aprendemos a salvar vidas e eu lamento as mortes" - disse o coronel Ubiratan ao sair livre.
Isso me lembra uma frase antiga, dita pelo falecido policial e bandido do Rio de Janeiro Mariel Mariscott, em cínica entrevista ao Pasquim:
- "Eu não mato ninguém. Só faço os furos. Quem mata é Deus. "