Lista de Furnas precisa de sol

Da coluna de Elio Gaspari neste domingo:
Dimas Toledo deveria forçar sua ida à CPI para explicar sua militância político-financeira como diretor de engenharia de Furnas. Ele chegou ao cargo durante o tucanato e deixou-o no ano passado. Pelo menos duas pessoas que conviveram com ele juram tê-lo ouvido dizer, no final de 2002, que elegera três governadores, quatro senadores e mais de 20 deputados.

Como se vê, a lista de Furnas continua na ordem do dia. Nela já foram encontrados erros e incoerências. Mas não apenas isso.
Convém não esquecer que pelo menos uma pessoa assumiu publicamente a veracidade de informações da lista - ao menos na parte que lhe cabe: o ex-deputado Roberto Jefferson confirmou haver recebido os R$ 75 mil que constam da lista como seus. Disse mais: que foi o próprio Dimas quem lhe entregou a grana, em espécie.
O cartório responsável pela autenticação confirmou que o documento foi autenticado ali, mas disse que verificou apenas a assinatura e não seu conteúdo.
Portanto, não é possível afirmar que a lista de Furnas é falsa. Pode não ser totalmente verdadeira, mas não é totalmente falsa. A questão é separar o joio do trigo, o que só se consegue com investigação, com a exposição à luz do sol das pessoas envolvidas.