domingo, 5 de fevereiro de 2006

Oposição Macunaíma lamenta pesquisas

Grande Otelo, no filme Macunaíma de Joaquim Pedro de AndradeOs novos números do Datafolha devem deixar a oposição Macunaíma (“ai, que preguiça!”) de cabelo em pé. Enquanto o presidente Lula se recupera e sobe, descem ladeira abaixo Serra e Alckmin.
A oposição Macunaíma saiu de férias e deixou o palco para Lula brilhar sozinho. Agora, Serra ainda leva vantagem sobre o presidente, mas ela caiu seis pontos. São mais de seis milhões de votos perdidos em pouco mais de um mês.
A oposição Macunaíma agora vai ter que fazer o que mais detesta - trabalhar. Não estão acostumados a isso. A eleição de Fernando Henrique Cardoso lhes caiu no colo. Não só porque o real era um sucesso, mas porque a estratégia do PT de atacar o real foi um fracasso – o povo era a favor do plano.
Na reeleição - que eles criaram - foram eleitos pela dupla farsa: a paridade real-dólar e o medo de Lula nutrido pelo mercado. Logo após a reeleição, acabou-se o que era doce, a paridade sumiu e o país quebrou.
Nisso imitaram o ex-governador Quércia, que após eleger Fleury governador de São Paulo disse “quebrei o Estado, mas elegi meu sucessor”. Fizeram assim com FHC e quebraram o país, com reflexos até os dias de hoje.
Nas últimas eleições, quando tiveram que trabalhar, perderam. E iam perdendo antes para Roseana Sarney(abatida ao começar a levantar vôo por uma suspeitíssima e providencial operação da Polícia Federal) e para Ciro Gomes, que com sua arrogância e pavio curto, não demorou a deixar no colo de Serra o papel de principal coadjuvante de Lula.
Agora, quando parecia que Lula estava morto, vêm as pesquisas. Eles já estavam brincando de dança das cadeiras para ver quem seria o presidente, se Serra ou se Alckmin, quando a música parou, e vieram os números do Ibope e do Datafolha mostrando que se quiserem ganhar vão ter que trabalhar muito.
Mas a oposição Macunaíma ainda nutre uma esperança: encomendaram à OAB uma tentativa de impeachment de Lula. Assim não precisam disputar.
- “Ai, que preguiça!”...

2 comentários:

  1. Um pouco de cuidado é necessária nessa análise, Mello. Lula continua perdendo votos na classe média e entre os mais escolarizados, segundo o DataFolha. Tanto Serra quanto Alckmin continuaram avançando sobre Lula nesses segmentos. Seu crescimento se deu entre os votos nulos e indecisos, votos, portanto, muito voláteis.
    Lula terá que torcer para que seu "populismo futebolístico" resista ao massacre de escândalos e ineficiência que marca o governo dele e que terão ampla cobertura no horário político. Não nos esqueçamos que ele reinou solo durante o mês de janeiro inteiro.
    Não significa que o PSDB tem moleza: na verdade, uma terceira via pode surgir, sim, nesse imbróglio. Mas, sinceramente, se Lula ganhar, vai ser no fio da faca. A rejeição dele continua em 41%.

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  2. Ricardo,
    grato pelo comentário. Mas eu não disse que Lula cresceu em todas as áreas, eu disse que ele cresceu na pesquisa e Serra caiu. Apenas isso.
    Pesquisa é uma tendência. E a tendência aponta subida de Lula e queda de Serra.
    Quanto aos que ganham mais de 10 salários - onde Serra realmente cresceu e Lula caiu - eles são apenas 5% do eleitorado. A votação não é para a presidência da Daslu.
    O problema do Lula não é esse, mas as regiões sudeste e, mais especificamente, sul. Por isso, ele sonha com Nelson Jobim, ou até Rigotto, como vice.
    Mas o fato que eu destaco na postagem é que a oposição perdeu o timing ao sair de férias e deixar Lula tomar a iniciativa. É um erro político grave. Lula saiu da defensiva para o ataque. Agora é a oposição quem tem que tentar virar o jogo.
    Abraço do
    Antônio Mello

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