Multinacionais lucram com trabalho infantil

Revista Observatório SocialReportagem de Marques Casara publicada na Revista Observatório Social denuncia a utilização de trabalho infantil por empresas que são fornecedoras de gigantes multinacionais, como Basf (tintas Suvinil), Faber-Castell (lápis), ICI Paints (tintas Coral) e até por uma grande ONG nacional, a OPPS.
O mais grave: trabalho infantil em situação de altíssimo risco, pois a extração do talco nas rochas leva a doenças graves. Um estudo da Universidade Federal de Ouro Preto mostra que as crianças estão contaminadas por asbesto (amianto), produto cancerígeno e proibido em dezenas de países.
Pegas com a boca na botija, todas reagiram mais ou menos da mesma forma que os políticos: não sabiam de nada. Tomarão medidas enérgicas.
A trama envolve a política local, interesses das multi, de mineradoras e sub-empreiteiras, até prostituição infantil, e desembocou no esdrúxulo caso do suicídio de uma advogada que denunciava a situação. Ela, segundo a polícia, suicidou-se com um tiro na cabeça. Só que... a arma não estava no local. Deve tê-la levado consigo para o além, supõe-se.
A principal alegação das multis e da OPPS é que têm muitos fornecedores, que contratam outros e outros e outros... Parodiando a música Flor da Idade, de Chico Buarque, a história é mais ou menos assim:
“Basf (ou Faber-Castell, ou ICI Paints, ou OPPS) contratava empresa, que contratava nova, que contratava outra, que contratava criança que trabalhava pra toda a quadrilha...”
O absurdo de toda a situação, que acontece no coração do Brasil, em Minas Gerais, está minuciosamente descrito na reportagem. Vale a pena lê-la na íntegra, clicando aqui e baixando o texto em .pdf.