A oposição ao governo do presidente Lula voltou com carga total a força de seu exército para derrubar o ministro Palocci. Usa como infantaria um motorista e um caseiro que afirmam que Palocci freqüentava a famosa casa de Brasília, onde haveria farta distribuição de meninas alegres e envelopes com dinheiro.O ministro nega - mas isso parece não importar. Declarações das novas testemunhas são tomadas como verdades irrefutáveis, embora elas possam ser verdadeiras ou não. Assim como as declarações do ministro.
Ridicularizam Palocci quando ele afirma que não dirige em Brasília, que anda sempre com o motorista no carro do Ministério, ou no carro da esposa, com ela ao volante. Como o ministro já está há um bom tempo em Brasília (antes de ser ministro ele foi deputado), será que ninguém aparece para desmenti-lo? Um deputado que tenha pegado uma carona com ele, por exemplo? Por que até agora ninguém apareceu? (Quer dizer, ninguém não, porque o caseiro diz que viu Palocci chegar à noite com as luzes da varanda apagadas, dirigindo um carro com vidros escuros...)
Mas, para a oposição, a palavra do motorista e agora a do caseiro - que a todo momento é tratado como "gente humilde", como sinônimo de "pessoa pura" - é a "verdade revelada" do credo anti-Lula.
Se Palocci fala a verdade ou não, pouco importa para eles. O que interessa é que ele pareça mentiroso, enlameado e corrupto, e por isso caia. Porque o que os adversários do governo querem é acertar Palocci para atingir Lula.
