quarta-feira, 19 de abril de 2006

Manipulações da Folha e do EstadAL-AL-AL

ódioPor mais que minhas postagens incomodem àqueles a quem chamo de “indignados úteis”, que adoram dizer que sou petista por causa delas, vou seguir com o lema que está acima de meu blog: “direto do Rio, remando contra a maré”.

E a maré é a manipulação descarada de fatos por boa parte da mídia. Quando não a indução a entrevistados, como já demonstrei aqui. Ou ainda a produção de notícias - como denunciei em artigo publicado no JB. Ou como a ocorrida ontem, em que o ex-prefeito do Rio ainda em exercício, Cesar Maia, plantou um boato (especialidade dele, que confessou isto até em livro, gabando-se de como consegue fazer com que mentiras se espalhem...) que foi amplificado pelos blogs do Noblat e do Fernando Rodrigues, e se transformou em manchete do EstadAL-AL-AL, o jornal extra-oficial da candidatura Alckmin – como está bem descrito neste artigo aqui, de Nelson Breve.

Por exemplo: o depoimento do estilista Rogério Figueiredo (ver postagem abaixo) ao Ministério Público de SP, que simplesmente desmontou a tentativa dos Alckmin de transformar tudo em uma doação do costureiro para o Fundo de Solidariedade da senhora Lu, recebeu a seguinte manchete da Folha de São Paulo: “Estilista agora diz não saber quanto doou a Lu Alckmin”, numa clara tentativa de começar a desmontar o depoimento do estilista, pois a quantidade de peças não é nada perto da informação de que peças foram doadas, não para o Fundo mas para a primeira-dama, em número maior que as 49 admitidas por ela, que muitas das peças foram encomendadas por Lu etc...

Para ver como se usam dois pesos para duas medidas, a própria Folha, na mesma edição de hoje, tem a seguinte manchete: “Okamotto teme que a quebra do seu sigilo possa deflagrar impeachment” (aqui, para assinantes). No entanto, nada, rigorosamente nada no corpo da matéria dá substância ao título. Nele, Okamotto diz que fez os saques em suas contas e de sua empresa para fazer o pagamento.

Por essas e outras é que os “indignados úteis” são manipulados, têm saciada sua necessidade de sangue petista, mas podem, ao final, ficar como a população da capital paulista, comendo gato por lebre...

(Estou atualizando a lista de blogs linkados ao meu. Se você colocou um link para meu blog no seu, passe-me o endereço para que eu possa retribuir a indicação. Grato. AM.)

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10 comentários:

  1. Anônimo19.4.06

    Hoje o César Maia continua com sua fofocada.
    Pelo menos ele vai acabar disputando vaga com Leão Lobo e aquele outro que me esqueci o nome, Rubem alguma coisa, que diz que "eu aumento mas não invento".
    Só que o César inventa mesmo, como inventou com o Sérgio Cabral... Ele se faz de louco mas louco é quem acredita nele.

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  2. Anônimo19.4.06

    LOUCO MESMO É QUEM VOTA NA PTRALHADA.
    CHEGA DE MULLA.

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  3. Anônimo19.4.06

    Mello, vc e agora o Bob Fernandes são a trincheira de uma imprensa que não se vende, que resiste, ou, como diz rema contra a maré. PARABÉNS!

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  4. Por falar em manipulação, não vai comentar sobre as mentiras da propaganda do PT, que Rui Nogueira desmonta em artigo no PriLei? Vou ajudá-lo:

    http://www.primeiraleitura.com.br/auto/entenda.php?id=7395

    Seu erro atual é comparar e ver algo sério em um costureiro que claramente buscava estrelato (disse na polícia que para saber o que ele costurou, teriam que fazer uma pesquisa exaustiva na Caras...) e ignorar que, no texto de Okamotto, ele diz claramente que NÃO vê como sustentar a história do depósito, pois teria que pegar um intervalo de 6 meses de saques para fechar as contas. Você REALMENTE acredita que alguém começa a sacar em julho para pagar Lula em dezembro?
    Nãõ se trata da mesma coisa: de um lado, temos um possível caso de improbidade, apesar de que não sei em que o governo teria beneficiado alguém ao usar vestidos, do outro, uma quadrilha se instala no poder e busca, por meio de um golpe branco via compra do Congresso, se perpetuar no poder. Se essa é sua visão de equilíbrio, infelizmente, merece estar morando neste fiasco de país.

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  5. Prezado Ricardo,
    Em nenhum momento, Okamotto, como você afirma, "diz claramente que NÃO vê como sustentar a história do depósito". Isto pode estar na sua cabeça, talvez induzido pelo título, mas NÃO está escrito na matéria. O que está escrito é que ele fez saques que justificariam o pagamento. Na contramão da manchete.
    Sua pergunta - se eu REALMENTE acredito que alguém saca em julho para pagar em dezembro - é capciosa, ou então, você não leu a matéria que critica, pois nela está escrito que "a dívida foi paga em quatro parcelas, entre dezembro de 2003 e fevereiro de 2004".
    Quanto ao estilista, a mesma coisa. Todas as informações relevantes foram deixadas de lado na escolha da manchete para privilegiar um aspecto menor do caso. 49 ou 400, o fato é que a Lu Alckmin usou os vestidos, que muitos deles ela encomendou, sem pagar por isso.
    Por fim, o cerne da minha postagem não era uma crítica ao Okamotto nem ao estilista, muito menos a Lu Alckmin, mas ao tratamento dado pela Folha aos dois fatos.
    Pode ser - como eu mesmo já afirmeu aqui no blog - que Okamotto seja o caminho para atingir Lula, mas isso não estava nessa matéria específica.Nem que ele estivesse com medo de ser o responsável pelo impeachment de Lula. Pode ser também que o estilista seja um mentiroso, mas o depoimento dele foi o que resumi na postagem, e, no mínimo, é má-fé a manchete, que foi para a primeira página do jornal, desviar o foco: se é falta de ética, decoro, improbidade, o que seja, tanto faz se foram 49 ou 400 vestidos, ok?
    Grato pelo comentário.

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  6. Anônimo20.4.06

    Mello, além daquele trocadilho seu ("Para Folha, escolha da candidatura tucana só termina quando enSERRA"), eu me apropriei da sua nova expressão "indignados úteis". Deitei e rolei no blog do Roberto Freire e do Noblat. Mas, previsivelmente, o Noblat me bloqueou.

    Você está certo em continuar denunciando a descarada parcialidade da mídia, pois é um jornalista.

    Eu já desisti disso. A hipocrisia, como a estupidez, não tem limite.

    Abraços!

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  7. Anônimo20.4.06

    O Rui Nogueira, ontem (18), escreveu uma pérola sobre a possível participação de Lula no "escândalo" do caseiro.

    Num primeiro momento ele diz que Lula foi cúmplice do ato. E posteriormente ele afirma que Lula foi traído por Palocci.

    A traição, óbvio e ululante (de tão óbio, até uLula), pressupõe o desconhecimento do ato do traidor. E quem participa de um ato anterior não pode ser traído depois. Já a cumplicidade pressupõe o conhecimento do ato do comparsa. É uma contradição irremediável

    Alguém ainda leva a sério o sítio PriLei (gostei da abreviação) e, principalmente, o Rui Nogueira?

    Aquilo é um ninho tucano. Um panfleto.

    Não retiro dos jornalistas o direito a opiniões parciais pontuais.

    Mas é necessário - sob pena deles degenerarem-se em meros militantes - que opinem com isenção sobre todos os fatos jornalísticos que se lhe apareçam pela frente, independentemente se contra os partidos de sua predileção.

    Mello, eu estou errado ou existe diferença entre imparcialidade e isenção? Me parece que sim, mas gostaria de sua abalizada opinião.

    Ainda sobre o PriLei (que jóia!), o Reinaldo Azevedo pelo menos tem um texto elegante, um raciocínio impecável e uma vasta cultura geral.

    Já o Rui é apenas um "jornalista" ruinzinho.

    Abraços!

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  8. Anônimo20.4.06

    Amigo Mello, gostaria que voc~e comentasse sobre o título do JN de ontem : CPI do governo aberta .
    Estaria a Globo fazendo a mesma coisa que a Folha??? Sabemos bem que a a CPI tem outro nome : CPI DO LULA>
    E agora cara pálida ??????
    CHEGA DE PT.

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  9. E o blog do Mello é o Blog extra-oficial do Lula ?

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  10. Anônimo20.4.06

    A nova CPI criada - e ainda não instalada - se chama "CPI da Darlene". Porque sua criação foi capitaneada pelo obscuro senador Almeida Lima (que quis ser o carrasco de Dirceu no caso Valdomiro Diniz mas apenas deu vexame), que faz até topless para aparecer, mas não consegue emergir do mangue congressual em que se encontra.

    Nem ao baixo clero ele foi emerso. Apenas um coroinha, sem nenhum demérito aos coroinhas. Apenas uma comparação, sem nenhuma intenção de menosprezar os nobres assistentes dos padres.

    Abraços rubicundos!

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