SP: Violência vira guerra política

Semana passada, o candidato tucano, Geraldo Alckmin:
- "Tive acesso a informações de que havia um plano de uma facção criminosa contra mim e meus parentes com objetivo de desestabilizar minha candidatura."

Anteontem, o presidente do PFL, senador Jorge "Essa Raça" Bornhausen (SC):
- "O PT pode estar manuseando, manipulando essas ações [atentados]."

Ontem, o candidato tucano ao governo de SP, José Serra:
- "Basta você olhar os manifestos do crime organizado, o que eles dizem sobre a política, coisas que se diz que eles [criminosos] dizem, inclusive nas gravações. É fato que uma das cooperativas de perueiros em São Paulo é ligada ao ex-secretário de transportes de São Paulo [Jilmar Tatto, durante a administração de Marta Suplicy]. Chegou-se, inclusive, a ser pedida a prisão dele. Há ligações notórias com esse pessoal."

Há uma semana, a postagem deste blog:

Contra Lula: Sai terror econômico, entra terror político

terrorNa campanha de 2002, o PSDB tentou de todos os meios inculcar na população o medo da candidatura Lula. Alegavam que o país mergulharia no caos econômico. Não colou.

Em 2006, o modelito é novo. A onda agora é dizer que Lula pode trazer o terror político num segundo mandato, com um golpe populista, a fim de perpetuar-se no poder.

Aqui e ali espocam discursos, artigos em jornais, revistas e blogs, fazendo ligações cada vez menos sutis entre o presidente, o PT, o PCC, as Farcs, o MAS, Evo Morales, Chávez... E que o pano de fundo que costuraria essas ligações seria o tal "golpe"... Querem comer o mingau da desestabilização política pelas beiradas, a conta-gotas.

Há pouco tempo, chegaram ao cúmulo de espalhar pela internet um boato de que os ataques do PCC em São Paulo não ocorreram por causa da administração incompetente da segurança pública naquele estado, mas para abafar (não riam, é o que disseram) uma edição da revista Veja, que denunciava uma suposta conta de Lula no exterior.

Esta semana, panfletos foram distribuídos em SP com críticas ao PSDB, e o candidato tucano, Geraldo Alckmin, disse a O Globo "que teve acesso a informações de que havia um plano de uma facção criminosa contra ele e seus parentes com objetivo de desestabilizar sua candidatura". Daí a partirem para a afirmação de que o candidato do PCC é Lula, é só uma questão de juntar lé com cré, tico e teco - os dois neurônios que eles acham que são os únicos que a maior parte da população possui.

Na Copa das eleições, sai o terror econômico para entrar o terror político, mas o objetivo continua o mesmo: impedir a eleição (agora, a reeleição) de Lula.

(Como se vê pelas declarações de Bornhausen, Alckmin e Serra, eles já estão forçando a ligação de lé com cré. Para a farsa ficar completa, falta apenas um ator político, que logo será providenciado - um bandido qualquer, disposto a dizer que a ordem é detonar o PSDB e ajudar o PT e Lula.)

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