Lembo, o governador que não gosta de governar

Em entrevista à repórter Cláudia Collucci, da Folha de São Paulo, o governador Cláudio Lembo cometeu um ato falho. Perguntado pela repórter se o governo foi pego de surpresa pelos novos ataques, Lembo respondeu:
" Ele estava aguardando [corrige], nós estávamos aguardando alguma situação nova em torno do Dia dos Pais, mas não achávamos que seria já. E houve essa surpresa na noite de ontem."

Repararam? Trata o próprio governo por "ele". Parece que Lembo aceitou a indicação para compor a chapa de Alckmin, apenas porque tinha certeza de que jamais ficaria no cargo por um tempo maior que um dia ou dois. Já manifestou esse desconforto numa entrevista à própria Folha, onde afirmou que torcia para que chegasse logo o dia em que transferiria o cargo a seu sucessor.

É visível seu desconforto. Quando acontecem os ataques do PCC, tudo piora: os repórteres correm atrás de Alckmin, como se este ainda fosse o governador. O secretário de Segurança Saulo de Abreu dá declarações à imprensa sem ouvir seu superior, como se não devesse satisfações a ele, mas a quem o nomeou. Então, resta a Lembo comportar-se como uma rainha da Inglaterra e dar declarações aqui e ali, como se o problema estivesse acontecendo em outro estado, país ou planeta. E segue assim empurrando a busca de uma solução com a barriga, até que essa chegue por obra do destino, ou seu governo chegue ao fim - o que vier primeiro.

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