Ontem, a América Latina esteve na primeira página do norte-americano The New York Times. O motivo: o presidente venezuelano, Hugo Chávez. Chávez assumiu definitivamente o – para usar uma palavra da moda – protagonismo da América Latina. Por atos, palavras e intenções, ele pretende ocupar o lugar de Fidel no imaginário dos oprimidos do mundo. Sentado sobre barris de dólares do petróleo venezuelano, ele ajuda desde escolas de samba no Rio à indústria bélica russa, passando pela Bolívia e, especialmente, Cuba.O governo norte-americano tinha um plano para Cuba: deixá-la à míngua, para alimentar sublevações. Tudo estava dando razoavelmente certo, quando Chávez resolveu abrir o saco de bondades para a ilha.
A matéria do NYT mostra que a Venezuela é de longe o país que mais aumentou seus investimentos estrangeiros em Cuba, mesmo que essa tenha sido uma tendência geral.
“A Venezuela provê crédito e petróleo subsidiado a Cuba, contrata médicos cubanos recrutados para os programas sociais do presidente Chávez, e compra mercadorias pouco competitivas da ilha.
As vendas cubanas à Venezuela, que segundo o NYT eram de US$ 25 milhões em 2002, passaram para US$ 300 milhões em 2004.”
O objetivo é atingir os Estados Unidos, a quem Chávez adora provocar. Agora mesmo, ele fez uma turnê mundial, com passagens pela Rússia, Irã e Vietnam. Sempre com tiradas e provocações antiamericanas, no melhor estilo Fidel Castro.
Anteontem, chamou de volta o chefe da missão diplomática da Venezuela em Israel, Héctor Quintero, além de “condenar las acciones de esa nación en Palestina y Líbano y criticar que el mundo las mire ‘con los brazos cruzados’.
No mesmo pronunciamento, Chávez anunciou que instalará na Venezuela um sistema de defesa antiaérea, que derrubará qualquer avião que tente violar o território venezuelano, 100 km antes de entrar.
Destacó que durante la gira inspeccionó en Rusia, Bielorrusia e Irán "un maravilloso sistema de defensa aérea" y "equipos que detectan el blanco a 200 km" y advirtió que "vienen con misiles, que salen directos guiados por el calor de los motores". No dijo ni cuándo ni a quién comprará el equipo, pero resaltó que para evitar especulaciones lo confirmaba. "Vamos a blindar a Venezuela".
Tudo isso faz parte de um pacote, que visa proteger a Venezuela de um possível ataque norte-americano, que Chávez suspeita que possa acontecer.
Em recente viagem, Venezuela e Rússia fecharam contratos de venda de armamento russo no valor de mais de US$ 3 bilhões nos últimos 18 meses. São 24 caças-bombardeiros russos Sukhoi-30 e 53 helicópteros.
Enquanto, segundo fontes oficiais, Fidel Castro, como o samba, agoniza mas não morre, Chávez esbanja saúde, especialmente financeira.
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