sexta-feira, 22 de junho de 2007

O poder das Organizações Globo é um risco para a democracia no Brasil (II)

Aproveitando toda essa grita sobre liberdade de expressão e de imprensa, é bom lembrar e discutir: liberdade de quem?
As Organizações Globo têm um peso descomunal no Brasil. Esse peso descomunal deve ser discutido no Congresso. É necessário que se criem mecanismos regulatórios para garantir a liberdade de expressão. E a liberdade só pode existir se for plural, se não houver uma instância - como as Organizações Globo - com o poder de influenciar mais de 70% da população. Mecanismos que proibissem – como acontece em outros países, inclusive os EUA - a concentração de veículos de comunicação nas mãos de um só grupo, numa mesma cidade ou estado. Aqui no Rio, por exemplo, as Organizações Globo têm a TV Globo (RGTV), os jornais mais vendidos - O Globo e Extra -, estações de rádio - Globo, CBN... - além da revista Época, do portal de notícias etc., etc.
Comenta-se que o diretor de Jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, estaria estendendo seus tentáculos aos outros braços das Organizações. Mas o foco em Ali Kamel é uma bobagem. Ele é apenas um empregado. O foco é o grupo. Até quando se vai permitir a concentração de poder que as Organizações Globo têm no país? Isso não faz bem para a informação livre, muito menos para a democracia. Ao contrário: não permite uma e ameaça a outra.
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4 comentários:

  1. Anônimo23.6.07

    seria melhor com a record?

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  2. Hoje no comentário da Mirian Leitão,no Bom (mal) Dia Brasil, imagine só, eles (a globo e ela) estão querendo pautar até o governo da Argentina. Disseram que os Kirchner lembram Peron e que já estão muito tempo no poder e que o povo está cansado deles. Disse também que a presidenta trabalha pouco e só aparece no palácio do governo só a tardezinha. aí eu pergunto: o que eles tem haver com o governo da Argentina?

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  3. Assisti a uma palestra no dia 12 de junho com o professor Denis Oliveira, da ECA-USP, palestra essa que na verdade se tornou uma espécie de conversa entre palestrante e participantes.

    Conversamos sobre esse monopólio que a Globo (mas não somente ela) exerce sobre a transmissão de informação, sobre como a mídia é dominada por grupos poderosos de entretenimento, o que gera pouquíssimo espaço para que o povo brasileiro efetivamente exerça a democracia e, além de se informar, participe do jornalismo, como principais afetados pelos acontecimentos cotidianos.

    Falamos na possibilidade da realização de um referendo. A transmissão nos canais de tevê aberta pertence ao Estado, isto é, ao povo brasileiro, justamente por ser tevê aberta. Nesse caso, por que não podemos escolher O QUE veremos no canal 5, no canal 7? Por que não podemos votar em quais canais realmente nos interessam?

    Fica só uma dúvida: se houvesse tal espécie de votação, será mesmo que o povo brasileiro votaria por se desfazer da Globo? Ou será que, como li num comentário em outro blog, é "ruim com a Globo, pior sem ela"? Quantos de fato boicotaram o canal na transmissão do jogo Brasil x Portugal? Quantos, pelo menos, têm ciência de que a Globo manipula como pode seus espectadores, sendo um dos veículos mais importantes no quesito formação de opinião?

    Afinal, por mais manipuladora que seja, a Globo está aí, sendo assistida todos os dias e liderando sempre as pesquisas do Ibope.

    O que nós, brasileiros, queremos afinal?
    Informação e entretenimento de qualidade ou nos conformar com a coisa como está e ver aonde vai dar?

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  4. Anônimo5.7.10

    creio que não se trata apenas do poderio ou do monopólio das OG, por que ideologicamente todas as emissoras são irmãs...(por ex., quando o assundo é reforma agrária, todas, a band inclusive com fúria reacionária, trabalham para demonizar o MST, não dando sequer a chance do espectador ter acesso à sua pauta de reivindicações, enquanto pintam o latifúndio e o agronegócio vinculado às transnacionais - notadamente escravista e destruidor do ambiente - como a jóia do setor rural brasileiro).

    a impressão é que, se não existisse a globo, o imperialismo estadunidense teria que providenciar outro(s) veículo(s), não só aqui no BRasil como em toda a America do Sul: basta ver que os governos com tendências progressistas democraticamente eleitos vêm sendo duramente perseguidos por empresas de comunicação com discurso conservador e reacionário, vinculados a forças nefastas que vêem na democracia e na participação popular consciente uma ameaça à manutenção de seus privilégios históricos.

    para esses setores de mídia, patéticos serviçais do império, os governos Chávez, Moralez, Correa, Kirchner são ameaça enquanto que a nação que impõe terrorismo e ocupação colonial ao povo iraquiano, afegão e palestino tem a maior democracia do mundo.

    única saída é fazer valer os arts. 221 e 223 da Constituição Federal, e dividir o espectro de difusão radio televisiva em 3: uma parte vai para o setor privado (esse lixo que já estamos acostumados), outra parte para o setor governamental e a terceira parte para a produção POPULAR. Assim o povo vai ter diversidade na hora de receber notícias (entretenimento e cultura também) e poderá ter a chance de ver/ouvir o contraditório, nas principais questões nacionais, e ter muito mais clareza na hora de fazer sua análise, sobre os assuntos que lhe são realmente importantes.

    pablo / rj

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