Como mostrei ontem, no primeiro dia útil após o PAN houve tiroteio entre polícia e traficantes. Um morto. Hoje está aí a primeira página de O Globo novamente: Moradores da Favela da Cotia (no segundo dia após o PAN) incendiaram dois ônibus e quatro carros particulares, em protesto contra a morte de um homem, que teria sido assassinado por quatro policiais à paisana, segundo os moradores.
Na primeira página de O Dia, a manchete é “Depois do PAN, Rio volta à crueldade da guerra urbana”.
No Extra: Violência explode na Grajaú-Jacarepaguá”.
Estou intrigado. Você que me lê, não? Onde estavam esses assassinos, esses que são assassinados e também esses que protestam, fecham ruas, incendeiam ônibus (às vezes com passageiros dentro), durante o PAN? Em casa, assistindo as piruetas do Diego Hipólito, as braçadas de Tiago Pereira, vibrando com a seleção masculina de vôlei e a feminina de futebol?
Que eu me lembre, durante o PAN a única vez em que a violência chegou à primeira página de O Globo foi quando policiais extorquiram turistas americanos. O que me leva a pensar que talvez a explicação seja essa: sem os turistas, sem os atletas, sem o “clima” do PAN, os policiais voltaram à rotina. E o crime às primeiras páginas dos jornais.
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