domingo, 5 de agosto de 2007

Transcrição em português do diálogo dos pilotos na caixa-preta do Airbus da TAM pode desvendar mistério sobre a causa do acidente

Li numa postagem do Blog Slot que houve um erro na tradução do conteúdo da caixa-preta do Airbus A320 da TAM, que se acidentou em Congonhas no dia 17, matando 199 pessoas, até o momento.

(...)... está na transcodificação, cuja tradução, para a imprensa, errou em um ponto crucial. Em um determinado momento, um dos pilotos fala:
- "Desacelera, desacelera", e o outro responde:
- "Olha isso". "Ele não pode, ele não pode". Esta frase foi traduzida erroneamente pela imprensa por: "Eu não posso, eu não posso".

Reparem a reprodução do conteúdo da caixa-preta na imagem acima. O trecho onde houve o erro de tradução está destacado. Isso me fez lembrar que estamos trabalhando o tempo todo sobre a tradução de uma tradução, porque os pilotos não falaram em inglês, mas em português. Portanto, outros erros podem ter acontecido, na transcrição do diálogo dos pilotos, que foi traduzida para o inglês.

Além disso, uma coisa me chamou a atenção, desde o início. O uso do verbo desacelerar. Pode ser um jargão da profissão, não sei. Mas na hora do desespero, ao ver que o avião não estava parando, o usual não seria gritar “freia”, “pára”, “abre os spoillers”, algo por aí? Portanto, se foi usado o verbo desacelerar, teria o co-piloto percebido que o manete estava na posição errada?

Se sim, isso muda tudo. Ele pede ao piloto para desacelerar. "Desacelera, desacelera". O piloto tenta. Mas o computador não deixa o manete se mover. Aí, é a surpresa: “Olha isso”. O piloto faz força, mas nada acontece. Aí vem o “(Ele) não pode, (ele) não pode” Ou então: "Não dá, não dá." E não pode (não dá) porque o computador do avião não deixou.

Isso me recordou a definição de um comandante sobre o sistema do Airbus A320, que eu anotei:

(...)... o que faz o sistema do Airbus é não deixar que o piloto “rompa” o avião, ainda que ao fazer isso possa estar adotando uma superproteção, que impede que o piloto possa levá-lo ao limite numa emergência. Isto é, ao tentar evitar que se “rompa” o avião, ele não dá ao piloto a possibilidade de evitar uma colisão, por exemplo. O que, afinal, como no vôo 3054, acaba permitindo a colisão e fazendo com que o avião se “rompa”.

O computador não improvisa. O ser humano, sim.

Esta crítica é feita por muitos pilotos e engenheiros, desde o lançamento do Airbus A320. A partir de determinado momento, ele retira a autonomia do piloto e decide por si o que é melhor para o avião. O piloto se transforma, então, em apenas mais um passageiro.

(A esse respeito, veja a postagem sobre o comandante Garcez, que começou cometendo um erro primário e depois conseguiu, mantendo o sangue frio e o raciocínio, salvar a vida da maioria dos passageiros - inclusive a própria – num dos mais espetaculares acidentes aéreos da história).

Pós escrito: No Blog do Fernando Rodrigues, é dado como certo que o que é dito em português é “Não dá, não dá”.

Aliás, este blog sabe, com 100% de segurança, que a frase, em português, é "não dá". Se o áudio aparecer algum dia, essa informação poderá ser comprovada.

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3 comentários:

  1. Anônimo5.8.07

    A classe média brasileira de tão burra virou bucha de canhão da “zelite”. A “zelite” sequer vai para rua, manda a trouxa da classe média, que pinta a cara e coloca nariz de palhaço, pagando o maior mico. Ou seja, a “zelite” nem ao menos suja as mãos, pois tem a classe média para fazê-lo; se der certo, aí, então, a “zelite” aparecerá sobre o pedestal e classe média baterá palmas. É impressionante com a classe média se deixa enganar tão facilmente: pensa que é chique parecer-se com a “zelite”. Ela é quem trabalha e paga os impostos; mas a “zelite” podre é quem usufrui deles sem jamais pagar nada. Mais que isso rouba sempre os cofres da Nação. A classe média brasileira devia estar de mãos dadas com Lula, lutando pelos direitos que a “zelite” usurpou-lhe violentamente. Abra os olhos classe média.

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  2. Anônimo6.8.07

    Mello,

    Por favor, verifique o link abaixo:
    http://aviation-safety.net/database/record.php?id=20060709-0

    Trata-se de um acidente, em 09/07/2006, na Rússia, com um avião da família do Airbus.

    Observe as incríveis semelhanças com o acidente de Congonhas.

    O avião da Airbus na Rússia, pousou a 80km/h (o Airbus da TAM pousou a 175km/h) numa pista de 3.165m, sem ranhuras (Congonhas tem 1.940m e também não tem ranhuras.

    Ou seja, O AIRBUS NA RUSSIA POUSOU NUMA PISTA MAIOR EM VELOCIDADE MENOR, NÃO PAROU E NEM DESACELEROU.

    Na Rússia, como em São Paulo, houve problema no reverso e no manete.

    Chovia e a temperatura estava baixa, na Rússia e em Congonhas.

    O Airbus russo atravessou toda a pista, colidiu com uma barreira de concreto e explodiu em chamas.

    Dos 203 passageiros do Airbus russo, 125 sobreviveram milagrosamente, talvez pela velocidade de colisão não ter sido taõ elevada como a do Airbus da TAM em Congonhas.

    E aí eu quero fazer uma pergunta. Por que, no aciedente com o Airbus da Rússia, o relatório final não fala que a pista estava molhada e não tinha ranhuras ?

    Será que se houvesse uma área de escape em Congonhas o Airbus da TAM teria parado ?

    Vejam bem, a pista russa tinha 1.200m a mais do que Congonhas e o AIRBUS RUSSO NÃO PAROU E NEM DESACELEROU.

    Alguém pode me responder isso ?
    Por que a imprensa antes de falar um monte de besteiras e entrevistar pilotos que não podem abrir a boca se não serão demitidos não pesquisa e mostra a verdade para o povo ?

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  3. Anônimo6.8.07

    O Mello está certo. O "it can´t" deve ter sido "não dá", porque deu tilt no computador de bordo e/ou travou tudo. E "spoilers" está escrito errado na imagem da transcrição, assim como "look this" que devia ser "look at this". Isso aí foi vertido pro inglês por algum brasileiro, que não é nada bom tradutor, não conhece bem a língua inglesa. Palavra de tradutora.

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