Numa jogada ousada e inteligente, o governador do Rio Sérgio Cabral acabou com o baile em que o ex-governador Garotinho e o ex-prefeito do Rio, ainda no exercício do cargo, César Maia – o Vaia – dançavam ao som daquele sucesso de Zeca Pagodinho, Casal Sem Vergonha (ouça trecho aí embaixo).
O governador ameaçou renunciar e se candidatar a prefeito do Rio no ano que vem para barrar a aliança CEGA (César-Garotinho), que tem como único propósito prejudicar a parceria do governo do estado com o governo federal – ou seja, em última instância, prejudicar o Rio.
Com isso, acabou o baile, e a aliança CEGA ficou também surda e muda.
Clique aqui e receba gratuitamente o Blog do Mello em seu e-mail
Caro Mello,
ResponderExcluirtendo em vista a sua preocupação com o padrão e a qualidade das alianças políticas, proponho uma enquete. Qual entre as alianças abaixo foi a mais espúria?
a)BEN-GA (Benedita da Silva e Garotinho em 1998. Aliança, por sinal, imposta pela direção nacional do PT contra os petistas cariocas que haviam escolhido lançar Vladimir Palmeira)
b) Marta Suplicy e Paulo Maluf (segundo turno da eleição municipal de SP, em 2004)
c) Orleir Camelli e Jorge Viana (governo do Acre, 2006)
d) César Maia e Garotinho (2007)
É muito fácil se fazer passar por purista para esconder o fato de que a "esquerda" brasileira já entrou há muito tempo no esquema "é dando que se recebe". A mais recente prova disso foi o apoio de Mercadante a Renan Calheiros, em retribuição ao favor que o alagoano lhe prestou no ano passado, quando o livrou da abertura de um processo por conta do dossiê dos "Aloprados" contra o PSDB.
André,
ResponderExcluira aliança Garotinho e Benedita não pode ser comparada à aliança CEGA. Na época, Garotinho era do PDT, com um discurso de esquerda.
Marta e Maluf não fizeram aliança alguma. A chapa de Marta era com Rui Falcão de vice. Ele também é do PT. Apoio não é aliança.
Mello,
ResponderExcluirem vez de oferecer uma resposta, você apenas desqualificou a pergunta, valendo-se de uma tática que faz lembrar os argumentos de defesa do senador governista Renan Calheiros. Sobre a aliança Orleir Camelli-Jorge Viana (que voce não comenta), recomendo a matéria publicada na Folha em 2006:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1109200612.htm.
Pessoas que simpatizam com o governo Lula costumam escapar das discussões por meio de distinções formais: os mensaleiros são inocentes até que fique provada a culpa, ou então apoio político não é aliança - como se o fato de Marta ter mendigado o apoio de Maluf para vencer o PSDB não bastasse por si mesmo, ou como se Garotinho fosse outra pessoa quando estava filiado ao PDT (O mesmo se poderia dizer, aliás, sobre César Maia). O PT carioca resistiu à aliança porque sabia o quanto ela custaria. No final, venceu o projeto de José Dirceu e Lula. Deu no que deu para o Rio de Janeiro. Mello, recuso-me a crer que você tenha sido ingênuo a ponto de acreditar, em 1998, no "discurso de esquerda" do Garotinho. Para quem gosta de rótulos, o argumento funciona, mas não para quem sabe fazer um raciocínio político.
um abraço
Andre.