A situação na Bolívia chegou a tal ponto que o presidente Evo Morales se viu forçado a tomar uma atitude de coragem para virar o jogo. Morales resolveu convocar um referendo em que o povo dirá sim ou não ao presidente e aos prefeitos das nove regiões em que se divide a Bolívia. Quem for reprovado, perde o mandato e novas eleições são convocadas. Com isso, cala de vez a oposição, que terá de se submeter ao voto popular.
Evo Morales teve que tomar essa atitude porque a situação há muito fugiu de seu controle. A direita boliviana simplesmente não aceita que haja mudanças no país e resolveu boicotar tudo: não querem mais a Assembléia Nacional Constituinte, incendeiam as ruas com ações violentas, incitam a greves, inclusive de fome (spa ideológico?) e ontem atacaram um avião venezuelano, que disseram que estaria carregado de armas que o ditador Chávez enviara ao compañero Evo... O “bólido” foi atacado a pedradas (?!?!) e obrigado a pousar em território brasileiro, no Acre.
Com a entrega esta tarde da Lei de Revocatória de Mandato ao Congresso Nacional, o presidente Evo Morales tenta colocar novamente o poder nas mãos daqueles que devem conduzir a democracia, o povo. Ou a democracia não é o governo do povo, pelo povo e para o povo?
Clique aqui para ir ao Player de Vídeos do Blog do Mello
Clique aqui e receba gratuitamente o Blog do Mello em seu e-mail
Caro Mello, a história se repete ou, equivalentemente, este filme eu já vi. Ele foi exibido na Venezuela. Foi Chávez quem introduziu o tal do dispositivo revocatório, empregou e venceu, mas a oposição nunca se deu por satisfeita, exceto naquelas frugais 48 horas, ou menos, quando deu o golpe, assumindo o poder. É isso que a oposição boliviana deseja: ver-se livre de Evo. Se ganharem este referendo, conseguirão o que desejam. Caso percam, como parece provável, não aceitarão o resultado das urnas e continuarão a forjar crises. A imprensa brasileira aplicará o famoso copy-paste de todo o noticiário sobre a crise venezuelana neste processo boliviano. Mudarão apenas os nomes dos personagens e locais. Nasce o novo ditador da América Latina. Aposto uma folha de coca.
ResponderExcluirNão conheço a situação política na Bolívia em detalhes. Talvez Evo tenha sido matreiro ao formular este referendo. Se ele possuir chances de arrasar a oposição não apenas no plano nacional, mas também vencendo em regiões importantes, hoje em poder dos partidos oposicionistas, creio que a oposição não vai aceitar a fórmula, mas se a oposição enxergar a chance de ao menos abocanhar mais uma fatia do poder, esta proposta será imediatamente aceita.
Evo estava encurralado.
ResponderExcluirFoi a forma que encontrou de retomar a iniciativa e obrigar a direita a retirar a máscara.
A pressão contra ele está muito forte. Mas, por enquanto, o Exército ainda está a seu lado - e sabemos como isso é importante na América Latina.