O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, deu uma entrevista coletiva anteontem, na Câmara dos deputados, na Bolívia. Para Linera, o presidente Evo Morales apresentou suas propostas de negociação e fez as concessões possíveis aos golpistas da “meia-lua”. Agora, a possibilidade de negociação está nas mãos da oposição.
O Governo tem toda a vontade, a predisposição e a flexibilidade. Agora depende da vontade política dos prefeitos, e se ela houver vão surgir soluções que beneficiem o país.
O vice-presidente afirmou ainda que o governo irá apresentar nova proposta para aquela que é a principal reivindicação do movimento oposicionista, relacionada à Renda Dignidade. Os prefeitos não querem abrir mão dos ganhos com o Imposto sobre Hidrocarbonetos em benefício dos idosos.
O Renda Dignidade garante aos idosos acima de 60 anos que não têm direito à aposentadoria cerca de 310 dólares por ano, enquanto os aposentados ganharão aproximadamente 235 dólares. Antes, somente os aposentados acima de 65 anos tinham direito a 235 dólares.
Para Linera, se não houver acordo, povo deve decidir nas urnas:
No caso de que não haja acordo deveremos ir necessariamente a um referendo revogatório para que o povo com seu voto dirima as diferenças entre um projeto estatal e projetos locais e regionais.
A verdade é que a Bolívia vive um impasse. As regiões mais ricas não querem ceder. Pelo contrário, querem autonomia administrativa, o que, na prática, impediria o governo Evo de fazer as reformas para as quais foi eleito.
A menos que a nova proposta de financiamento do governo para o Renda Dignidade agrade à oposição, o conflito só deverá ser solucionado no referendo. Ou nem isso. Porque os golpistas bolivianos querem manter seus privilégios a qualquer preço e para isso contam com a ajuda dos Estados Unidos e da Espanha, via mídia golpista – o que significa PRISA e Opus Dei.
Leia também:
» Golpistas bolivianos plagiam projeto de Estatuto da Catalunha
» Vídeo: Racistas bolivianos agridem covardemente um ‘índio de mierda’
» Na Bolívia, Evo quer devolver ao povo o que a direita quer lhe roubar